Atrair e reter talentos estão entre os principais desafios empresariais. Para enfrentá-los, as organizações podem implementar diversas práticas. Uma das mais promissoras atualmente é a mobilidade interna.

Essa prática envolve a movimentação de colaboradores dentro da empresa, permitindo que eles desenvolvam suas habilidades e assumam novas funções. Em outras palavras, ela permite que os funcionários assumam novos desafios e oportunidades que podem ser decisivos para o seu desenvolvimento profissional.

E é justamente essa perspectiva de crescimento que atrai e retém profissionais qualificados nas empresas. Por conta dessas e de outras vantagens, cada vez mais organizações estão adotando essa prática. 

Para se ter uma ideia, segundo um estudo do LinkedIn, a taxa média de mobilidade nas empresas cresceu mais de 30% entre 2021 e 2023. Este conteúdo explicará o que motivou esse aumento e como as organizações podem implementar essa prática. Para isso, serão abordados os seguintes tópicos: 

• O que é mobilidade interna?
• Como funciona a mobilidade interna nas empresas?
• Quais os tipos de mobilidade interna nas organizações?
• Quais as vantagens da mobilidade interna?
• Como o RH pode auxiliar na mobilidade interna?

Boa leitura!

O que é mobilidade interna?

A mobilidade interna é uma prática corporativa que consiste na movimentação dos funcionários dentro da empresa. Isso significa que os trabalhadores são realocados para desempenhar novas funções, responsabilidades, projetos e oportunidades na mesma organização.

Segundo Mariá Menezes Boaventura, Diretora de Pessoas e Cultura da Sankhya, o processo de mobilidade ajuda as empresas a atrair e reter talentos, fator decisivo para o crescimento sustentável de um negócio. 

“Considerando o contexto de muitas mudanças no mercado e uma competição acirrada, as empresas estão constantemente buscando se diferenciar. Na minha opinião, a chave para essa diferenciação reside na capacidade das empresas de atrair e manter as melhores pessoas engajadas em seus negócios, que são altamente relevantes”, completa Mariá.

Como funciona a mobilidade interna nas empresas?

Essa prática pode funcionar de diferentes formas dependendo das políticas internas da empresa. Em geral, o processo começa a partir da identificação das necessidades estratégicas do negócio.

Essas demandas podem incluir a dificuldade para preencher determinada vaga ou a necessidade de estruturar um novo departamento, por exemplo. Assim que esses pontos são identificados, os gestores podem encontrar profissionais qualificados e alinhados à cultura organizacional no próprio quadro de funcionários da organização. 

O ideal é fazer um mapeamento detalhado das habilidades e dos interesses de cada colaborador para encaminhar ou indicar os funcionários com perfis mais alinhados às oportunidades disponíveis na empresa. Isso é essencial para conectar as pessoas certas com os cargos ou funções que a organização precisa preencher. 

Quais os tipos de mobilidade interna nas organizações?

A movimentação dos funcionários dentro da empresa pode ocorrer de diferentes formas, dependendo das necessidades da organização e até dos colaboradores. Por isso, essa prática é classificada em diferentes tipos, sendo que cada um deles ocorre com objetivos distintos. Conheça os principais tipos de mobilidade interna a seguir:

Mobilidade lateral

Este tipo de mobilidade ocorre quando o funcionário muda de cargo, de área ou setor, mas mantém o mesmo nível hierárquico e faixa salarial. Normalmente, as empresas adotam essa prática para suprir alguma demanda interna. Porém, existem casos em que o próprio colaborador pode negociar essa mudança.

Transferência

A transferência ocorre quando a empresa decide mudar o local de trabalho do funcionário, que passa a desempenhar suas funções em outra unidade, filial ou endereço. No entanto, a mudança nem sempre afeta o nível hierárquico, as responsabilidades ou o salário do colaborador. 

Mobilidade ascendente

Este tipo de mobilidade ocorre quando o colaborador recebe uma promoção e passa a ocupar um cargo de maior responsabilidade. Geralmente, esse cargo está em um nível hierárquico mais alto na empresa e é acompanhado por um aumento salarial.

Mobilidade por projetos

A mobilidade por projetos ocorre quando o funcionário é alocado temporariamente para trabalhar em algum projeto específico. Por conta disso, ele pode atuar em diferentes departamentos ao mesmo tempo, mas por prazo determinado. 

As empresas normalmente adotam esse tipo de mobilidade quando iniciam algum projeto que exige habilidades específicas e que depende da atuação colaborativa de diferentes departamentos. 

Quais as vantagens da mobilidade interna?

As empresas não são as únicas beneficiadas por adotarem essa prática. Na verdade, tanto empregadores quanto colaboradores aproveitam diversas vantagens quando a mobilidade é feita de modo eficiente. Entenda a seguir quais são os benefícios oferecidos às duas partes:

Para as empresas

As empresas que investem na mobilidade de funcionários normalmente têm mais sucesso na atração e retenção de talentos. Isso porque a prática demonstra que a organização reconhece o trabalho dos bons funcionários, oferece oportunidades de crescimento, entre outras funções. 

E tudo isso impacta a satisfação dos funcionários e a marca empregadora do negócio. Para se ter uma ideia desse impacto, segundo um estudo da LHH Consultoria, 66% dos entrevistados esperam que seus empregadores invistam em recrutamento interno e priorizem funcionários da empresa para ocupar novas posições.

Além disso, 70% dos respondentes esperam que as empresas invistam mais em treinamentos e reskilling e upskilling para contratar candidatos internos antes de recrutar profissionais de fora da empresa.

Ao mesmo tempo, essa movimentação interna de colaboradores ajuda a empresa a reduzir custos com recrutamento e contratação. Esses fatores também estimulam a inovação e a adaptação organizacional ao mercado, tornando a empresa mais competitiva. 

Para os colaboradores

Os funcionários realocados por conta de algum tipo de mobilidade têm a oportunidade de experimentar novas funções, desenvolver habilidades, adquirir novas experiências, fazer networking e participar de novos desafios e projetos. 

E tudo isso sem precisar mudar de empresa, em um ambiente que eles já estão familiarizados e já entendem sua cultura, facilitando o processo de adaptação e ajuste, caso necessário. 

Em outras palavras, essa prática estimula o desenvolvimento e o aprendizado contínuo dos colaboradores, bem como seu crescimento profissional. 

Como o RH pode auxiliar na mobilidade interna?

O trabalho do setor de Recursos Humanos (RH) é fundamental para implementar programas de mobilidade interna nas empresas. Afinal, o setor é responsável por adotar e monitorar diversas estratégias que permitem a realocação eficiente de funcionários dentro da organização. Confira a seguir algumas dessas medidas.

Produza Planos de Desenvolvimento Individuais (PDI)

Uma das estratégias mais eficientes para adotar a mobilidade na empresa é investir na criação dos chamados Planos de Desenvolvimento Individuais (PDI). Como o nome sugere, esses planos são personalizados para cada colaborador. 

Eles são elaborados a partir do mapeamento de habilidades, interesses e objetivos de carreira de cada funcionário. Isso permite a identificação dos seus pontos fortes e áreas de desenvolvimento, informações que devem orientar a criação de um caminho claro para o crescimento do funcionário na organização. 

Ou seja, o PDI permite que o RH defina metas claras e alcançáveis para o desenvolvimento de cada colaborador. E essas metas devem estar alinhadas com os objetivos da empresa e os interesses do profissional.

Crie um canal de oportunidades interno

Outra estratégia eficiente para adotar essa prática na organização é criar um canal de oportunidades interno, onde todas as vagas e projetos disponíveis na empresa são divulgados. 

Esse canal pode ser uma newsletter corporativa, um boletim informativo regular, ou um grupo em uma plataforma online, por exemplo. A ideia é facilitar o acesso dos colaboradores a essas informações e incentivá-los a explorar novos caminhos na empresa.

Envolva os colaboradores 

O RH também pode incentivar a participação ativa dos funcionários no planejamento e execução de projetos na empresa. Isso pode ser feito por meio da organização de eventos e reuniões, como programas de mentoria, workshops e treinamentos sobre desenvolvimento de carreira e planejamento estratégico.

O setor pode aproveitar esses eventos para ouvir colaboradores e incentivá-los a expressar suas aspirações de carreira, discutir suas preocupações e receber orientações sobre como se preparar para futuras oportunidades.

Ao envolver os colaboradores nesse processo, é possível criar um ambiente no qual eles se sintam apoiados e motivados a crescer. E isso faz a diferença na construção de uma força de trabalho mais motivada e alinhada com os objetivos da empresa.

Conclusão

A mobilidade interna envolve a movimentação de funcionários entre diferentes cargos, departamentos ou unidades de uma organização. Além de atrair e reter talentos, essa prática visa atender às necessidades estratégicas da empresa.

Para alcançar esses objetivos, as organizações podem realizar esse processo de realocação de pessoal de diferentes formas, como por meio de promoções, transferências, entre outros tipos de mobilidade.

Conforme explicado, seja qual for a modalidade adotada, tanto as empresas quanto os funcionários são beneficiados. Enquanto as organizações aproveitam melhor seus talentos e aumentam sua capacidade de inovação, por exemplo, os colaboradores têm a oportunidade de crescer na carreira e se desenvolver profissionalmente. 

Porém, para aproveitar essas vantagens, a empresa precisa adotar as estratégias certas de mobilidade interna. E essas estratégias devem ser implementadas com o apoio do RH. Por isso, construir um RH estratégico e alinhado aos objetivos da empresa é essencial para o sucesso dessa prática. 

Gostou do conteúdo? Aprenda mais sobre gestão de empresas no blog Pontotel!