Para que uma organização tenha uma gestão empresarial que seja condizente com as necessidades que possui, ela deve, primeiro, entender quais são os principais modelos de gestão. Sem isso, pode acabar adotando uma gestão desfavorável ao seu tipo de negócio.
Quando se fala em modelo de gestão que atende às necessidades da organização, pode-se usar como exemplo as empresas que precisam conquistar resultados rapidamente. Se elas necessitam de resultados imediatos, devem adotar um modelo de gestão que as ajude com isso, em vez de escolher um focado em alcançar resultados em médio e longo prazo.
Além disso, tão importante quanto entender qual dos modelos de gestão é o mais adequado para determinada empresa é saber quais os pontos negativos e positivos de cada um deles. Afinal, um gestor, por meio de um modelo de gestão eficiente, é capaz de gerar maior motivação no trabalho e, dessa forma, desenvolver os colaboradores.
Para se aprofundar mais no assunto, você irá conferir neste artigo:
- O que são os modelos de gestão?
- Por que ter um modelo de gestão definido é importante?
- Quais os principais tipos de modelos de gestão?
- Qual é o modelo de gestão ideal para sua empresa?
Tenha uma boa leitura!
O que são os modelos de gestão?
Os modelos de gestão são, de forma sucinta, maneiras de uma empresa gerir seu capital humano, ou seja, os colaboradores. Para realizar tal gestão, existem diversos modelos, sendo alguns deles mais atuais e outros mais antigos, mas todos com vantagens e desvantagens.
Um modelo de gestão, seja ele qual for, sempre possuirá um conjunto de princípios responsáveis por guiar a maneira como as lideranças, as responsabilidades e as informações devem se distribuir na empresa. Ao adotar o modelo de gestão correto, uma organização é capaz de, com eficiência, planejar, organizar, tomar decisões e gerenciar os colaboradores.
De toda forma, não há como determinar qual dos modelos de gestão é o ideal para determinada empresa sem antes conhecer a realidade que ela possui: se ela busca alcançar resultados rápidos, se quer ser inclusiva, se pretende dar voz aos colaboradores, se tem a intenção de prezar pela meritocracia, entre outros fatores.
Por que ter um modelo de gestão definido é importante?
É a partir do modelo de gestão que uma empresa consegue alinhar quais objetivos pretende atingir e, assim, determinar quais ações estratégicas terá de realizar para conseguir alcançá-los.
Quando um negócio não adota um modelo de gestão ou adota um modelo errado, enfrenta consequências como quebra de processos, atrasos e desalinhamento de informações.
Outros motivos para se ter um modelo de gestão definido são:
- Melhor alinhamento e gerenciamento da equipe;
- Menos problemas na comunicação corporativa;
- Menos retrabalho;
- Menos conflitos entre os colaboradores.
Quais os principais tipos de modelos de gestão?
Existem vários modelos de gestão, cada qual com as suas particularidades: enquanto alguns são mais colaborativos, outros, nem tanto. Conheça os principais tipos a seguir.
Gestão democrática ou horizontal
A gestão democrática, como sugere o nome, trata-se de uma gestão na qual todos possuem igual participação. Aliás, essa gestão também é conhecida como gestão participativa justamente pelo fato de considerar a participação dos colaboradores.
Na prática, quando uma empresa adota a gestão democrática, passa a dar ouvidos para aquilo que os colaboradores têm a dizer. Isso, por sua vez, reflete tanto na tomada de decisões quanto no planejamento estratégico das ações.
Além disso, também favorece o intraempreendedorismo, que é quando os colaboradores, utilizando-se de seus perfis empreendedores, trazem ideias inovadoras para a organização em que trabalham.
No entanto, apesar dessas e de outras vantagens, a gestão democrática possui pontos negativos. Entre eles, tem-se a maior ocorrência de atritos entre os colaboradores: como todos eles podem contribuir igualmente com opiniões para o melhor desempenho da organização, a divergência de pensamentos é bem maior.
Gestão autoritária ou vertical
A gestão autoritária, por outro lado, é o oposto da gestão democrática. Na gestão democrática, os colaboradores têm liberdade de contribuírem com sugestões para o crescimento da organização, já na gestão autoritária, o funcionamento da empresa obedece uma hierarquia bem definida, de cima para baixo, com uma liderança autoritária no topo.
Essa gestão tem pontos positivos, como o fato de apenas o gestor tomar as decisões e assumir as responsabilidades caso algo dê errado. Ela também é ideal em momentos de crise empresarial, já que, durante uma crise, torna-se indispensável a figura de uma autoridade que tome decisões assertivas para sanar o problema.
Contudo, um dos pontos negativos dessa gestão é a falta de participação dos colaboradores. Caso os colaboradores sejam pessoas ativas, questionadoras e que gostam de saber de que forma estão contribuindo para a realização de um objetivo maior, podem perder produtividade no trabalho ao serem silenciados por conta da gestão autoritária.
Portanto, ao adotar esse modelo de gestão, é crucial que a organização possua líderes carismáticos e com inteligência emocional. Só assim eles serão capazes de manter os colaboradores motivados, ainda que estes não tenham um papel participativo na tomada de decisões.
Por último, nesse modelo, os líderes também devem entender que, apesar da autoridade que possuem, isso não lhes dá o direito de cometer abusos de poder.
Gestão meritocrática
A principal característica do modelo de gestão meritocrática é o fato de ele avaliar os colaboradores unicamente por seu desempenho e performance individual. Isso faz com que eles se sintam mais incentivados a se desenvolverem na empresa, galgar novos cargos e se destacarem; afinal, neste modelo, tudo é fruto do próprio mérito, do resultado individual.
Se a empresa tem de estruturar uma equipe com os profissionais mais capacitados, utilizar a meritocracia para fazer a gestão de pessoas é uma escolha assertiva.
Um exemplo disso são as equipes de vendas, que, ao saberem que ganharão mais comissões caso vendam mais, darão o melhor de si. A ideia de meritocracia torna os colaboradores mais produtivos.
Considerar os resultados individuais de cada um dos colaboradores, no entanto, tem um lado negativo. Ainda que eles sintam-se mais motivados a crescer profissionalmente, isso pode gerar uma prejudicial competitividade interna na organização, fazendo com que certos colaboradores, por exemplo, manipulem outros, gerando maior ocorrência de atritos.
Além disso, obcecados em conquistar um desempenho excepcional e se destacarem na empresa antes que outros consigam isso, os colaboradores podem acabar se sobrecarregando, ficando mais estressados e até desenvolvendo problemas como a Síndrome de Burnout.
Gestão por processos
A gestão por processos tem como base planejar bem as ações da empresa para, dessa forma, conseguir otimizar os processos internos e externos e executá-los da melhor maneira.
No entanto, apesar de a execução ficar mais aprimorada com a gestão por processos, é importante ressaltar que o planejamento não pode demorar meses para começar a ser executado. Caso isso ocorra, resultará em um dos pontos negativos desse modelo: a baixa agilidade.
Portanto, a empresa deve fugir do perfeccionismo e entender que pode fazer ajustes enquanto executa o planejamento.
Gestão por cadeia de valor
Com a gestão por cadeia de valor, a empresa foca em agregar valor ao negócio ao atender as necessidades e as expectativas de cada cliente. O fundamento dessa gestão está no interesse e nos movimentos que o mercado tem.
Em outras palavras, é uma gestão por meio da qual a empresa personaliza o serviço, uma vez que, ao entender a demanda dos clientes, elabora um planejamento adaptado.
Inclusive, esse é um dos modelos de gestão muito comum em empresas de tecnologia, visto que estas lidam com avanços tecnológicos constantemente, logo precisam entender as demandas para personalizar o serviço.
Devido a essa personalização de serviço, a empresa precisa ter colaboradores versáteis. A razão disso é que as demandas personalizadas com base no perfil de cada cliente exigem rotinas de trabalho diferentes para cumpri-las. Em resumo, não há processos padronizados na gestão por cadeia de valor, mas sim processos personalizados.
Gestão por resultados
Ao contrário do que acontece na gestão por processos, que demanda mais tempo e planejamento, a gestão por resultados preza pela conquista de resultados rápidos.
E é exatamente essa característica que a torna um ótimo modelo de gestão para empresas que estão passando por dificuldades financeiras: não existe interesse em criar um planejamento em longo prazo, já que se precisa obter resultados o quanto antes.
Há dois pontos relevantes sobre a gestão por resultados. O primeiro: nesse modelo, os colaboradores que possuem ótima performance ganham maior destaque, pois ajudarão melhor com a urgência dos resultados rápidos. O segundo é que, buscando resultados rápidos, o gestor deve atentar-se para não cometer ações que infrinjam a ética da empresa.
Gestão por desempenho
Para alcançar os seus objetivos, a empresa também pode adotar a gestão por desempenho. Com esse modelo, ela trabalha o desempenho dos colaboradores para que, dessa forma, consiga torná-los mais produtivos.
Por exemplo, quando uma organização adota a gestão por desempenho, prioriza o desenvolvimento dos colaboradores com o treinamento e o desenvolvimento de cada um. Ao fazer isso, conquista melhor performance deles, já que estará os motivando; e a motivação gera desempenho profissional, que gera resultados positivos para a organização.
Qual é o modelo de gestão ideal para sua empresa?
Como visto, há distintos modelos de gestão, alguns deles mais adequados para determinados tipos de negócio, ao passo que outros não. A seguir, veja quais critérios deve-se considerar antes de adotar qualquer um dos modelos de gestão.
Leve em conta a atividade desenvolvida
Dependendo da atividade que a empresa desenvolve, é crucial adotar um determinado modelo de gestão em vez de outro.
Como citado anteriormente, para uma empresa de tecnologia, que lida com avanços tecnológicos com frequência, é preferível adotar um modelo de gestão que a permita personalizar serviços, como acontece na gestão por cadeia de valor.
Considere a cultura organizacional
Quando se considera a cultura organizacional para adotar um dos modelos de gestão, a empresa está levando em conta a sua visão, missão e valores. Ou seja, está pondo em destaque o conjunto de crenças, valores e normas para decidir qual modelo de gestão é mais condizente com ele.
Se a cultura organizacional for inclusiva, por exemplo, adotar modelos de gestão que envolvam uma certa gama de aspectos é o ideal. Um exemplo é a gestão por desempenho, que tem foco em desenvolver os colaboradores (todos os colaboradores, não apenas os mais habilidosos ou com maior performance na empresa) para torná-los mais capazes.
Atente-se aos valores da empresa
Antes de adotar um dos modelos de gestão, também é essencial considerar os valores que guiam a empresa.
Aqui, por exemplo, pode-se citar a gestão por processos, já que ela alinha a missão, a visão e os valores de uma organização ao estruturar uma estratégia corporativa. Ou seja, define as políticas que regem os processos empresariais, garantindo, desse modo, que eles sejam eficazes sem infringir a cultura organizacional.
Pense nas metas e nos objetivos corporativos
Dependendo da situação de uma empresa, um modelo de gestão será mais benéfico do que outro, por isso é importante ponderar as metas e os objetivos que se deseja atingir.
Se uma organização quer atingir objetivos em longo prazo, por exemplo, optar pela gestão por processos é uma ótima decisão. Isso porque essa gestão prioriza um planejamento minucioso, não se preocupando em atingir resultados imediatos.
Por outro lado, se ela quer resultados imediatos, melhor optar pela gestão por resultados. Caso queira dar mais voz aos colaboradores, a gestão democrática será mais assertiva. E assim por diante.
Conclusão
A princípio, tratou-se da definição dos modelos de gestão, que são formas de se gerenciar uma empresa, e qual a importância de se adotar um desses modelos.
Em seguida, para detalhar mais o assunto, elencou-se os principais modelos de gestão, tais como a gestão democrática, gestão meritocrática e gestão por resultados. Em cada um dos modelos, abordou-se pontos positivos e negativos.
Por fim, uma vez esclarecida a necessidade de se adotar um modelo de gestão e quais as possibilidades existentes, explicou-se de que forma pode-se concluir que um modelo de gestão é melhor do que outro.
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