Vagas falsas: saiba identificar golpes e como se proteger
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Time Pontotel 5 de fevereiro de 2025 Gestão de Pessoas

Descubra como identificar e evitar vagas falsas: sinais de alerta, dicas de segurança e o que fazer em caso de golpe

O que é vaga fantasma? Também chamadas de vagas falsas, são um tipo de golpe que ocorre no contexto profissional. Confira como denunciá-lo.

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Ainda que aparentemente legítimas à primeira vista, as vagas falsas, criadas para serem atraentes, são um problema no contexto profissional. Afinal, trazem diversas consequências negativas para as vítimas, como o roubo de dados pessoais e até mesmo de dinheiro.

Uma pesquisa feita pela Heach Recursos Humanos constatou que, a cada 4 profissionais, 3 deles já caíram no golpe das vagas fantasmas. Dos 800 entrevistados, 496 falaram que lhes foram solicitados dados pessoais e bancários, enquanto 128 disseram que, para conseguirem se candidatar à vaga, teriam de pagar.

Nesse mesmo sentido, um levantamento da PSafe trouxe outro dado alarmante: em 2021, foram quase 350 mil de golpes de falsos anúncios de vagas. Isso mostra a importância de compreender como evitar cair nesse crime, além de saber o que fazer se for vítima de um.

Por isso, para tratar essa temática em detalhes, este conteúdo abordará os tópicos a seguir:

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Tenha uma excelente leitura!

O que é o golpe do falso emprego?

O golpe do falso emprego — que também recebe o nome de golpe da vaga falsa ou da vaga fantasma — é uma ação criminosa que ocorre no contexto profissional. Nela, os criminosos fingem ser representantes de uma empresa, que pode ser tanto real quanto inventada, e a partir disso oferecem vagas de emprego que não existem.

A tecnologia e o ambiente online acabaram criando um cenário propício para que esse tipo de crime aconteça. Como afirma Elcio Paulo Teixeira, CEO da Heach Recursos Humanos, esses “golpistas se aproveitam das pessoas mais vulneráveis que, por necessidade ou desespero, acabam se tornando vítimas de verdadeiras quadrilhas do emprego falso”.

Os criminosos que atuam dessa forma o fazem para conseguir os dados pessoais dos profissionais. Esse crime também visa roubar dinheiro dos candidatos por meio de pagamentos de taxas para se cadastrar em plataformas ou comprar cursos como pré-requisito, por exemplo.

Como funciona a abordagem das vagas falsas?

É importante entender como funciona a abordagem das vagas falsas porque elas, a depender do cenário, assumem nuances diferentes. Elas vão de anúncios de emprego convincentes e sites falsos até entrevistas de emprego.

Como cita Emilio Simoni, especialista em prevenção a fraude, quando há sucesso no golpe, “O cibercriminoso pode se passar pela vítima e espalhar outros golpes entre seus contatos. É comum ainda que golpistas usem as informações roubadas para fraudes financeiras, fazendo compras, solicitando empréstimos e até abrindo falsas contas bancárias com o nome das vítimas”.

Há vários cenários que exemplificam como funciona o crime das vagas falsas. Veja alguns:

CenárioComo funciona a abordagem?
Redes sociaisOs criminosos fazem anúncios enganosos em redes sociais onde a busca por emprego é comum, como o LinkedIn. 
Plataformas de empregoOs criminosos criam vagas que pagam muito, mas que fazem poucas exigências.
WhatsApp e TelegramPara atingir o máximo de profissionais, aumentando as chances de o golpe dar certo, os criminosos enviam mensagens em massa prometendo empregos incríveis.
E-mailsOs criminosos oferecem vagas ou convidam para entrevistas de emprego por meio de um e-mail aparentemente verdadeiro, em especial por conta do uso de design corporativo e de escrita séria.

Que diz a legislação brasileira sobre golpes de emprego?

O Código Penal, em seu capítulo que trata sobre o crime de estelionato e outras fraudes, configura como crime “Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”.

O texto destaca, ainda, aspectos relativos à fraude eletrônica no art. 171. Se o criminoso comete a fraude por meio da “utilização de informações fornecidas pela vítima ou por terceiro induzido a erro por meio de redes sociais, contatos telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento”, a pena é de prisão de 4 a 8 anos, bem como pagamento de multa.

Nesse sentido, também é necessário abordar o PL n.º 5.128/2019. Ele propõe que seja incluído o crime de “divulgar falsas vagas de emprego com o intuito de prejudicar terceiros” no Código Penal. 

Esse projeto de lei, porém, ainda está “Aguardando Parecer do(a) Relator(a) na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC)”. Em outras palavras, está sob análise para saber se está de acordo com a Constituição e as leis brasileiras e, a partir disso, ser recomendado para aprovação, rejeição ou modificação.

Como saber se uma vaga de emprego é falsa?

homem mexendo no computador

Os golpistas que aplicam o crime das vagas falsas, embora possam encontrar ao longo do tempo formas mais ardilosas de enganar, em geral atuam de forma similar e cometem erros parecidos. É justamente isso o que os incrimina. Entenda como saber identificá-los.

Sinais de alerta para identificar fraudes

Para não cair nas vagas falsas, uma das atitudes mais importantes é ficar a par de alguns sinais mais óbvios desse golpe. Receber oferta de emprego sem ter se candidatado a uma vaga é um deles e isso pode ocorrer por meio de e-mail e mensagem no LinkedIn.

Outro aspecto que aumenta as chances de ser um criminoso atuando do outro lado da tela para enganar por meio de uma vaga fantasma é quando a abordagem desse “recrutador” impõe prazos muito curtos para o profissional tomar decisões rapidamente.

Promessas exageradas e salários muito acima do mercado

Independentemente do contexto, quando há promessas exageradas, isso já abre margem para desconfiança. É isso o que ocorre nas vagas falsas, como quando o salário oferecido é alto demais para um cargo que deveria pagar metade do que está na descrição da vaga.

Solicitação de pagamentos ou dados pessoais antecipados

Se existe algo que precisa ficar na mente de todo profissional é: empresas legítimas não pedem dinheiro ou informações sensíveis do candidato durante o processo seletivo. Quem faz isso são os golpistas ao oferecer vagas falsas, como os “seletivos” que cobram por “treinamentos obrigatórios para seguir no processo” ou, ainda, “taxas de inscrição”.

O mesmo vale para quando é solicitado que o candidato forneça informações sensíveis, como dados bancários e cópias de documentos de identidade, especialmente quando isso se dá logo no começo do processo de recrutamento.

Falta de informações detalhadas e erros ortográficos

Ainda que empresas legítimas que abrem vagas de emprego possam cometer o erro de dar poucos detalhes, os anúncios de emprego com descrições insuficientes também são um sinal de que se trata de um criminoso tentando dar um golpe.

Os erros de escrita também são aspectos que revelam uma vaga fantasma, ainda mais porque empresas sérias prezam por criar uma vaga bem escrita. Isso, no entanto, não significa que vagas com a ortografia e gramática em dia não possam ser golpe de falso emprego, afinal, criminosos podem usar Inteligência Artificial para corrigir o texto da vaga.

Como verificar a autenticidade da vaga e da empresa

Mesmo que o profissional fique atento aos sinais de vagas falsas, ele infelizmente ainda pode cair nesse golpe. Como abordado, os criminosos buscam, constantemente, formas mais convincentes para terem sucesso em suas ações.

Sendo assim, é indispensável verificar a autenticidade da vaga e da empresa que a está oferecendo. Algumas dicas nesse sentido são:

  • Busque o CNPJ da empresa no site da Receita Federal para ver se ela existe;
  • Acesse o perfil da empresa no LinkedIn: é um meio de saber se a organização tem um perfil verdadeiro, funcionários listados, postagens regulares, etc.;
  • Acesse o site oficial da empresa e verifique se nele existe algum anúncio de vaga. É comum que as empresas, além de divulgar vagas por meio de posts nas redes sociais e anúncios, também façam isso em uma página específica de seus sites;
  • Em caso de vagas oferecidas por e-mails, verifique se o endereço é profissional. Sendo assim, se o “recrutador” enviar um e-mail que usa “@gmail.com”, é provável que seja um golpe. Preze por e-mails de domínio corporativo: “@empresa.com.br”.

Como não cair em golpes de emprego?

mulher com uma xícara na mão e olhando para o computador

Além das dicas abordadas para evitar o golpe de vagas falsas e dos sinais desse crime, há outras boas práticas que também mantêm os profissionais livres desse problema. Confira.

Utilize plataformas seguras para buscar as vagas

Existem plataformas seguras para se buscar novas oportunidades de emprego, como o LinkedIn, o Glassdoor e o Indeed. Com elas, fica mais fácil combater as vagas falsas por conta dos processos de verificação e avaliação de empresas que possuem.

Além disso, tais plataformas, como o Indeed, também trazem avisos sobre esse crime. Em sua tela inicial, por exemplo, há um destaque para o usuário nunca “enviar pagamentos a empresas ou pessoas que afirmam ser representantes do Indeed”. A plataforma também disponibiliza um passo a passo caso o candidato acredite que foi vítima de algum golpe.

Evitar fornecer informações sensíveis sem garantias

Jamais enviar nenhum tipo de dado sensível sem qualquer tipo de garantia de que a empresa que está oferecendo a vaga é legítima é outra prática para evitar as vagas falsas. Isso também se aplica ao envio de informações bancárias antes da contratação formal.

Verificar a reputação da empresa antes de se candidatar

Os criminosos se aproveitam de algumas brechas para aplicar o crime das vagas falsas, porém, uma forma de os profissionais não caírem nesse golpe é pesquisar sobre a empresa para conferir sua reputação. 

É possível fazer isso acessando o Glassdoor e Reclame Aqui, por exemplo. Isso auxilia candidatos a saber se a organização tem reclamações relativas a vagas.

O que fazer se cair em um golpe desse tipo?

Mesmo que um profissional adote as melhores medidas para evitar cair no golpe das vagas falsas, ainda existe um risco disso acontecer em virtude das artimanhas dos criminosos. 

Se isso ocorrer, deve-se, primeiramente, relatar o golpe às autoridades, fazendo um boletim de ocorrência. Além disso, como forma de se prevenir contra as possíveis consequências do crime, outras ações são:

  • Ver regularmente as contas bancárias para detectar qualquer atividade suspeita;
  • Atualizar senhas que possam ter sido comprometidas;
  • Solicitar o bloqueio de cartões e contas;
  • Denunciar a vaga na plataforma em que está divulgada.

Conclusão

Os golpes, independentemente de onde são aplicados, trazem vários malefícios às vítimas, e as vagas falsas exemplificam isso. Além dos danos com o roubo de dados e de dinheiro, ainda causam frustração aos profissionais que só desejam encontrar um emprego digno.

Esses golpes, contudo, podem ser combatidos, desde que o profissional fique atento aos sinais dessa ação criminosa. Isso, a propósito, mostra a importância de se discutir mais sobre esse crime, seja em jornais, redes sociais ou mesmo em artigos de blog como este.

Também é necessário que os profissionais sempre desconfiem das vagas de emprego às quais se candidatam; afinal, os golpistas que cometem o crime das vagas falsas farão com que elas sempre soem convincentes e legítimas, quando, na verdade, são enganosas.

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