Quanto rende o FGTS? Veja a nova rentabilidade a partir de 2025
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Time Pontotel 2 de agosto de 2024 Gestão Empresarial

Saiba quanto rende o FGTS atualmente e como a nova decisão do STF impacta a rentabilidade!

Entenda quanto rende o FGTS hoje, como sua rentabilidade é calculada e como a decisão do STF deve mudar a correção desse benefício!

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A rentabilidade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) está prestes a mudar. Em uma decisão histórica, o Supremo Tribunal Federal (STF) alterou o cálculo da rentabilidade do benefício. Por isso, aqueles que desejam entender quanto rende o FGTS precisam conhecer as novas regras.

A decisão visa garantir que o saldo do FGTS acompanhe a inflação, oferecendo maior segurança financeira aos trabalhadores. A expectativa é que ela impacte mais de 132 milhões de trabalhadores que têm conta vinculada ao FGTS. 

Para explicar essa decisão, este artigo abordará quanto rende o FGTS atualmente, como ele é calculado e o que mudou com a decisão do STF. Para isso, serão discutidos os seguintes tópicos:

Boa leitura!

O que é o FGTS e como ele funciona?

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é um dos principais direitos concedidos aos trabalhadores contratados em regime celetista. Ele funciona como uma reserva financeira, criada para proteger o trabalhador demitido sem justa causa. Entenda a seguir outros detalhes sobre o funcionamento desse benefício:

Quem tem direito ao FGTS?

Todo trabalhador com carteira assinada tem direito ao FGTS, já que o benefício é regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Confira a seguir a lista de profissionais contratados em regime CLT que têm direito a esse benefício:

Como são feitos os depósitos no FGTS?

Os depósitos do FGTS devem ser feitos pelo próprio empregador em uma conta da CEF aberta em nome do funcionário. Para isso, o empregador deve utilizar a Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP) para informar os valores devidos e recolher os depósitos.

Esses depósitos devem ser feitos mensalmente, até o dia 20 do mês subsequente ao trabalhado. Isso significa que se o trabalhador receber o salário em julho, por exemplo, o depósito referente a esse mês deve ser feito até o dia 20 de agosto.

Geralmente, o valor depositado corresponde a 8% do salário bruto do trabalhador, mas existem algumas exceções. Para contratos de aprendizagem, o percentual é reduzido para 2%. Já para o trabalhador doméstico, essa alíquota sobe para 11,2%.

Como é calculada a rentabilidade do FGTS?

A rentabilidade do FGTS é calculada com base em dois fatores: os juros anuais e a correção pela Taxa Referencial (TR). Os juros anuais correspondem a 3% ao ano, porcentagem que incide sobre o valor depositado com essa finalidade.

Além dos juros anuais, o saldo do FGTS é corrigido mensalmente pela TR, um índice de correção monetária divulgado mensalmente pelo Banco Central. Normalmente, o valor da TR é próximo de zero. Como os juros anuais também são baixos, a rentabilidade do FGTS é considerada menor em comparação a outros investimentos.

O que muda na rentabilidade do FGTS com a nova decisão do STF?

Frasco cheio de moedas ao lado de uma seta amarela apontando para cima, representando crescimento financeiro.

O STF decidiu que o saldo do FGTS não pode ser corrigido apenas pela TR. Em vez disso, o rendimento deverá ser calculado com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o principal indicador de inflação no Brasil. 

Na prática, o cálculo atual da rentabilidade do FGTS continua em vigor. No entanto, a soma desses componentes deve garantir a correção pelo IPCA. Caso a correção total (juros de 3% ao ano, TR e distribuição de lucros) fique abaixo do IPCA, o Conselho Curador do FGTS deverá estabelecer uma forma de compensação ao trabalhador.

Portanto, com a decisão do STF, a rentabilidade do FGTS passa a garantir que o saldo das contas será corrigido pela inflação, mesmo que a soma dos juros e da TR não alcance o IPCA. 

Vale lembrar que essa nova forma de cálculo será aplicada aos depósitos feitos a partir da decisão do STF e será inválida para valores retroativos. Além disso, ela deverá ser aplicada ao saldo atual das contas do FGTS a partir da publicação da ata de julgamento da decisão da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5090.

Quanto vai render o FGTS a partir de 2025?

Conforme explicado, a nova regra estabelecida pelo STF garante que a rentabilidade do FGTS será ajustada para assegurar, pelo menos, a correção conforme o IPCA. A partir de 2025, a expectativa é que o rendimento do FGTS deve alcançar um nível similar ao da poupança, estimado em 6,17% ao ano. 

Como aumentar os rendimentos do FGTS?

O FGTS não deve ser visto como um investimento. Isso se deve a dois motivos. Primeiro, porque ele funciona como uma poupança forçada que assegura recursos financeiros ao trabalhador em caso de demissão sem justa causa. 

Além disso, sua rentabilidade não é tão alta quanto outras opções de investimento disponíveis no mercado. Por esse motivo, nem sempre é recomendável utilizar o saldo desse fundo para aumentar sua rentabilidade.

Essa opção é recomendada apenas para os trabalhadores que têm o hábito de investir, de poupar e tem uma boa disciplina financeira. Nesse caso, o ideal é sacar o valor do FGTS e fazer investimentos mais rentáveis, como CDBs, LCI e LCA, por exemplo.

Principais dúvidas sobre a rentabilidade do FGTS

Cédulas de 50, 100 e 200 reais parcialmente saindo de uma carteira preta, destacando o valor do dinheiro em espécie.

Entender quanto rende o FGTS atualmente e o que mudou com a decisão do STF é apenas o primeiro passo para compreender a rentabilidade do benefício. Confira a seguir as respostas sobre outras dúvidas comuns que podem surgir sobre esse tema: 

O FGTS rende mais que a poupança?

Não. Atualmente, o FGTS não rende mais do que a poupança. Isso porque seu rendimento atual efetivo é um pouco acima de 3% ao ano, considerando juros anuais acrescidos de TR. Em comparação, a poupança, quando a Selic (taxa básica de juros) está acima de 8,5%, rende aproximadamente 6,17% ao ano. 

No entanto, isso deve mudar após a decisão do STF. Com a nova regra, a rentabilidade do FGTS será ajustada para garantir, pelo menos, a inflação medida pelo IPCA. Essa mudança pode fazer com que o FGTS renda o mesmo ou até mais que a poupança, dependendo das condições econômicas e da inflação.

Como consultar o saldo e os rendimentos do FGTS?

O trabalhador pode consultar o saldo e os rendimentos desse benefício por meio do aplicativo do FGTS, pelo aplicativo da Caixa e pelo site da Caixa. Outra alternativa é ligar para o número 0800 726 0207 para obter essa informação. 

Vale lembrar que para fazer a consulta é importante ter em mãos o número do NIS (PIS/PASEP) e a senha cadastrada no sistema, ou o número do CPF, dependendo do método escolhido. 

O que fazer em caso de erros no depósito do FGTS?

Erros no depósito do FGTS podem ser sinais de que a empresa não está pagando corretamente o benefício. Ao perceber esse erro, o trabalhador precisa comunicar o problema ao setor de Recursos Humanos (RH) ou o seu superior imediato na empresa. 

Isso é importante para a organização verificar por que o depósito não está sendo feito ou se há alguma incongruência no saldo do FGTS. Caso o problema não seja solucionado, o trabalhador pode registrar uma reclamação formal no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e ingressar com uma ação na Justiça do Trabalho. 

Lara Avelino, analista de atração e seleção, lembra que as empresas podem evitar esses problemas legais. Para isso, elas devem utilizar tecnologias, como sistemas de folha de pagamento, para automatizar processos e garantir que o empregador cumpra suas obrigações trabalhistas.

A tecnologia é uma aliada, seja pela flexibilização que ela traz, seja pela ajuda na otimização de funções. Então, precisamos entender a tecnologia não como uma inimiga, independente da sua geração ou idade, mas compreender que ela pode auxiliar e fazer parte do seu dia a dia para que o colaborador otimize suas funções”, explica Lara. 

Quanto rende o FGTS anualmente?

Atualmente, o rendimento do FGTS é de 3% ao ano, acrescido do valor da TR. Porém, após a decisão do STF, esse rendimento será calculado com base no IPCA. A medida assegura que o rendimento seja maior do que a inflação.

A mudança no rendimento do FGTS afeta o saque-aniversário? 

Não. A decisão do STF não afeta diretamente o saque-aniversário do FGTS. Isso porque o saque-aniversário é calculado com base no saldo disponível na conta do trabalhador. 

Como esse saldo passará a ser corrigido ao menos pela inflação, seu poder de compra será mantido. Em outras palavras, o valor real do saque-aniversário não será reduzido pela inflação.

Conclusão

O STF decidiu mudar a forma de cálculo da rentabilidade do FGTS para garantir que o saldo do benefício acompanhe a inflação, oferecendo maior segurança financeira aos trabalhadores. Antes da decisão, os depósitos eram corrigidos pela TR mais 3% ao ano, resultando em rendimentos geralmente baixos. 

Com a nova regra, estabelecida pelo STF, as contas do FGTS agora devem ser corrigidas com base no IPCA, principal indicador da inflação no Brasil. Por conta dessa mudança, o fundo passa a ter potencial para render mais que a poupança, ao menos garantindo um rendimento equivalente à inflação.

O ideal é que o trabalhador consulte o saldo e os rendimentos do seu FGTS para acompanhar essas mudanças. Já as empresas precisam adotar procedimentos e tecnologias para garantir que os depósitos do FGTS continuem sendo realizados corretamente, conforme exige a lei.

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