Síndrome de burnon: qual a diferença entre burnout?
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Time Pontotel 26 de agosto de 2024 Gestão de Pessoas

Síndrome de burnon: saiba a diferença entre a síndrome de burnout, quais os sintomas e como a empresa deve agir!

Descubra como funciona a síndrome de burnon e conheça os prejuízos que o excesso de trabalho traz para os funcionários e para a empresa.

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O desgaste pelo excesso de trabalho é um tema recorrente no mercado, e é visto com preocupação pelas empresas por causar inúmeros problemas nos colaboradores. A síndrome de burnon é uma dessas condições preocupantes. 

A síndrome de burnon tem como premissa justamente o trabalho em excesso que leva o profissional a um esgotamento completo, impactando inclusive a sua saúde mental e física, acarretando o desenvolvimento de doenças. 

Um levantamento realizado pelo Ministério da Previdência Social revelou que os afastamentos do trabalho ocasionados por problemas de saúde mental aumentaram 38% no ano de 2023, em comparação com 2022. 

Diante dessa preocupação recorrente com o esgotamento e a sobrecarga de funcionários, este artigo irá tratar dos perigos da síndrome de burnon e dar dicas de como preveni-la. 

Os seguintes tópicos serão abordados: 

Boa leitura!

O que é síndrome de burnon?

A síndrome de burnon é um termo recente utilizado para descrever uma condição relacionada à saúde mental, originada a partir do excesso de trabalho. Muitos descrevem o burnon como uma depressão mascarada.

Essa condição foi citada inicialmente no livro “Burn-on: Always on the Brink of Burnout”, escrito pelo psiquiatra Timo Schiele, em parceria com o psicoterapeuta, Dr. Bert te Wildt. Em entrevista à DW, Timo Schiele descreveu a síndrome de burnon da seguinte forma:

“Os pacientes estão sempre à beira de um colapso, mas seguem em frente e cultivam, por trás de um sorriso, um tipo diferente de exaustão e depressão”. 

Como funciona a síndrome de burnon?

homem sentado de frente para um notebook fazendo anotações em um caderno e com a mão na cabeça com expressão de cansaço

A síndrome de burnon se caracteriza por uma dedicação excessiva, sem descansos, ao trabalho. Essa sobrecarga de atividades acaba levando o profissional à exaustão. Mesmo em estado de esgotamento, esses profissionais não pedem afastamento de suas atividades.

O burnon é muitas vezes confundido com a dedicação ao trabalho, mas essa obsessão por tudo que envolve as atividades profissionais traz consequências à vida pessoal do indivíduo, afetando a sua saúde mental e física. 

A síndrome de burnon é reconhecida pela OMS?

Por ser um termo recente e ainda não haver estudos técnicos na comunidade médica internacional, a síndrome de burnon ainda não é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde. 

Qual a diferença entre a síndrome de burnon e burnout?

Burnon e burnout se confundem, tanto que o burnon é visto como um “parente próximo” da outra condição. Porém, apesar de serem condições que tem como base a saúde mental, eles possuem diferenças.

O burnout se caracteriza principalmente por um desgaste excessivo, muitas vezes emocional, que leva a pessoa à incapacidade de se dedicar às suas atividades. Irritabilidade e cansaço extremo são alguns dos sintomas do burnout

A ausência do trabalho recorrente, por meio de faltas e atrasos, podem ser sinais do burnout.

A síndrome de burnon também tem como reflexo o cansaço extremo causado pelo trabalho. No entanto, diferentemente do burnout, em que o profissional precisa se afastar das funções, no burnon ele cria uma paixão excessiva pela sua função e continua trabalhando até o esgotamento crônico. 

Falta de tempo para se dedicar a atividades pessoais, isolamento social, depressão mascarada e ansiedade são algumas das características desta síndrome.

Quais os sintomas da síndrome de burnon?

mulher sentada de frente para um notebook com as mãos na cabeça com expressão de cansaço

Um indivíduo com burnon pode chegar a um cansaço crônico. Porém, antes desse esgotamento total, alguns sinais já podem ser reflexo de uma condição relacionada à síndrome de burnon. Conheça, a seguir, alguns desses sintomas.

Comorbidades psicológicas

Conhecida como depressão mascarada, a síndrome de burnon pode gerar comorbidades psicológicas crônicas, como crises de ansiedade e pânico. Tudo isso é reflexo de uma cobrança excessiva por resultados e de um perfeccionismo exacerbado. 

Esse workaholismo, então, traz danos à saúde mental do profissional, e ele não consegue mais sentir prazer com coisas que não são do trabalho. Ao longo do tempo, o colaborador começa a se sentir desmotivado e infeliz nos âmbitos profissional e pessoal.

Doenças secundárias

A síndrome de burnon afeta a saúde física e mental do indivíduo, desencadeando doenças secundárias. Tudo é reflexo de uma condição de desgaste excessivo e muitas vezes crônico. 

Algumas das doenças secundárias que podem se originar a partir da síndrome de burnon são:

  • Depressão;
  • Insônia;
  • Doenças cardiovasculares; 
  • Doenças de pele;  
  • Obesidade; 
  • Transtornos de ansiedade; 
  • Problemas intestinais;
  • Crises de pânico. 

Fenômenos psicossomáticos

Os fenômenos psicossomáticos são aqueles em que condições emocionais acabam impactando o desenvolvimento de sintomas físicos. E a síndrome de burnon é uma das doenças que podem gerar esses fenômenos.

Como no burnon o colaborador se dedica completamente ao trabalho, até a exaustão, ele acaba não identificando possíveis problemas físicos aparentes. Contudo, sua saúde mental futuramente irá desenvolver doenças originadas pela pressão emocional. 

Por exemplo, é normal que uma pessoa com burnon sinta dores de cabeça de forma recorrente, crises de gastrite, ansiedade extrema, dermatites e outros problemas que se originam pelo desequilíbrio da saúde mental devido ao excesso de trabalho.

Como prevenir o burnon?

É possível prevenir a síndrome de burnon! Em um mercado de trabalho exigente, que cobra resultados imediatos, é normal que os funcionários se sintam pressionados em suas funções. Contudo, é necessário equilibrar a vida pessoal e profissional. 

Isso significa que o profissional não deve viver 100% do tempo dedicado ao trabalho. É fundamental reservar períodos para cuidar da saúde mental e emocional, com atividades desestressantes, fora do ambiente de trabalho, e que ofereçam uma sensação de relaxamento. 

Portanto, algumas atitudes podem resguardar um profissional da síndrome de burnon:

  • Praticar atividades físicas regularmente; 
  • Manter uma alimentação saudável; 
  • Ter uma boa qualidade de sono; 
  • Gerir o estresse, com atividades pessoais — ir ao cinema, ler, meditar; 
  • Fazer terapia regularmente.

E como tratar o burnon?

A síndrome de burnon deve obedecer um tratamento individualizado, que pode contar com a ajuda de profissionais de áreas distintas da saúde. Cada profissional ajudará quem sofre da síndrome a valorizar mais o autocuidado. 

Várias frentes são importantes neste processo de tratamento, até que o indivíduo consiga ter as ferramentas necessárias para alcançar o equilíbrio mental e físico e lide bem com a síndrome ao longo do tempo, evitando um cenário de trabalho excessivo.

A terapia é uma boa alternativa para identificar os próprios comportamentos e refletir sobre o que é possível mudar, recebendo de um terapeuta as ferramentas necessárias para lidar com o estresse e a ansiedade. 

Em alguns casos, medicamentos prescritos por um psiquiatra também podem ser um bom suporte neste processo, aliviando os sintomas.

A mudança do estilo de vida é outra atitude importante para tratar a síndrome de burnon, que pode começar pela prática regular de exercícios físicos e por uma dieta balanceada, que ajudam a alcançar um bem-estar físico e mental ao longo do tempo.  

Qual o papel do RH diante de casos de burnon na empresa?

O RH tem um papel importante na empresa para prevenir a síndrome de burnon entre os funcionários e para dar suporte àqueles que precisam lidar com esse problema. 

Os primeiros passos que um RH deve dar para mitigar o problema são identificar possíveis funcionários com burnon e estabelecer limites que evitem demandas de trabalho excessivas para eles. O setor pode ainda fornecer recursos direcionados à ajuda psicológica, até como forma de prevenção. 

O RH pode ainda manter um diálogo aberto com os funcionários e incentivar os líderes para que estes estimulem os colaboradores a fazerem momentos de descanso, para não ficarem sobrecarregados de atividades diariamente.  

Iniciativas da empresa para prevenir a síndrome de burnon

Todas as empresas estão passíveis de ter funcionários com estresse e sobrecarga de trabalho em algum momento, a partir das demandas que vão surgindo. Entretanto, é essencial desenvolver iniciativas para resguardar a empresa da síndrome de burnon. 

Algumas das estratégias que a empresa pode adotar para evitar que os funcionários sofram com essa síndrome são: 

  • Criar campanhas de conscientização, mostrando os reflexos do excesso de trabalho;
  • Ser flexível quanto a horários e modelos de trabalho;
  • Desenvolver uma cultura de feedback, dando abertura para a opinião dos colaboradores;
  • Promover ações de bem-estar, como ginástica laboral, hora zen, etc.; 
  • Avaliar prazos e metas, evitando sobrecarregar as equipes;
  • Valorizar o funcionário, com um bom salário e um bom pacote de benefícios; 
  • Oferecer um suporte psicológico de forma individualizada para os funcionários.

Conclusão

Prezar pela boa saúde mental e física dos funcionários é um item essencial para ter uma equipe engajada e produtiva. Este conteúdo mostrou que muitas síndromes podem comprometer os resultados organizacionais, sobretudo a síndrome de burnon. 

Isso porque um funcionário com burnon se vê cada vez mais sobrecarregado e, por não parar o trabalho, acaba sofrendo com problemas de ordem mental e física. Isso desencadeia doenças secundárias e comorbidades psicológicas. 

Devido aos perigos da síndrome de burnon, o RH deve estar sempre atento às realidades individuais de cada funcionário e promover ações que evitem o trabalho excessivo, focando, assim, o bem-estar mental e físico de seus profissionais.  

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