Entender o tempo médio de permanência no emprego é importante para uma organização por várias razões, visto que envolve a perda de profissionais talentosos para concorrentes e o aumento nos gastos com recursos na contratação e no treinamento de novos colaboradores.
Como será abordado neste conteúdo, a taxa de retenção de talentos varia conforme as gerações de trabalhadores. Apesar disso, independentemente das ações combativas da empresa contra essa alta rotatividade de funcionários, vale considerar o que diz Mário Braile, especialista em gestão de serviços e consultor de capital humano da ETALENT:
“Se o mercado aprender a trabalhar com diferentes gerações e utilizar os perfis de cada geração de acordo com a necessidade daquela empresa, terá um aproveitamento muito grande e uma complementaridade muito importante”.
Afinal, embora haja motivos diferentes que levam as gerações a permanecerem mais ou menos tempo em uma empresa, também existem razões em comum. Assim, deve-se implementar as melhores medidas para evitar essa perda de talentos.
Para tratar o tema com mais detalhes, este texto abordará os tópicos a seguir:
- O que é o tempo médio de permanência no emprego?
- As gerações e seus hábitos de permanência no emprego
- Fatores que influenciam o tempo de permanência no emprego
- Estratégias para aumentar o tempo de permanência dos funcionários
Tenha uma ótima leitura!
O que é o tempo médio de permanência no emprego?
O tempo médio de permanência no emprego é uma métrica essencial a todo negócio, pois mensura o tempo médio que um colaborador passa trabalhando em uma empresa até sair dela.
O cálculo dessa média é simples: soma-se o tempo total que os funcionários permanecem na organização e, em seguida, tal somatória é dividida pelo número total de funcionários.
Entender essa média de permanência é importante por diversos motivos, sobretudo porque é uma forma de a empresa compreender a rotatividade dos funcionários. Se esta estiver alta, por exemplo, sinaliza que há determinados problemas, como insatisfação no trabalho.
As gerações e seus hábitos de permanência no emprego
Seja alto, baixo ou mediano, observou-se que o tempo médio de permanência no emprego varia com base nos tipos de gerações no mercado de trabalho.
Isso foi constatado por meio de um estudo feito pela Talent Academy, startup de soluções de RH, posteriormente divulgado no Valor. Esse levantamento considerou uma escala de 0 a 10 ao comparar a taxa média de retenção. Conheça os resultados dessa pesquisa a seguir:
Baby Boomers
Os Baby Boomers, aqueles nascidos entre 1946 e 1964, tiveram uma taxa média de permanência no trabalho de 8,6.
Geração X
Enquanto isso, os dados referentes à Geração X, que engloba todos os trabalhadores nascidos entre 1965 e 1980, foram uma média de permanência de 7,7.
Geração Y (Millennials)
Aqueles nascidos entre 1981 e 1996, caracterizados como Geração Y ou, ainda, Millennials, tiveram o melhor tempo médio de permanência no emprego conforme a pesquisa: 9,4.
Geração Z
Por último, a Geração Z, que abrange os que nasceram nos anos de 1997 até o presente: em comparação às anteriores, ela possui a menor taxa de permanência no emprego.
Em resumo, o tempo médio de permanência no emprego por gerações ficou assim:
| Geração | Idade atual | Tempo médio de permanência na empresa |
| Baby Boomers | 61 anos ou mais | 8,6 |
| Geração X | 41 a 60 anos | 7,7 |
| Geração Y | 30 a 40 anos | 9,4 |
| Geração Z | 18 a 29 anos | 6,7 |
Fatores que influenciam o tempo de permanência no emprego
O sentimento de trabalho com propósito em um funcionário pode ser prejudicado por inúmeras razões. A depender do funcionário e da situação, essa perda de propósito o fará querer sair da empresa para buscar novas oportunidades em uma organização na qual se sinta pessoal e profissionalmente satisfeito.
Assim, para combater isso, diminuindo a rotatividade dos funcionários, é necessário entender os fatores que influenciam o tempo de permanência na empresa. Confira.
Ambiente de trabalho e cultura organizacional
O sentimento que os colaboradores têm quando estão no ambiente de trabalho possui grande contribuição no tempo médio de permanência no emprego. Se for um local positivo e acolhedor, por exemplo, isto os fará permanecer na empresa, afinal, sentem-se valorizados.
Nesse sentido, quando os colaboradores se sentem respeitados no dia a dia, sobretudo em termos de diversidade e inclusão, o sentimento de pertencimento é favorecido. Isso se aplica a qualquer modelo de trabalho: presencial, híbrido ou remoto.
Benefícios e remuneração
Outros dois pontos que favorecem o tempo médio de permanência no emprego, evitando que os funcionários passem menos tempo na empresa, são os benefícios corporativos e a remuneração.
Ambos funcionam como atrativo para os trabalhadores permanecerem no trabalho: eles sentem que a remuneração está alinhada às suas funções e, somado a isso, ainda ganham benefícios que os incentivam, como planos de saúde, auxílio-creche e previdência privada.
Liderança
Independentemente do setor, a liderança está presente em todos os negócios, favorecendo ou não o tempo médio de permanência no emprego. Quando um funcionário tem um líder que o incentiva, transmitindo confiança, isso lhe traz propósito, fazendo-o ficar na empresa.
O mesmo não ocorre no cenário inverso, isto é, quando um trabalhador se vê obrigado a conviver diariamente com um líder tóxico até o momento de decidir pedir demissão. Inclusive, Bruno Rodrigues, CEO e cofundador da GoGood, fala algo interessante acerca disso:
“Grande parte das pessoas, estou falando de cerca de 70% delas, que saem voluntariamente do trabalho, o fazem por causa da dinâmica direta com seu líder direto”.
Oportunidades de crescimento
Uma parte dos funcionários que sai das empresas o faz porque está em busca de novas e melhores oportunidades de crescimento profissional em outras organizações.
Para evitar esse problema, retendo talentos com eficiência e beneficiando o tempo médio de permanência no emprego, a empresa precisa adotar algumas medidas estratégicas. Duas principais são oferecer planos de carreira e investir em treinamentos corporativos.
Estratégias para aumentar o tempo de permanência dos funcionários
Há ações práticas que a organização deve adotar para evitar a frequente perda de talentos e, assim, aumentar o tempo médio de permanência no emprego. Veja as principais:
- Criar um local de trabalho inclusivo e positivo, o que pode ser feito com eventos sociais e desenvolvimento de cultura respeitosa, sobretudo em relação à diversidade;
- Proporcionar para todos os times e setores oportunidades de crescimento profissional por meio de programas de treinamentos contínuos e cursos;
- Implementar um plano de carreira para cada um dos funcionários, pois é uma forma de, em longo prazo, eles ganharem a motivação necessária para ficar na empresa;
- Adotar programas de bem-estar — como oferecer auxílio-academia e sessões de terapia — para favorecer a saúde física e mental dos colaboradores;
- Proporcionar formas de o funcionário equilibrar melhor sua vida pessoal e profissional — é o caso dos horários flexíveis e do trabalho remoto ou híbrido.
Conclusão
O tempo médio de permanência no emprego é um indicador crucial para toda empresa, das maiores às menores, e independentemente do seu segmento. Ela mede o quão desejosos estão seus funcionários de permanecer no trabalho ou sair dele quanto antes.
Se ela estiver com média alta, significa que a organização tem adotado excelentes ações para fazer o quadro de pessoal sentir satisfação profissional, eliminado neles o desejo de pedir demissão. Porém, caso essa média esteja baixa, deve-se adotar as estratégias, como as citadas ao longo deste conteúdo, para combater a alta rotatividade de funcionários.
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