Ingressar no mundo corporativo é o sonho de muitos profissionais. Mas, os termos utilizados na maioria das empresas podem assustar quem está começando no mercado de trabalho. Principalmente, em áreas como o marketing e tecnologia da informação, é comum a utilização de palavras em inglês ou abreviações. Stakeholders é uma delas.
Apesar de muitas pessoas não identificarem o termo à primeira vista, trata-se de um ou mais públicos bastante importantes para a empresa e, certamente, está próximo do dia a dia dos colaboradores mais do que muitos imaginam. Por isso, é essencial entender o conceito e saber qual a importância dos stakeholders para o negócio.
Para explicar melhor o tema, entender quais são os tipos de stakeholders e dar alguns exemplos na prática, este artigo vai responder às seguintes perguntas.
- O que são stakeholders?
- Influência e impacto dos stakeholders na empresa
- Quais os tipos de stakeholders?
- Qual a diferença entre shareholders e stakeholders?
- Qual a importância de ter e identificar os stakeholders de um projeto?
Quer saber mais? Então, continue a leitura.
O que são stakeholders?
Na tradução livre do inglês para o português, stakeholders significa partes interessadas. No mundo corporativo, o conceito se aplica em qualquer indivíduo ou empresas que podem ser impactados por um negócio. O termo começou a ser utilizado com esse olhar pelo filósofo norte-americano Robert Edward Freeman, na década de 1980.
Um erro de muitos profissionais é pensar que apenas os clientes, os fornecedores e os parceiros comerciais são considerados stakeholders. O fato é que essa concepção está incompleta.
Todos esses públicos são sim grupos de interesse, mas soma-se a eles toda e qualquer pessoa ou organização que esteja de certa forma relacionada com aquela companhia. Para todos esses stakeholders, aquela empresa terá algum tipo de valor, muitas vezes, econômico.
Por exemplo, suponha que uma nova nova loja de carros será construída no terreno vizinho ao seu prédio. Para isso, a empresa precisará fechar um trecho da rua durante o período da reforma. Mesmo que você não tenha a intenção de comprar um novo automóvel naquele estabelecimento, você é um stakeholder, pois está sendo diretamente impactado pelas ações do negócio.
No caso acima, o impacto é negativo, porque atrapalha sua rotina. Porém, se você fosse um potencial comprador, logo, uma parte interessada na inauguração da loja, o efeito seria positivo e o início de um bom relacionamento com o cliente. De uma maneira ou de outra, todos os vizinhos dessa obra são stakeholders.
Para que serve?
Você pode estar se perguntando qual a finalidade de nomear o público interessado pelas ações de uma empresa. A verdade é que o termo começou a se dissipar no ambiente corporativo, pois, ao longo dos anos, ficou evidenciado a importância de se preocupar com as pessoas interessadas em todos os movimentos e produtos finais de um negócio.
Antes, o objetivo dos colaboradores era sempre focado nos números: lucros, produtividade, perdas, receita, etc. A partir de um determinado momento, o comportamento da população começa a sofrer uma transformação, com uma busca por propósitos, além de bons preços e bons produtos ou serviços.
Não bastava mais ter a melhor mercadoria ou melhor custo-benefício, é preciso convencer as pessoas de que a empresa impacta positivamente a sociedade, o meio-ambiente e os negócios como um todo. Neste cenário, o conceito de stakeholders começou a ser utilizado e a organização interna das companhias mudou, passando a se ter um olhar mais estratégico para as pessoas.
Voltando ao exemplo da loja de carros, imagine que em nenhum momento os gestores se preocupem em avisar os vizinhos sobre a obra e pedir desculpas pelo transtorno temporário. Certamente, as reclamações seriam constantes.
Com um bom planejamento e comunicação voltada para esses stakeholders, é provável que a obra tenha ocorrido com mais tranquilidade.
Quem são os stakeholders?
Agora que você sabe o que são stakeholders, a principal dúvida, provavelmente, é quem eles são. Não existe uma regra para definição desse público, e cada empresa pode ter partes interessadas diferentes. Por isso, o ideal é entender quem pode ser um stakeholder da sua empresa e como identificá-los.
Internos e Externos
O primeiro ponto a se lembrar é que, quando nos referimos a stakeholders, não estamos falando apenas do público externo. O colaborador da empresa também é uma parte interessada e impactada pelos negócios da companhia e, por isso, deve ser considerado nas estratégias e na comunicação corporativa.
Sendo assim, ao construir o planejamento estratégico da companhia, é obrigatório pensar que sempre haverá dois públicos principais para serem impactados, direta ou indiretamente: o interno e o externo.
Exemplos de stakeholders
Quase todas as pessoas relacionadas com a empresa de alguma forma são stakeholders, normalmente, dividi-los por categorias ajuda na definição da maneira de se comunicar e planejar ações para cada um deles. Alguns exemplos que podemos citar aqui são:
- Colaboradores;
- Clientes;
- Parceiros comerciais;
- Fornecedores;
- Concorrentes;
- Investidores;
- Gestores;
- Governo;
- Entre outros.
A verdade é que, independentemente de qual for o grupo de stakeholders prioritários de cada empresa ou projeto, sempre é essencial construir um planejamento que foque em desenvolver a confiança dessas pessoas ou empresas. Eles devem confiar no seu negócio, no seu novo produto ou no seu novo projeto, pois sabem que são valorizados pela companhia.
Influência e impacto dos stakeholders na empresa
Os stakeholders são as partes interessadas pelos negócios e atividades da empresa. Então, é claro que as ações da companhia geram impacto nos stakeholders, porém, o contrário também é verdade. As decisões e as opiniões dos grupos de interesse podem ter influência nos resultados da empresa e, principalmente, na tomada de decisão dos gestores.
De maneira geral, é importante que cada um desses stakeholders estejam satisfeitos com a empresa, pois eles são responsáveis por disseminar a reputação da empresa, investir em novos negócios ou ainda consumir os produtos e serviços oferecidos. Se apenas uma parcela dos interessados estiver descontente, pode haver impactos negativos.
A empresa precisa oferecer um valor para os seus stakeholders. Quando falamos de investidores, o valor deve ser econômico. Já parceiros comerciais, precisam saber que estão lidando com uma companhia séria que valoriza suas relações com fornecedores e clientes. Já os colaboradores buscam o reconhecimento profissional.
Vamos aprofundar um pouco o exemplo, considerando os colaboradores como stakeholders. Funcionários infelizes, além de produzirem menos, podem contribuir para prejudicar o employer branding da marca, dificultando a atração e retenção de talentos.
Por outro lado, com uma estratégia apropriada para esse público, é possível aumentar a motivação dos trabalhadores e otimizar os resultados da companhia, inclusive, diminuindo a taxa de turnover.
Fica claro então que conhecer os seus stakeholders não apenas impacta positivamente a relação com essas partes interessadas, mas também os negócios da empresa como um todo.
Quais os tipos de stakeholders?
Já foi abordado que existem diversos grupos de stakeholders, mas eles também podem ser divididos por nível de importância para a empresa ou para determinado projeto, sendo denominados primários ou secundários.
Porém, como definir quais se encaixam em cada tipo? Basicamente, é necessário indicar um grau de dependência para cada perfil. Se ela for alta, o perfil se encaixa nos stakeholders primários, se for mais baixo, nos secundários.
Quando falamos da empresa como um todo, por exemplo, investidores e colaboradores possuem um alto impacto e/ou influência na companhia, então, encaixam-se no primeiro grupo. Já o governo e a imprensa são impactados ou exercem influência no negócio em menor nível.
Parece simples, mas pode ficar um pouco mais complexo quando dividimos por setores ou projetos. A área de comunicação externa, por exemplo, cria ações específicas destinadas à imprensa. Neste caso, este grupo de stakeholders se torna primário para aquela demanda e os colaboradores se tornam secundários.
Como gerenciar?
São em situações como as citadas acima em que se faz necessária uma gestão correta dos stakeholders. Para isso, os responsáveis precisam conhecer profundamente a empresa ou o projeto em questão para mapear todos os grupos de interesse que podem influenciar ou serem impactados.
Saber qual o grupo, ou a pessoa chave a ser influenciada, pode ser um diferencial para o sucesso dos negócios. Além disso, torna-se essencial entender como se comunicar com cada um desses perfis diferentes, priorizar qual é o principal stakeholder e elencar uma série de ações que podem facilitar a conversa com as partes interessadas.
Não fazer este estudo de público é um erro que pode custar todo um planejamento. Antes de colocar um projeto em prática, ouvir a opinião dos stakeholders sobre o que eles esperam de determinada ação também é uma boa estratégia de gerenciamento. A partir daí, desenvolver um plano mais assertivo, com menos impacto e mais benefícios para todas as partes envolvidas, será mais fácil.
Qual a diferença entre shareholders e stakeholders?
Dois termos bastante parecidos, mas com significados distintos, causam confusão em quem está ingressando no mercado de trabalho: shareholders e stakeholders. Apesar de serem bem semelhantes, a diferença é grande. Para começar, a palavra shareholder significa em português acionista.
Acionista é aquele indivíduo que possui uma parte de uma empresa, chamada no mercado de ação. O shareholder investe dinheiro no negócio, comprando uma ou mais ações. Para quem não está familiarizado com este mercado, todo acionista pode ganhar ou perder capital ao apostar em uma empresa.
Esse resultado vai depender de uma série de fatores, mas, entre eles, estão as decisões estratégicas da companhia. Sendo assim, um passo errado de uma empresa pode prejudicar seriamente um shareholder. Essa relação faz com que todos os acionistas sejam stakeholders de uma empresa.
Voltando um pouco aos tipos de stakeholders, se os acionistas investem seu capital na empresa, significa mais recursos para o negócio. Em troca, eles esperam que os resultados correspondam a sua confiança na companhia. São pessoas ou organizações que possuem bastante influência na instituição.
Se eles estiverem satisfeitos, inspiram confiança para novos investidores. Insatisfeitos, retiram seus investimentos e diminuem os recursos do seu negócio. Possuem, então, um alto grau de participação. Concluímos, por fim, que os shareholders são, então, stakeholders primários.
Resumindo, nem todos os stakeholders são shareholders de uma empresa, mas, certamente, todos os acionistas formam um grupo de interesse.
Qual a importância de ter e identificar os stakeholders de um projeto?
Já falamos que nem sempre um stakeholder secundário ocupa essa posição, dependendo de uma combinação de diversos fatores, especialmente em grandes empresas. Por isso, é bastante comum que os gestores analisem os grupos de interesse de cada projeto.
O objetivo principal dessa atitude é entender como cada um deles podem ser impactados ou que tipo de influência podem exercer durante a execução das ações. O planejamento do projeto deve prever qual a melhor maneira de lidar com cada um desses perfis, inclusive, na forma de se comunicar e do que comunicar.
Um grupo de investidores, por exemplo, precisa de uma comunicação mais formal, focada em resultados do negócio, em números. Já a comunidade, pode precisar de uma conversa presencial e com termos mais leigos para entender a importância do que está sendo feito pela empresa.
Sendo assim, é um diferencial importante para o sucesso do projeto pensar nas partes interessadas, diminuindo as chances de erros ou problemas futuros. Talvez, esse seja o passo mais significativo a ser levado em consideração pelos líderes de projetos.
Conclusão
Os stakeholders são, então, todos os grupos de pessoas ou organizações que podem ter algum tipo de interesse pelas ações de uma determinada empresa. As partes interessadas podem ser desde colaboradores, considerados stakeholders internos, até investidores, fornecedores, clientes e comunidade, chamados de externos. Nenhum deles deve ser desconsiderado nos planos da companhia.
Para as empresas, é importante entender que há níveis de stakeholders a depender de seu grau de influência nos negócios da empresa e que essa prioridade pode mudar a cada projeto. Por isso, conhecer bem o conceito e aplicá-lo em cada planejamento é um fator diferencial para o sucesso da empresa.
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