Top-down e bottom-up: o que é, diferença entre os conceitos e como aplicar na gestão!
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Time Pontotel 7 de junho de 2024 Departamento Pessoal
Top-down e bottom-up: o que é, diferença entre os conceitos e como aplicar na gestão!
Os dois principais modelos de tomada de decisões, top-down e bottom-up, podem ser vantajosos para empresas distintas. Saiba mais!
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A forma como as decisões são definidas pode impactar diretamente o desempenho e a cultura organizacional de uma empresa. Nesse contexto, dois modelos para a tomada de decisões têm ganhado destaque: o top-down e o bottom-up.

As duas abordagens são aplicadas nos mais variados segmentos, desde a indústria e engenharia de software até a psicologia e o marketing. Ambas têm suas vantagens e desafios, e saber qual delas utilizar em cada situação pode ser determinante para o sucesso de um projeto ou da empresa na totalidade.

Neste artigo, estão postos em detalhes sobre o que é o top-down e o bottom-up e como essas abordagens podem ser utilizadas na gestão de organizações. Veja, na lista abaixo, um breve resumo do que será visto mais adiante:

Continue e tire suas dúvidas sobre esses modelos para a tomada de decisões!

Top-down e bottom-up: o que são?

Dependendo do número de colaboradores e da estrutura interna da empresa, o top-down ou o bottom-up podem ser modelos mais ou menos adequados. Uma escolha errada, no entanto, pode gerar impactos no engajamento profissional e na cultura organizacional. Para evitar esses problemas, confira o conceito de top-down e bottom-up.

Top-down   

Top-down (cima para baixo) é o modelo de tomada de decisões mais convencional. As decisões são tomadas por líderes ou executivos de alto nível e, só em seguida, chegam para os níveis hierárquicos inferiores. Por ter um direcionamento de “cima para baixo”, também é conhecido como modelo de gestão “cascata”.

A abordagem top-down é caracterizada pela centralização do poder de decisão em um grupo seleto de executivos. Esses líderes, só depois de tomar as decisões, comunicam as novidades para o restante dos colaboradores, junto de metas e diretrizes sobre como eles podem trabalhar para alcançá-las.

Bottom-up 

O bottom-up (baixo para cima) é uma alternativa ao top-down. Nesse modelo, as decisões partem da base e fluem para cima, ou seja, partem dos colaboradores que estão na linha de frente da empresa. As relações hierárquicas são menos evidenciadas, e o feedback dos colaboradores é valorizado e solicitado em diversos momentos.

Em muitas empresas que adotam o bottom-up, os líderes de departamento ou gestores  ainda possuem a palavra final nas decisões. No entanto, ainda que as determinações possam ser definidas pelos cargos mais elevados, a ideia é que a base da empresa tenha voz e contribua com o planejamento estratégico e a resolução de problemas. 

Segundo uma pesquisa da McKinsey & Company revela que empresas com altos níveis de engajamento dos funcionários, característica marcante desse modelo, são 21% mais lucrativas e 17% mais produtivas do que aquelas com baixos níveis de engajamento.

Essa abordagem pode gerar maior engajamento dos colaboradores e melhorias na qualidade dos serviços prestados pela empresa.

Onde surgiram esses dois conceitos?

Pode ser difícil estabelecer a origem exata para os modelos “top-down” e “bottom-up”, devido ao amplo uso dos termos em diversas áreas do conhecimento. 

No contexto de desenvolvimento de produtos, por exemplo, o top-down é frequentemente associado à abordagem de design em que a solução é criada a partir de uma visão geral e conceitos mais amplos, antes de se aprofundar nos detalhes. 

Já o bottom-up é associado à abordagem de design em que as soluções são criadas a partir de partes menores e detalhes, antes de se chegar a uma visão geral.

Em outras áreas, como gestão e organização, o top-down é frequentemente associado à hierarquia e ao controle centralizado, enquanto o bottom-up é associado à descentralização e à colaboração em equipe, ou seja, a uma gestão horizontal.

Qual a diferença entre top-down e bottom-up?

Duas pessoas observando um notebook

Top-down e bottom-up são dois modelos de gestão distintos, que têm como foco como as tomadas de decisões são realizadas. No top-down, um grupo de executivos é responsável por tomar as decisões. Já no modelo bottom-up, as decisões vêm da base para o topo, isto é, a opinião e as sugestões dos colaboradores são consideradas.

Enquanto empresas que adotam o modelo top-down têm uma hierarquia mais vertical, com a liderança no topo e os colaboradores na base, empresas que adotam o bottom-up seguem uma linha gerencial mais horizontal. 

É importante notar que muitas empresas não se encaixam exclusivamente em um modelo ou outro. Na prática, há um “espectro” entre o top-down e o bottom-up, com empresas que possuem algumas características de um modelo e outras de outro. 

Algumas empresas podem adotar o modelo top-down, mas ainda manter canais por onde os colaboradores podem deixar suas opiniões sobre mudanças ou processos internos. Da mesma forma, empresas com uma abordagem estruturalmente bottom-up ainda podem depender da opinião de um grupo de gestores para determinar as decisões finais.

Como funciona a estratégia de top-down?

O modelo top-down é comum em grandes organizações, com hierarquias bem definidas. Nesse modelo, a tomada de decisões é realizada por líderes de alto nível, que determinam os objetivos e as estratégias a serem seguidas pelos níveis hierárquicos inferiores.

No dia a dia, isso pode se traduzir em uma comunicação mais unilateral, com os líderes transmitindo informações e decisões para os colaboradores, sem necessariamente ouvir ativamente suas opiniões e sugestões.

Os projetos e as mudanças estruturais são planejados em conjunto pelos líderes e supervisores da empresa. Depois de definido o plano de ação, os responsáveis pela tomada de decisões compartilham as metas e as diretrizes com os demais membros da equipe para que possam ser colocadas em prática. 

Nesse processo, há pouco ou nenhum espaço para alterações, uma vez que as decisões já foram tomadas pelos líderes da empresa.

E a estratégia de bottom-up?

O bottom-up parte da premissa de que as pessoas que estão na linha de frente do negócio, lidando diretamente com clientes e processos, possuem um conhecimento valioso. Esse conhecimento não deve apenas servir como uma das fontes de dados para as decisões de gestores e supervisores, mas também deve determinar os rumos da empresa. 

Assim, o modelo de bottom-up incentiva a participação ativa dos colaboradores em discussões e tomada de decisões relevantes.

As equipes são encorajadas a debater ideias e tomar decisões em conjunto, com base em dados e informações coletadas a partir da vivência diária no trabalho. Dessa forma, o modelo pode ser especialmente bem-vindo em organizações menores e startups, que possuem um processo de trabalho mais flexível e horizontal.

Top-down e bottom-up: quais as vantagens e desvantagens das duas estratégias?

Top-down e bottom-up são duas estratégias diferentes de tomada de decisões nas empresas, cada uma com suas vantagens. As organizações que implementam o top-down geralmente estão em busca de vantagens em comum. Na lista abaixo, confira as vantagens:

  • Não há perda de tempo em discussões prolongadas entre diferentes níveis hierárquicos;
  • A direção e a estratégia são definidas pela alta gestão, o que gera uma visão clara e unificada da empresa toda;
  • A alta gestão tem mais controle e pode monitorar mais facilmente o desempenho dos diferentes setores e departamentos da empresa;
  • Há uma maior padronização de processos e procedimentos;
  • O modelo top-down ajuda a evitar conflitos internos e rivalidades entre diferentes níveis hierárquicos;
  • A alta gestão pode implementar mudanças com mais rapidez e eficiência em toda a organização com um modelo de gestão centralizador.

Porém esse modelo também apresenta desvantagens como:

  • Falta de inovação e criatividade, pois as ideias da base não são consideradas.
  • Menor engajamento dos colaboradores.
  • Risco de decisões desalinhadas com a realidade operacional.

Já no caso de empresas com poucos colaboradores ou uma startup interessada em criar uma cultura organizacional de engajamento e participação, os resultados obtidos com o modelo bottom-up podem ser mais interessantes. A seguir, veja quais são eles:

  • Engajamento aprimorado dos colaboradores, já que eles participam ativamente das decisões e podem contribuir diretamente para o alcance das metas da empresa;
  • Melhoria do ambiente de trabalho, uma vez que os colaboradores sentem-se mais valorizados e estimulados a contribuir com ideias e sugestões;
  • Maior aproveitamento do potencial dos talentos internos, que muitas vezes correm o risco de serem subutilizados ou desconhecidos pelos gestores;
  • Estímulo à criatividade e inovação, possibilitando a proposição de soluções diferenciadas para os desafios enfrentados pela empresa;
  • Ampliação da visão de oportunidades e perspectivas de crescimento para o negócio, em função do envolvimento e participação dos colaboradores.

Além desses benefícios, o bottom-up contribui para a redução de conflitos e falhas de comunicação que prejudiquem a eficiência da empresa e a satisfação dos colaboradores.

Entretanto, esse modelo também possui desvantagens:

  • Processos de decisão mais lentos devido a discussões prolongadas.
  • Possível falta de direção clara.
  • Dificuldade em manter a consistência e padronização.

Por exemplo, uma startup de tecnologia que utiliza essa segunda abordagem pode enfrentar desafios ao escalar suas operações, pois a tomada de decisões baseada em consenso pode retardar a implementação de mudanças necessárias rapidamente.

Qual o melhor?

Não existe um modelo de gestão melhor ou pior quando se compara top-down e bottom-up, mas sim aquele que se adequar às necessidades e às características de uma empresa. 

Em grandes organizações, com muitos níveis hierárquicos e uma quantidade numerosa de departamentos, o modelo top-down pode ser mais eficaz na tomada de decisões rápidas e na manutenção de uma visão clara e unificada da empresa como um todo. 

Já em organizações menores e startups, em que a agilidade e a inovação são aspectos cruciais para processos internos e para o relacionamento com o cliente, o bottom-up pode ser mais bem-vindo, incentivando a criatividade e o feedback contínuo.

É importante destacar que há também as empresas que adotam uma abordagem híbrida, que combinam elementos de ambos os modelos para alcançar seus objetivos. 

Por exemplo, em decisões que afetam diretamente o trabalho dos colaboradores, pode ser benéfico adotar uma abordagem bottom-up, enquanto em decisões mais estratégicas, a abordagem top-down pode ser mais apropriada.

Em resumo, não há um modelo melhor ou pior. Cada empresa deve analisar suas necessidades, objetivos e cultura para escolher a abordagem mais adequada.

Como colocar em prática a estratégia de top-down e bottom-up?

A adoção de uma estratégia de gestão top-down ou bottom-up depende do tipo de organização, da quantidade de colaboradores e da cultura empresarial. No entanto, algumas práticas podem ser úteis na aplicação de cada uma dessas abordagens.

É preciso que os líderes da empresa avaliem qual abordagem é mais adequada para cada situação e comecem a planejar ações específicas para desenvolver uma cultura organizacional alinhada com o modelo escolhido. 

Isso inclui, por exemplo, a definição clara de papéis e responsabilidades, a promoção de uma comunicação eficaz em todos os níveis hierárquicos e o incentivo à inovação.

Em ambos os casos, é responsabilidade do setor de Recursos Humanos garantir que todos os colaboradores compreendam os objetivos da empresa e estejam alinhados com as decisões tomadas pelos líderes.

Principalmente em modelos mais horizontais, o RH deve criar um ambiente que estimule a participação ativa dos colaboradores, e a comunicação aberta e transparente.

Conclusão

Várias pessoas observando um relatório

Este artigo explicou as duas principais abordagens de tomada de decisões nas organizações: top-down e bottom-up. Ficou claro que ambas possuem suas vantagens e desvantagens, e que a escolha da melhor estratégia depende do contexto da empresa e dos objetivos que se quer alcançar.

Enquanto o modelo top-down é mais adequado para empresas com muitos níveis hierárquicos e departamentos, que precisam tomar decisões rápidas e manter uma visão clara e unificada da empresa, o bottom-up é mais indicado para empresas que desejam estimular a participação e o engajamento dos colaboradores.

Por fim, vale ressaltar que a escolha de uma abordagem não precisa significar a exclusão da outra, mas sim a complementação das duas. Nesse caso, pode-se obter como resultado uma estrutura de tomada de decisões mais equilibrada e personalizada.

Para mais dicas sobre o mundo corporativo e novidades sobre as práticas de gestão de pessoas, aproveite para visitar outros artigos publicados no blog Pontotel.

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