Desvendando o quiet ambition: veja as melhores estratégias para combater o movimento
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Time Pontotel 29 de abril de 2024 Departamento Pessoal
Desvendando o quiet ambition: veja as melhores estratégias para combater o movimento
Entenda como surgiu o quiet ambition, qual o seu signficado, quais os desafios desse movimento para a empresa e quais as melhores práticas para combatê-lo.
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Crescer na carreira corporativa e assumir cargos de gestão e liderança não está mais entre os objetivos das novas gerações. Os adeptos desse pensamento integram o chamado quiet ambition, movimento que tem desafiado os empregadores.

Liderado pela Geração Z, esse movimento agrupa pessoas que priorizam a qualidade de vida e as experiências pessoais em vez da ascensão na hierarquia corporativa. Diferentemente de parte dos Millennials e os Boomers, elas priorizam outros aspectos da vida além do trabalho.

Nesse contexto, somente as empresas que adotarem estratégias para lidar com esse movimento conseguirão reter talentos e formar líderes para os próximos anos. 

Este artigo explicará com dados por que as organizações precisam mudar a forma como lidam com as novas gerações e quais as melhores estratégias para alcançar esse objetivo. Para isso, serão abordados os seguintes tópicos: 

Boa leitura!

O que é quiet ambition? 

Uma mulher está sentada em uma mesa preocupada

A expressão quiet ambition significa “ambição silenciosa”. Ela é utilizada para se referir às pessoas que priorizam sua realização pessoal e qualidade de vida em vez do trabalho. 

Para elas, trabalhar por trabalhar ou apenas para ganhar mais dinheiro não faz mais sentido. Na prática, essas pessoas buscam significado no seu trabalho e consideram sua carreira como um degrau importante para conquistarem outros objetivos.

A expressão foi citada pela primeira vez em um artigo da revista americana Fortune, publicada em abril de 2023. O objetivo do texto era mostrar relatos de pessoas que reavaliaram sua vida profissional após a pandemia. 

Um desses relatos foi de Austin Kleon, autor do best-seller “Roube como um artista: 10 dicas sobre criatividade”. Para a reportagem, o escritor afirmou estar tentando trabalhar mais por seus próprios objetivos. 

Ele ainda comentou o seguinte: “Eu não sei o que é quiet quitting, mas gosto da ideia do quiet ambition”. Sem saber, Kleon criou a expressão de um movimento do qual faz parte e que integra pessoas mais preocupadas com o seu próprio bem-estar do que com sua ascensão profissional.

Quais são os principais motivos que levam ao movimento de quiet ambition? 

Os motivos que levam as pessoas a seguirem o movimento de quiet ambition foram revelados em um relatório da Visier, plataforma canadense de people analytics. O relatório é resultado de um estudo que entrevistou mil funcionários americanos. 

O objetivo foi entender como essas pessoas se sentiam em relação à possibilidade de subir na hierarquia da empresa, quem gostaria de se tornar gestor e quais suas ambições dentro e fora do escritório. 

Os resultados do estudo revelaram que apenas 38% dos entrevistados pretendem assumir um cargo de gestão na empresa e somente 4% desejam ser promovidos a cargos do alto escalão.

O relatório da Vision também explicou os motivos por trás desses números. Confira a seguir os principais deles:

Passar mais tempo com a família e os amigos

Segundo o relatório da Vision, as prioridades dos funcionários estão fora do ambiente de trabalho. Para 67% dos entrevistados, a prioridade é passar mais tempo com a família e amigos. Isso demonstra o desejo que os funcionários têm de equilibrar as demandas do trabalho com o tempo dedicado aos relacionamentos pessoais. 

Ainda segundo a pesquisa, 39% dos entrevistados acreditam que assumir um cargo de gestão exige que a pessoa passe mais horas trabalhando, fator que poderia comprometer o tempo dedicado a amigos e familiares.

Ter uma saúde física e mental melhor

Cuidar da saúde mental e física também aparece como uma das principais ambições dos novos profissionais. Segundo o estudo, essa é a prioridade para 67% dos entrevistados. 

No entanto, assumir cargos de liderança poderia prejudicar o alcance desse objetivo. Pelo menos é nisso que 40% dos entrevistados afirmaram. Para eles, assumir um cargo de gestão significa aumentar sua carga de estresse e pressão no trabalho, fatores associados à piora da saúde física e mental.

Viajar mais

Outro dado importante revelado pela pesquisa da Vision é que viajar mais é a prioridade para 58% dos entrevistados, ganhando até mesmo de conseguir um aumento (54%). 

Isso mostra que os trabalhadores preferem assumir cargos que os permitam explorar o mundo, conhecer novas culturas e acumular experiências pessoais. Para eles, ganhar mais é importante, mas ter tempo disponível para aproveitar novas experiências também é fundamental.

Quais são os desafios apresentados pelo quiet ambition para a empresa? 

O movimento da ambição silenciosa é considerado uma contracultura corporativa, já que seus adeptos agem de forma contrária ao comportamento tradicional esperado no mercado de trabalho. Afinal, eles não desejam crescer na hierarquia e assumir posições de liderança e gestão.

Por esse motivo, o quiet ambition impõe diversos desafios às empresas. Conheça os mais importantes a seguir:

Erosão da hierarquia e desafios na liderança

Segundo o relatório da Vision, 30% dos respondentes não têm interesse nas responsabilidades da liderança. Além disso, 15% tiveram alguma experiência negativa com má gestão. No Brasil, conforme o levantamento Carreira dos Sonhos 2023, 53% dos jovens entrevistados afirmaram que a liderança da empresa não é inspiradora.

Esses números indicam que uma gestão ineficiente, com líderes despreparados e incapazes de motivar, inspirar e direcionar equipes, têm afetado a disposição das novas gerações em assumir cargos de gestão, e isso pode comprometer a estrutura organizacional.

Diminuição da produtividade e risco no cumprimento de metas

Os funcionários que se identificam com o movimento quiet ambition não são necessariamente improdutivos. Na verdade, geralmente, eles são focados e dedicados à sua função. 

No entanto, como não têm interesse em ascender na hierarquia da empresa, nem sempre eles querem que suas contribuições à empresa sejam expostas e reconhecidas. Isso pode resultar em uma diminuição da produtividade percebida pela gestão. 

Dependendo do caso, essa percepção pode colocar em risco o cumprimento de metas e objetivos organizacionais. Afinal, os gestores podem ter dificuldade em avaliar e acompanhar o progresso desses profissionais, já que eles preferem ser discretos em relação ao seu trabalho.

Dificuldades no trabalho em equipe

Outro problema associado a ambição silenciosa é apresentar dificuldades para trabalhar em equipe. Isso porque os funcionários adeptos desse movimento são mais autocentrados, focados nas suas próprias prioridades. 

Por isso, eles tendem a agir de modo mais independente, o que pode dificultar seu engajamento e sua contribuição em projetos realizados em equipe.

Quais são as melhores estratégias para lidar com o movimento quiet ambition? 

Três mulheres sentadas à mesa conversando umas com as outras

Lutar contra esse movimento de ambição silenciosa não é a melhor estratégia para reter talentos e preparar sucessores para a empresa. 

A recomendação do relatório da Vision é que os empregadores forneçam benefícios alinhados ao que as novas gerações desejam na sua vida profissional. Isso pode incentivar os profissionais a assumir posições de gestão e liderança na organização.

Para isso, a empresa pode utilizar diferentes estratégias. Confira algumas delas a seguir:

Criação de programas de bem-estar e equilíbrio

Conforme explicado, a saúde e a qualidade de vida são prioridades das novas gerações. Por isso, investir em programas de bem-estar e equilíbrio é uma boa estratégia para atrair esses profissionais, mantê-los engajados na empresa e incentivá-los a crescer. 

Esses programas podem incluir iniciativas como promoção de workshops sobre gestão de tempo e de estresse, concessão de benefícios flexíveis, entre outras práticas.

Desenvolvimento de lideranças inspiradoras 

As novas gerações precisam de lideranças que sejam inspiradoras, característica fundamental para despertar seu interesse em assumir postos de gestão na empresa. 

Isso porque líderes inspiradores são capazes de motivar suas equipes, promover um ambiente de confiança e colaboração, e inspirar os outros a alcançarem seu pleno potencial. 

Esse tipo de liderança pode ser desenvolvido na empresa, desde que ela forneça oportunidades e ferramentas certas para os seus funcionários. 

Investir na criação de uma cultura que valoriza a diversidade e inclusão e em Programas de Desenvolvimento de Liderança (PDL), por exemplo, é uma estratégia necessária para formar e apoiar esse tipo de líder na empresa.

Aumento da flexibilidade de jornada

Boa parte da Geração Z ingressou no mercado de trabalho durante o auge da pandemia, época em que a maioria das empresas adotou os modelos de trabalho remoto e híbrido

Isso significa que os mais novos não tiveram contato com a estrutura hierárquica tradicional e o modelo de trabalho 100% presencial que era predominante antes desse período. Além disso, as novas gerações estão mais alinhadas às novas tecnologias, incluindo ferramentas que facilitam o trabalho home office.

Por conta desse cenário, os profissionais mais jovens preferem arranjos de trabalho flexíveis, que facilitam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e permitem que os profissionais trabalhem em seu próprio ritmo.

Portanto, empresas que desejam conquistar as novas gerações e incentivá-las a assumirem cargos de gestão e liderança precisam oferecer flexibilidade no trabalho.

Conclusão

O quiet ambition mostra que as empresas, em conjunto com o setor de Recursos Humanos (RH), precisam mudar suas estratégias de gestão de pessoas para se adaptar às demandas dos profissionais mais jovens que ingressam no mercado de trabalho. 

Caso contrário, elas terão dificuldade para preencher a hierarquia organizacional, formar líderes e alcançar seus objetivos em médio e longo prazo. 

Afinal, os trabalhadores mais jovens, especialmente aqueles que integram a Geração Z, priorizam mais a saúde, os relacionamentos pessoais e a qualidade de vida do que o trabalho.

Para lidar com essa nova geração, as empresas precisam adotar algumas estratégias, como jornadas flexíveis, promoção de uma cultura que incentive a diversidade e inclusão de programas de bem-estar. 

Dessa forma, elas podem criar um ambiente de trabalho que desperte o interesse dos adeptos ao quiet ambition a assumir cargos de gestão no negócio.

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