Um profissional acomodado pode gerar uma série de problemas, desde no aceite por novos desafios até no comprometimento dos resultados. O grande desafio nessa realidade é promover estratégias para o colaborador sair da zona de conforto.
A zona de conforto é um fator limitante para novos aprendizados, criando uma falsa segurança nas pessoas. Com isso, o profissional não tem coragem de correr riscos e evita abraçar novos desafios na carreira e profissão.
Mas a zona de conforto é prejudicial na evolução profissional e na obtenção de resultados? E como se dispor aos riscos na vida pessoal e profissional?
Para responder a essas questões, os seguintes tópicos serão abordados neste conteúdo:
- O que é zona de conforto?
- Quais são os sinais da zona de conforto?
- Diferenças entre estabilidade saudável e acomodação
- Como a liderança e o RH podem estimular os colaboradores a saírem da zona de conforto?

Boa leitura!
O que é zona de conforto?

A zona de conforto é um espaço em que pessoas se sentem seguras. Nessa realidade, os indivíduos praticam ações que não os expõem a nenhum tipo de risco.
Na zona de conforto, a sensação que se tem é que todas as ações executadas são familiares, confortáveis e seguras. Ela cria uma falsa segurança nas realidades. Por isso, o grande problema de aceitar a zona de conforto, seja na vida pessoal ou profissional, é abdicar de novos aprendizados e desafios.
O prof. Mario Sergio Cortella é enfático sobre a necessidade de pessoas explorarem o desconhecido e diz:
“Para aprender é preciso sair da zona de conforto, explorar o desconhecido e estar aberto ao novo e ao diferente do que estamos acostumados. Saber aprender é libertador. Permite construirmos um futuro além do que podemos imaginar, porque o caminho vai surgindo com o caminhar.”
Quais são os sinais da zona de conforto?
É comum se sentir confortável em alguma situação da vida, seja para tomar uma decisão, realizar um projeto ou aceitar uma rotina habitual. O problema deste cenário é quando essas realidades se tornam cômodas, criando uma zona de conforto e limitando a vida em geral.
Mas como alguém pode descobrir se está na zona de conforto? Essa realidade é composta por uma série de sinais que colocam entraves para que a pessoa se desenvolva, limitando a perspectiva de crescimento.
Conheça, a seguir, alguns dos sinais que integram a zona de conforto.
Desmotivação
Sentir-se desanimado em sair de casa e ir para o trabalho pode acontecer com todo mundo, mas, se a desmotivação for recorrente, pode ser um sinal da zona de conforto.
A falta de expectativa e perspectiva são um dos motivos que levam à desmotivação. Isso acontece, principalmente, porque o funcionário entra num cenário em que as rotinas e tarefas se repetem e não são mais desafiadoras e sequer levam a novos aprendizados. Ele fica estagnado onde está, e ao longo do tempo vem a desmotivação.
Insegurança
Ao se sentir inseguro em tomar decisões importantes que poderiam mudar os rumos da carreira profissional, é comum que um indivíduo prefira permanecer em um lugar, sendo este um sinal de estar na zona de conforto.
A insegurança, na maioria das vezes, é reflexo da zona de conforto. Optar pela mudança traz consequências inesperadas, e quem está na zona de conforto se sente despreparado para o novo, para os riscos, por aquilo que está por vir.
“Ao olhar para o abismo do desconhecido, é preciso encará-lo. Logo depois, será necessária coragem para que o salto aconteça.”, diz a headhunter Fátima Zorzato.
Menor produtividade
A consequência da insegurança e do desânimo, causada pela zona de conforto, é a queda de produtividade. Afinal, a pessoa se sente num looping repetitivo de tarefas, sem que consiga enxergar desafios que a levam a uma evolução profissional e pessoal.
Um profissional estagnado acaba atrasando suas tarefas, não se desenvolvendo profissionalmente e entregando trabalhos medíocres, pois não consegue se reinventar por medo da mudança.
O Prof. Clóvis de Barros ressalta a importância de não ter medo dos novos desafios: “O mundo te respeitará na exata proporção que você não tiver medo dele”.
Medo de enfrentar desafios
Sócrates dizia que: “Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. A zona de conforto retira a possibilidade de a pessoa se expor a novas possibilidades. Um funcionário na zona de conforto tem medo de enfrentar desafios e se expor às consequências deles, mesmo antes de saber o resultado.
O problema é que, abrindo mão dessa exposição aos desafios, é possível que se abra mão também de resultados que poderiam ser incríveis, caso o profissional tivesse optado por um caminho novo e desconhecido.
Diferenças entre estabilidade saudável e acomodação
Muitas vezes, a estabilidade pode ser confundida com acomodação, principalmente se a referência é um colaborador que está há muito tempo numa determinada empresa. Porém, estes são conceitos distintos, já que a estabilidade saudável é positiva, entrelaçando-se com o sucesso profissional, e a acomodação tem mais a ver com zona de conforto.
Conheça as principais diferenças entre os dois conceitos na vida profissional.
Diferenças | Estabilidade saudável | Acomodação |
Evolução profissional | Mantém um aprendizado contínuo. | Permanece estagnado, abrindo mão de novos desafios. |
Bem-estar | Sente segurança e satisfação com o trabalho. | Vive desmotivado e inseguro na função que ocupa. |
Zona de conforto | Está sempre aberto a novos desafios e usa a zona de conforto como um sinal para evoluir. | Permanece nela, acreditando na falsa segurança que ela oferece. |
Motivação | Aberto a buscar melhorias e novos aprendizados. | Desmotivado a enfrentar os riscos de uma mudança, por insegurança. |
Carreira | Disposto a evoluir profissionalmente. | Mantém-se estagnado, com medo da mudança. |
Como a liderança e o RH podem estimular os colaboradores a saírem da zona de conforto?

Um estudo desenvolvido pela Universidade Stanford revelou que a saída da zona de conforto gera bem-estar.
Sabendo disso, o RH e as lideranças devem estar atentos para desenvolver ações que encorajem os profissionais a saírem da zona de conforto, já que assim terão profissionais mais satisfeitos e dispostos a abraçarem um cenário de aprendizagem contínua.
A seguir, confira algumas dicas que podem contribuir para que os colaboradores estejam em constante evolução.
Estimular a cultura de feedback
O que está dando certo na empresa? Quais os erros cometidos? Como evoluir? As respostas para essas perguntas podem servir de estímulo para que os funcionários não fiquem estagnados. Assim, a cultura de feedback pode ser uma ferramenta importante para afastar os colaboradores da zona de conforto.
Com a cultura de feedback, a empresa consegue entender as necessidades do colaborador e identificar possíveis pontos de melhoria. A partir daí, ela pode definir parâmetros para que o colaborador esteja em constante evolução e supere as inseguranças.
Criar um Plano de Desenvolvimento Individual (PDI)
Para sair da zona de conforto é necessário vislumbrar novos desafios. Nesse processo, a criação de um Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) pode ajudar, uma vez que o colaborador terá metas e objetivos claros a alcançar para vencer a estagnação e uma possível zona de conforto.
Pequenos passos rumo ao desconhecido, que podem ser parte do PDI, podem instigar o colaborador a estar em constante movimento na profissão, disposto a evoluir e a conquistar o sucesso nas ações que lhe foram propostas.
Desafios diários dentro de um plano de desenvolvimento estimulam a criatividade, a inovação e a resolução de problemas, eliminando as chances do funcionário ficar na zona de conforto.
Reconhecer as conquistas
Pesquisa realizada pela consultoria Robert Half revelou que a grande maioria das empresas (89%) admite que o sucesso da organização está interligado à felicidade dos funcionários. Grande parte dessa felicidade e motivação vem por meio do reconhecimento das conquistas do colaborador.
Reconhecer as conquistas é o ponto de valorização que muitas vezes os colaboradores precisam para sair da zona de conforto e para se esforçar diante das rotinas diárias da profissão. Esse reconhecimento pode vir por meio de elogios públicos ou até por recompensas que incluem benefícios financeiros.
Criar um ambiente seguro para colaboradores exporem sentimentos
Em um cenário em que os colaboradores se sentem inseguros e desmotivados para trabalhar, a tendência é que todos fiquem na zona de conforto e entreguem tarefas de qualidade duvidosa.
Um bom ambiente de trabalho, aliás, ocupa a terceira posição, com 21%, na lista de maiores preocupações dos colaboradores, mostrou uma pesquisa feita pela Sociedade Americana de Designers de Interiores (American Society of Interior Designers).
Um ambiente seguro, em que os funcionários possam expor suas ideias e sentimentos, principalmente para seus líderes e gestores, auxilia a criação de vínculos de trabalho justos e seguros, baseados na confiança entre as partes.
A tendência nesse cenário é que os profissionais estejam mais bem alinhados com os objetivos propostos e em equilíbrio com a vida pessoal e profissional.
Conclusão
Ao longo deste conteúdo, foi explicado que a zona de conforto é uma grande limitação para a evolução pessoal e profissional. Quem opta pela zona de conforto acaba tendo uma falsa segurança, mas, na verdade, fica estagnado.
A zona de conforto impede que o profissional se disponha a vivenciar novos desafios e aprendizados. A opção é sempre por aquilo que ele já conhece e sabe fazer, limitando a qualidade do trabalho e bloqueando um caminho com novos desafios na profissão.
Por fim, foi visto que é possível combater a zona de conforto, e o RH pode adotar estratégias para estimular os colaboradores a se sentirem à vontade para abraçar o novo. Para isso, é importante investir no desenvolvimento pessoal, na cultura de feedback e na valorização profissional.
Gostou deste conteúdo e quer ler outros artigos como esse? Acesse o blog Pontotel.