A rotatividade de funcionários, também conhecida como “turnover”, é um termo utilizado para medir as admissões e demissões de funcionários dentro de uma empresa. Este termo é originado da língua inglesa que significa: “virada”, mas pode ser utilizado em diferentes ocasiões.
Durante 2020, segundo dados do Novo CAGED, as demissões cresceram 10,5% e as admissões caíram em 9,6%, ou seja, há mais pessoas sendo desligadas do que admitidas no mercado de trabalho.
Os índices de turnover devem ser acompanhados com frequência, pois, se os números forem extremos – muito alto ou muito baixo – é ruim para a companhia e o RH precisa intervir.
Confira, o que iremos abordar logo abaixo:
- Rotatividade de funcionários ou turnover: o que é?
- Como constatar a alta rotatividade de funcionários?
- Quais os malefícios da rotatividade de funcionários para a empresa?
- Quais motivos levam a alta rotatividade nas empresas?
- Qual a diferença entre rotatividade de funcionários e absenteísmo?
- Como calcular o índice de rotatividade na empresa?
- Como diminuir a rotatividade de funcionários na empresa?
Rotatividade de funcionários ou turnover: o que é?
Como dito anteriormente, o termo rotatividade de funcionários ou turnover, é designado a um índice que mede a quantidade de pessoas que se desligam e ingressam em uma empresa.
Os fatores a serem considerados na hora de rastrear o motivo do turnover são inúmeros, e vão desde felicidade e satisfação profissional até incompatibilidade com a chefia e cultura organizacional da empresa, além de motivos pessoais.
Como constatar a alta rotatividade de funcionários?
As demissões em uma empresa podem ocorrer por diversos motivos, isso resulta em diferentes tipos de turnover, e é de extrema importância que a área de Recursos Humanos identifique qual deles se encaixa mais com o padrão de desligamento que está ocorrendo. É por meio dele que a solução será encontrada para minimizar a alta rotatividade de funcionários.
Veja abaixo os principais tipos de turnover:
Turnover voluntário
Como o próprio nome deixa explícito, o turnover voluntário ocorre quando o funcionário decide, por vontade própria, se desligar da empresa.
Os motivos do desligamento voluntário podem ser inúmeros, desde um motivo pessoal até mesmo problemas com a própria empresa, os quais podem estar atrelados a:
- Insatisfação com o local de trabalho ou salário;
- Propostas de trabalho mais vantajosas para o trabalhador – mais perto de sua residência, melhor salário e etc.;
- Conflitos internos não resolvidos, os quais podem trazer sentimento de insegurança ou medo, levando a opção de desligamento;
- Empresa sem plano de carreira para o trabalhador;
- Empresa que não investe no colaborador, sendo um exemplo de investimento na educação corporativa.
Esse tipo de desligamento por parte do empregado, é bastante prejudicial à empresa. Pois, além de haver o alto custo com as rescisões e seleções de novos colaboradores, a empresa acaba por perder um talento para uma outra corporação, e ainda há o tempo gasto na adequação do funcionário substituto na empresa, o que gera uma queda na produtividade do time.
Turnover involuntário
Se o turnover voluntário é quando o funcionário se voluntaria a sair, o involuntário é quando a ação de demissão parte da empresa e seus motivos, ao contrário do voluntário, são bem específicos.
As motivações para esses tipos de demissões são mais restritivas e, quando há uma taxa alta de rotatividade involuntária, o RH deve interferir e conferir a raiz desses desligamentos – se é o recrutamento e seleção que devem ser mais alinhados com a cultura da empresa, ou se o problema está em determinados setores, entre outras possíveis causas.
Confira abaixo alguns motivos para que um turnover involuntário ocorra:
- Quebra de contrato;
- Comportamento incompatível com as políticas da empresa;
- Não adequação ao fit cultural;
- Falta de comprometimento com o trabalho;
- Não há iniciativas vindas do funcionário para melhoria em sua performance;
- Crise financeira vivida pela empresa que faz com que demissões de colaboradores sejam necessárias.
Quais os malefícios da rotatividade de funcionários para a empresa?
Como descrito anteriormente, ambos tipos de rotatividade – voluntário ou involuntário – trazem malefícios para as empresas, como por exemplo, arcar com os custos impostos pela legislação trabalhista a qual envolve pagamento dos dias trabalhados, aviso prévio, indenização, multas e outros.
Contudo, existem outros malefícios, os quais não envolvem o financeiro, que deveriam ser relatados, como:
- Queda da produtividade: quando um novo colaborador ingressa na empresa, um tempo de produção terá que ser voltado para o treinamento e adaptação desse colaborador.
- Mudança no clima organizacional: mais comum quando se tem turnover involuntário, pois quando uma empresa demite uma pessoa, há uma alteração no comportamento do time, o qual podem apresentar estresse pela sobrecarga de trabalho, ou ansiedade e medo de ser o próximo a ser desligado.
- Comprometimento do nome da marca: caso a demissão esteja em um nível elevado, a imagem da empresa como empregadora pode ser altamente prejudicada e a imagem da empresa como um todo pode ser afetada.
- Perda de talentos e investimentos: se a empresa investe em seus colaboradores, não é nada fácil perder um deles para concorrência, uma vez que não dará para reparar o dinheiro investido no colaborador e será muito difícil achar ou igualar um colaborador novo com as habilidades e competências do que se desligou.
Quais motivos levam a alta rotatividade nas empresas?
Os motivos que levam à alta rotatividade de funcionários nas empresas podem ser consequência de vários fatores e todos distintos uns dos outros. Por isso, separamos os mais comuns de acontecerem:
Clima organizacional ruim
Uma empresa ter e manter um clima organizacional ruim, é sinal de que ela não está se preocupando com a qualidade de vida de seus trabalhadores. Além disso, pode vir a ser um dos principais fatores para desmotivação e absenteísmo na organização.
Falta de flexibilidade
Promover a flexibilidade no trabalho é essencial para um bom clima e produtividade em seu time, já que é uma forma de dar autonomia para o colaborador gerir seu próprio horário.
A falta dela pode acarretar em sobrecarga de um funcionário a ponto de pedir demissão, e aumentar ainda mais o índice de rotatividade de funcionários na empresa.
Falta de benefícios ou má remuneração
A falta de benefícios e salários baixos é um dos mais comuns motivos para que se tenha um desligamento partindo do trabalhador, não somente por causar diminuição no engajamento, mas também por ser um facilitador para que uma empresa perca talentos para outra com uma proposta melhor.
Falta de plano de carreira e desenvolvimento profissional
Já a falta de adoção de meios de desenvolvimento profissional dentro de uma empresa, como: educação corporativa, feedbacks e plano de carreiras, é um agravante para que turnovers voluntários aconteçam. Já que, eles são um meio de investir no próprio time e mostrar que a empresa se importa com a carreira e qualificação de seus profissionais.
Liderança autoritária
Quando se tem uma liderança focada apenas no jeito em que as atividades serão realizadas e não no bem estar de seu time, pode se dizer que há uma liderança autoritária.
Além de criar um ambiente de trabalho tóxico, ele pode causar problemas psicológicos para seus colaboradores, como: ansiedade e estresse, afetando o clima organizacional da empresa e não dando espaço para que os trabalhadores tenham um desenvolvimento profissional, uma vez que não passam de executores de tarefas.
Qual a diferença entre rotatividade de funcionários e absenteísmo?
Muito se confunde sobre rotatividade de funcionários e absenteísmo, uma vez que ambos giram em torno da falta de engajamento de um time, contudo, eles não são a mesma coisa.
Enquanto a rotatividade de pessoas é o número de desligamentos relacionados com o número de ativações, o absenteísmo está relacionado com funcionários que se ausentam – seja por faltas ou afastamentos- enquanto ainda estão relacionados com a empresa.
Ou seja, enquanto o primeiro está relacionado com o número de quebra de vínculos com a empresa, o segundo é sobre ausências de pessoas ainda contratadas por uma empresa.
Importante ressaltar que, ambos, em excesso são prejudiciais à empresa.
Como calcular o índice de rotatividade na empresa?
Para fazer o cálculo do índice de rotatividade de funcionários você precisa ter em mãos: o número de funcionários que foram admitidos, os demitidos – não importando qual a razão para tal – e o número atual e total de colaboradores.
1º Passo: some as admissões e demissões e divida por 2
Número de admissões + Número de Demissões / 2 = “x” resultado
2º Passo: o resultado da primeira conta (x) será dividido pelo número de funcionários
“x” / número total e atual de funcionários da empresa= “y” resultado
3º Passo: o resultado (y), agora, será multiplicado por 100 para que se tenha a porcentagem do índice de rotatividade de funcionários
“Y” X 100 = índice de rotatividade
Como diminuir a rotatividade de funcionários na empresa?
Não há segredos para que se tenha a diminuição da rotatividade de funcionários, pois do mesmo jeito que se tem vários motivos para que ele ocorra, há vários meios de diminuí-los. Contudo, há alguns hábitos e ações que sua empresa pode adotar para diminuí-lo.
- Pesquisa de clima organizacional;
- Oferecer plano de carreira para sua equipe;
- Invista em seus funcionários – assim um sentimento de pertence será criado e a motivação será mantida;
- Ofereça benefícios – vale alimentação, vale transporte, convênios, comissões e etc..;
- Estimule a comunicação interna;
- Aprimoramento no processo seletivo;
Como o RH pode auxiliar?
Na hora diminuir a rotatividade de funcionários, o RH é o seu principal aliado.
Uma vez que a rotatividade de funcionários é mais elevada em empresas que não sabem contratar, o RH pode ser seu parceiro para aprimorar as táticas de recrutamento e seleção, evitando que candidatos não alinhados com a perspectiva e metas da empresa sejam escolhidos.
Conclusão
Em suma, a rotatividade de funcionários é uma ação rotineira e com vários desencadeamentos, contudo, quando ocorre exacerbadamente é de gerar preocupações, uma vez que é um alerta para diversos problemas na empresa.
E é essencial que se pesquise, junto do RH, qual é a origem dessa alta rotatividade de funcionários na empresa e em que tipo de turnover ela se encaixa, para que se encontre mais facilmente uma saída para este problema.
Lembrando que: não é indicado “zerar” a rotatividade, mas sim mantê-la equilibrada para não alcançar os extremos – alto e baixo.