A saída de um colaborador por decisão da empresa é conhecida no mercado como turnover involuntário. Muitas vezes, ela é motivada por um mau desempenho profissional, impactando diretamente os resultados da organização.
O turnover involuntário acontece quando a empresa desliga um funcionário, seja por uma insatisfação com o trabalho apresentado ou até mesmo por questões financeiras, que exigem um corte de custos.
De acordo com um relatório do Ecossistema Great People & GPTW, em 2023, 16,7% das empresas tiveram um excesso de desligamentos de funcionários, muitos deles motivados por questões econômicas.
A taxa de desligamentos em massa de 2023, segundo o relatório, é superior à que foi registrada no ano de 2022, que era de 12,4%.
Sabendo desses dados alarmantes relacionados à saída de funcionários de uma empresa, é fundamental entender o que motiva o turnover involuntário e quais estratégias seguir para reduzi-lo. Para isso, este artigo abordará os seguintes tópicos em torno do tema:
- O que é turnover involuntário?
- Principais causas do turnover involuntário
- Como calcular a taxa de turnover involuntário?
- Impactos do turnover involuntário na empresa
- Estratégias para reduzir o turnover involuntário
Quer saber mais sobre o assunto e evitar uma alta taxa de rotatividade na empresa? Então, acompanhe este artigo!
O que é turnover involuntário?
O turnover involuntário é aquele no qual a empresa decide terminar o vínculo empregatício. Ou seja, não é o funcionário que pediu demissão, mas, sim, a empresa que o demitiu.
Os motivos que levam ao turnover involuntário são distintos e vão desde uma insatisfação da empresa com desempenho do empregado até reestruturação organizacional, crises financeiras, entre outros.
Qual a diferença para o turnover voluntário?
O turnover involuntário é uma decisão exclusiva da empresa, que opta por desligar um funcionário. Já o turnover voluntário acontece quando a decisão pela saída parte do empregado.
No turnover voluntário, as principais motivações para que ele ocorra são: insatisfação salarial, ausência de benefícios atrativos e falta de reconhecimento.
Principais causas do turnover involuntário
Existem algumas causas principais que podem levar ao turnover involuntário na empresa. Saiba, a seguir, quais são elas.
Desempenho insatisfatório do funcionário
Quando um funcionário tem um desempenho abaixo do esperado, ou seja, insatisfatório, a empresa pode optar pela saída deste colaborador, gerando, então, o turnover involuntário.
A decisão pela saída em função de metas não alcançadas é motivada por uma ação estratégica, que busca melhorias no setor ou cria uma expectativa de bons resultados a partir de uma nova contratação.
Problemas de adaptação ao ambiente de trabalho
Muitos profissionais não se adaptam à cultura organizacional da empresa nem ao ambiente de trabalho, levando a empresa a optar pelo turnover involuntário. Essa falta de adaptação pode ser motivada por falsas expectativas dentro da relação trabalhista.
Por exemplo, esse desalinhamento pode acontecer por falta de integração com os colegas de trabalho, ambiente tóxico, dificuldades de adaptação ao modelo de liderança e insatisfação profissional, que leva a maus resultados.
A coordenadora de operações na Comunitive, Cristina Pereira, destaca a importância de alinhar as expectativas do colaborador com os objetivos da empresa:
“Quando falamos em olhar para as pessoas, é essencial considerar a carreira delas e como podemos alinhar seus pontos fortes com os objetivos da empresa”
Mudanças organizacionais ou crises financeiras
O turnover involuntário pode ser causado por mudanças frequentes nos processos organizacionais, que levam a uma queda de desempenho do funcionário e fazem com que o turnover seja uma consequência desta realidade.
As crises financeiras também podem motivar o turnover involuntário, já que uma empresa em situação difícil precisa cortar custos e muitas vezes decide pela saída de um funcionário para conseguir manter o negócio em funcionamento.
Quebra de contrato por parte do colaborador
Muitas vezes o colaborador quebra o que está previsto em contrato, isto é, não cumpre com as responsabilidades previstas. Com isso, a empresa decide pelo imediato rompimento do contrato de trabalho, gerando, assim, o turnover involuntário.
Essa quebra de contrato pode ocorrer por desrespeito às políticas da empresa, comportamento inadequado, falta de ética e ausências frequentes sem justificativa.
Como calcular a taxa de turnover involuntário?
É importante que todas as empresas tenham conhecimento sobre sua taxa de turnover involuntário. Esse dado fornece um caminho para que elas apliquem estratégias corretas e assertivas para reduzir o número de saídas dos funcionários.
O cálculo da taxa de turnover involuntário é bem simples, e considera o número de desligamentos por decisão da empresa dividido pelo número de funcionários no mesmo período. Veja abaixo:
- Número de demissões / Número de funcionários ativos no mesmo período;
- Multiplica-se o resultado por 100 para saber o valor em porcentagem.
Exemplo:
Uma empresa tinha 200 funcionários em janeiro, e foram demitidos 9 funcionários no mesmo mês. Deste modo, ficaram 191 funcionários ativos. O cálculo para encontrar a taxa de turnover involuntário é o seguinte:
- Número de demissões / Número de funcionários ativos no mesmo período;
- 9/191 = 0,047;
- Em porcentagem: 0,047 × 100;
- Taxa de turnover involuntário: 4,7%.
Impactos do turnover involuntário na empresa
O turnover involuntário pode gerar uma série de impactos negativos na empresa. Afinal, a saída de um colaborador é um momento delicado, que precisa de atenção redobrada da empresa para que ocorra de modo ético, justo e assertivo.
Alguns dos impactos principais do turnover involuntário são:
- Custos financeiros: toda saída de funcionário exige gastos com o desligamento e com um novo processo de seleção e recrutamento;
- Impacto no clima organizacional: a demissão de um funcionário pode criar tensão na equipe e até desmotivar colaboradores, criando um ambiente de incerteza e insegurança;
- Sobrecarga de trabalho: uma saída inesperada, por meio do turnover involuntário, pode sobrecarregar funcionários, comprometendo a produtividade e os resultados;
- Queda de produtividade: a saída de um colaborador da empresa pode significar um recomeço no processo de adaptação de um novo funcionário, que precisará passar por treinamentos e formações. O reflexo disso pode ser a queda de produtividade temporária;
- Danos à imagem da empresa: um alto índice de turnover involuntário pode comprometer a boa imagem da empresa no mercado, atrapalhando a atração de novos talentos, investidores e clientes;
- Aumento no número de litígios trabalhistas: durante o processo de turnover involuntário, o empregado que está de saída pode contestar valores a receber ou condutas da empresa, gerando um número elevado de processos trabalhistas.
Estratégias para reduzir o turnover involuntário
É possível adotar algumas estratégias para reduzir o turnover involuntário, o que significa manter uma continuidade das equipes, que tende a contribuir com a obtenção de bons resultados. Conheça algumas destas estratégias.
Aprimoramento do processo de recrutamento e seleção
O aprimoramento do processo de recrutamento e seleção pode reduzir o turnover involuntário. Isso porque, ao dar mais atenção às contratações, a empresa tende a ser mais assertiva na escolha de um profissional.
Afinal, a avaliação de competências e habilidades será mais criteriosa, com um alinhamento maior entre as expectativas do empregado e do empregador. Assim, fica mais fácil adaptar esse novo funcionário à cultura da empresa, evitando o turnover involuntário.
Desenvolvimento e treinamento contínuo
O turnover involuntário pode ser evitado também por meio de desenvolvimento e treinamento contínuo, uma vez que os profissionais estarão mais bem preparados para os desafios que o seu cargo apresenta.
Devidamente prontos e capacitados, a tendência é que os colaboradores atinjam bons resultados na sua função, atendendo as expectativas da empresa, alcançando os objetivos previamente definidos e reduzindo as chances de uma saída por turnover involuntário.
Feedback constante e gestão proativa de desempenho
Os feedbacks constantes são fundamentais para a correção de erros e a evolução profissional. Quando a empresa adota uma gestão proativa de desempenho, ela pode evitar o turnover involuntário.
Isso acontece, pois, com o feedback contínuo e construtivo, a empresa consegue antever falhas ou maus resultados do funcionário, ajudando-o a evoluir sem que seja necessário optar pelo turnover involuntário.
Conclusão
O turnover involuntário pode acontecer em qualquer momento na empresa e precisa de atenção da organização, já que a saída de um funcionário, se não realizada de forma ética e transparente, pode trazer resultados negativos à companhia.
Neste conteúdo, foram apresentadas as causas e os impactos do turnover involuntário, que, de alguma forma, podem comprometer o engajamento, a produtividade e os resultados da empresa.
Foi explicado que um turnover involuntário pode ser motivado por desempenho insatisfatório, crises financeiras e até quebra de contrato, que pode ocorrer quando o colaborador não cumpre com suas responsabilidades e obrigações previamente acordadas.
Por isso, para reduzir o turnover involuntário, é fundamental que a empresa construa estratégias que causem uma queda da taxa de rotatividade na organização e permitam a ela investir na continuidade dos colaboradores e na evolução profissional.
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