Recentemente, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu que a reforma trabalhista de 2017 pode retroagir, ou seja, ser aplicada a contratos de trabalho assinados antes de sua vigência.
Essa decisão trouxe repercussões importantes para empresas e trabalhadores, gerando debates sobre direitos adquiridos e novas interpretações legais. Com implicações que afetam desde o dia a dia das relações de trabalho até as estratégias empresariais, o tema exige atenção tanto de empregadores quanto de funcionários.
Neste artigo, será possível compreender o que essa decisão significa e como ela impacta o mercado de trabalho no Brasil. Confira os tópicos que serão tratados:
- O que é a reforma trabalhista de 2017 e qual foi seu impacto?
- A decisão do TST sobre a retroatividade da reforma trabalhista
- Quais são os possíveis efeitos da retroatividade para os contratos de trabalho?
- O que esperar para o futuro das relações trabalhistas?

Boa leitura!
O que é a reforma trabalhista de 2017 e qual foi seu impacto?
A reforma trabalhista de 2017, sancionada pela Lei n.º 13.467, entrou em vigor em 11 de novembro de 2017 e trouxe mudanças nas leis trabalhistas brasileiras.
Seu principal objetivo foi modernizar as relações de trabalho, adaptando-as às novas demandas do mercado e buscando aumentar a flexibilidade nas negociações entre empregadores e empregados.
A reforma foi projetada para reduzir a burocracia, incentivar a geração de empregos e dar mais autonomia para as partes envolvidas, permitindo acordos mais diretos.
No final do mês em que foi sancionada, uma pesquisa da DataPoder 360 revelou que apenas 17% dos brasileiros acreditavam estarem bem informados sobre a reforma trabalhista, o que demonstrou ser um assunto de pouco conhecimento.
Porém, essas mudanças tiveram impacto direto no mercado de trabalho brasileiro, proporcionando maior flexibilidade para as empresas, mas também gerando novos desafios relacionados à proteção dos direitos dos trabalhadores.
Principais mudanças
A reforma trabalhista de 2017 trouxe novas medidas para as leis do trabalho. Entre as principais mudanças, pode-se mencionar:
- Jornada de trabalho: introdução do trabalho intermitente e possibilidade de flexibilização da jornada, incluindo o banco de horas individual;
- Acordos coletivos: valorização do negociado sobre o legislado em temas como jornada, salário e intervalos;
- Terceirização: permissão para terceirização de atividades-fim, ou seja, funções diretamente ligadas ao principal objetivo da empresa;
- Contribuição sindical: o pagamento da contribuição sindical passou a ser opcional;
- Rescisão de contrato: possibilidade de rescisão por acordo mútuo.
A decisão do TST sobre a retroatividade da reforma trabalhista

Em 25 de novembro de 2024, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu que a reforma trabalhista de 2017 pode retroagir e ser aplicada a contratos firmados antes de sua vigência.
A decisão analisou se as alterações na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) deveriam valer apenas para contratos assinados após 11 de novembro de 2017 ou se também se aplicariam a vínculos já existentes na data da reforma.
Com a retroatividade, dispositivos como o trabalho intermitente, a possibilidade de acordos individuais e a nova forma de cálculo de indenizações podem ser aplicados a contratos anteriores.
Quais são os possíveis efeitos da retroatividade para os contratos de trabalho?
A decisão do TST sobre a retroatividade da reforma trabalhista de 2017 possibilita que as novas regras sejam aplicadas a contratos anteriores à sua vigência. Essa medida gera efeitos para empregadores e empregados, alterando aspectos das relações de trabalho e exigindo adaptação às mudanças previstas na legislação. Entenda a seguir!
Para a empresa
As empresas precisam revisar suas práticas para garantir conformidade com as interpretações legais atualizadas. Para os empregadores, essa mudança implica em:
- Redução de custos: aplicação de novas regras para indenizações e jornadas;
- Negociações diretas: maior flexibilidade para acordos individuais com os funcionários;
- Revisão de contratos: adaptação de contratos antigos às mudanças legislativas;
- Previsibilidade jurídica: esclarecimento sobre a abrangência da reforma em casos trabalhistas.
Para os funcionários
Os funcionários também são impactados pela decisão do TST sobre a retroatividade da reforma trabalhista. Para os trabalhadores, esse entendimento resulta em:
- Alterações nos direitos: aplicação das novas regras de cálculo para indenizações e jornadas;
- Mudanças em contratos antigos: readequação de contratos às novas disposições legais;
- Acordos individuais: possibilidade de negociação direta com o empregador em questões como jornada e banco de horas;
- Adaptação às novas regras: necessidade de compreender os impactos da reforma nos direitos adquiridos antes de sua vigência.
Os empregados devem estar atentos às alterações para garantir que seus direitos sejam respeitados no novo cenário jurídico.
O que esperar para o futuro das relações trabalhistas?

A sociedade está em constante transformação, e o mundo do trabalho não é diferente. A reforma trabalhista e a decisão do TST sobre sua retroatividade refletem essa adaptação às novas demandas. Diante disso, é fundamental estar sempre atento e preparado para as mudanças que impactam empregadores e trabalhadores.
Será que novas reformas podem reverter a decisão?
Sim, novas reformas podem reverter a decisão. Se houver alterações legislativas ou novas interpretações jurídicas, é possível que a retroatividade da reforma trabalhista seja revista.
Contudo, isso dependerá das modificações propostas e das decisões do legislativo e do judiciário em relação às regras trabalhistas.
A importância de adequar políticas internas às mudanças legais
Adequar as políticas internas às mudanças legais é importante para garantir a conformidade com a legislação vigente, evitar processo trabalhistas e minimizar riscos jurídicos.
Além disso, essa prática assegura que as empresas tratem seus colaboradores de maneira justa e estratégica, promovendo um ambiente de trabalho alinhado às normas e aos direitos estabelecidos.
Sobre o assunto, Cristina Pereira, coordenadora de operações na Comunitive, comenta: “a gestão estratégica deve ser constantemente atualizada para se adaptar às mudanças do mercado. Uma palavra-chave seria “mudança constante”, reforçando a importância de adequar as práticas empresariais às transformações legais e de mercado.
Conclusão
Portanto, ficou claro que a decisão do TST de que a reforma trabalhista pode retroagir trouxe mudanças significativas para as relações de trabalho no Brasil.
Foi possível notar que essa retroatividade afeta tanto empregadores quanto empregados, exigindo a adaptação de contratos e políticas internas às novas regras, com impacto direto nos direitos e obrigações de ambos.
É sempre importante acompanhar as mudanças na legislação para garantir que as políticas e práticas estejam alinhadas às novas regras.
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