Matriz de risco: o que é? Aprenda a criar a sua!
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Time Pontotel 5 de março de 2025 Gestão Empresarial

Matriz de risco: como funciona, porque implementá-la na empresa e como utilizar essa ferramenta estratégica

Saiba o que é uma matriz de risco, suas vantagens para os objetivos organizacionais e como implementar essa ferramenta na sua empresa.

Imagem de Matriz de risco: como funciona, porque implementá-la na empresa e como utilizar essa ferramenta estratégica

Entre as diversas ferramentas disponíveis para se fazer uma boa gestão de riscos, a matriz de risco se destaca como um recurso visual e analítico que permite identificar, classificar e priorizar os riscos que podem impactar os processos e a estratégia de uma empresa. 

Fazer uma boa gestão de riscos garante uma sustentabilidade para empresa, tanto no momento de reagir a problemas quanto na prevenção deles. 

A quarta edição da Pesquisa da Maturidade do Processo de Gestão de Riscos no Brasil, feita pela KPGM, mostrou que existe uma tendência de aumento (59%) de empresas com funções e cargos específicos de gestão de riscos

Este artigo tem como objetivo oferecer uma abordagem aprofundada sobre o conceito, a aplicação e a implementação da matriz de risco, seus principais aspectos e quais são as normas vinculadas. 

O artigo será distribuído por meio dos seguintes tópicos: 

Boa leitura!

O que é matriz de riscos?

Mariz de probabilidade x impacto

A matriz de riscos é uma representação gráfica que relaciona dois aspectos da análise de riscos: a probabilidade de ocorrência de um evento adverso e o impacto que esse evento pode ocasionar. 

Ao distribuir os riscos em um espaço bidimensional, a ferramenta possibilita que os gestores visualizem de forma integrada os desafios a serem enfrentados, facilitando a priorização das ações de mitigação.

Esta abordagem visual transforma dados complexos em informações de fácil compreensão e embasa a tomada de decisões com critérios objetivos. 

Devido aos ambientes corporativos cada vez mais ágeis e incertos, a matriz de riscos se torna ainda mais importante, gerando segurança entre as equipes, que se tornam capazes de prevenir vulnerabilidades e desenvolver estratégias mais seguras. 

Para que serve a matriz de risco?

A matriz de riscos serve para organizar e sistematizar a identificação de riscos que podem afetar os objetivos de uma organização

Por meio dessa ferramenta, é possível avaliar tanto a chance de ocorrência de um risco quanto a gravidade dos seus efeitos, permitindo que se estabeleçam prioridades e se direcione o investimento de recursos para as áreas que realmente demandam atenção.

Ao aplicar a matriz, os gestores conseguem mapear com clareza quais riscos podem causar maiores prejuízos e, consequentemente, definir planos de ação específicos. 

Esse processo é fundamental para evitar surpresas desagradáveis, reduzir perdas financeiras e manter a continuidade das operações, além de contribuir para a melhoria geral dos processos internos e da cultura de prevenção na empresa.

Quando utilizar?

A utilização da matriz de riscos é recomendada em diversos momentos do ciclo de gestão empresarial

No planejamento estratégico, por exemplo, a ferramenta auxilia os líderes a identificar ameaças e oportunidades, permitindo a elaboração de cenários futuros mais realistas e a definição de planos de contingência adequados.

No âmbito da gestão de projetos, a matriz de riscos ajuda a prever possíveis imprevistos. 

Projetos complexos que envolvem múltiplas variáveis e equipes interdisciplinares necessitam de um acompanhamento sistemático dos riscos, garantindo que as respostas a eventos adversos sejam planejadas com antecedência e de forma coordenada.

Além disso, como comentado anteriormente, a matriz de riscos pode ser aplicada na avaliação e melhoria de processos operacionais, sobretudo em ambientes ágeis, que sofrem mudanças frequentes de tecnologia ou de mercado. 

Dessa forma, a ferramenta exige uma atividade contínua e proativa, permitindo que a empresa se antecipe aos problemas e otimize a alocação de recursos.

Elementos da matriz

Para compreender o funcionamento da matriz de riscos, é preciso conhecer os seus principais elementos. 

A ferramenta se apoia, sobretudo, em dois eixos: o eixo da probabilidade e o eixo do impacto.

  • Probabilidade: representa a chance de que um evento adverso ocorra. Essa avaliação pode ser feita por meio de escalas qualitativas — como “baixa”, “média” e “alta” — ou quantitativas, quando dados estatísticos estejam disponíveis. A clareza na definição desses níveis assegura que a análise seja consistente e reproduzível;
  • Impacto: refere-se à gravidade das consequências caso o risco se concretize. Assim como a probabilidade, o impacto é classificado em níveis que variam conforme o dano potencial ao desempenho, à reputação ou à segurança da empresa. Uma avaliação precisa do impacto possibilita que a organização direcione as medidas de mitigação para os riscos que podem comprometer seus objetivos.

Além desses dois elementos, a matriz pode incorporar variáveis adicionais, como a frequência dos eventos ou o tempo necessário para a resposta, enriquecendo a análise e possibilitando uma visão mais completa do cenário de riscos. 

Relação entre probabilidade e impacto

Em uma matriz de riscos, eventos que apresentam alta probabilidade de ocorrer juntamente com um impacto severo são, naturalmente, classificados como prioritários e precisam de  medidas imediatas de mitigação.

Quando se avalia conjuntamente essas duas dimensões, a organização é capaz de estabelecer um sistema de alerta, que orienta os gestores na alocação dos recursos necessários para prevenir ou minimizar os danos. 

Em contrapartida, riscos que se enquadram em níveis baixos de probabilidade e impacto podem ser monitorados com uma frequência reduzida, sem demandar intervenções imediatas.

Essa relação possibilita que a empresa se concentre nas ameaças que realmente podem comprometer sua continuidade e seus objetivos estratégicos. 

Isso também possibilita que a empresa identifique oportunidades de mercado dentro dos riscos mapeados. Um estudo lançado pela PwC mostrou que 58% das empresas do Brasil veem riscos como possibilidades de oportunidades.  

Quais são os tipos de matriz de risco?

Existem diversas abordagens na construção da matriz de riscos, que podem ser adaptadas conforme a complexidade e as necessidades da organização. 

Embora existam variações nos modelos, é possível distinguir alguns tipos que se destacam pela aplicabilidade e pelo grau de detalhamento: 

  1. Modelos baseados em escalas 3×3: são indicados para cenários em que os riscos são menos complexos e a análise não exige uma diferenciação excessiva. Esses modelos utilizam três níveis para classificar a probabilidade e o impacto, oferecendo uma visualização simplificada para organizações que precisam de uma avaliação rápida e direta;
  2. Modelos baseados em escalas 5×5: utilizados em contextos mais exigentes, esses modelos oferecem uma avaliação mais precisa dos níveis de probabilidade e impacto. São recomendados para ambientes em que os riscos possuem maior complexidade e demandam uma análise detalhada para a tomada de decisões;
  3. Matrizes qualitativas: baseiam-se em descrições e classificações empíricas dos riscos, sendo especialmente úteis quando os dados quantitativos são escassos ou difíceis de obter. Essa abordagem foca a interpretação e a experiência dos profissionais para categorizar os riscos de forma descritiva;
  4. Matrizes quantitativas: fundamentadas em dados históricos e métricas estatísticas, essas matrizes são recomendadas para organizações que possuem informações robustas e desejam uma análise técnica mais aprofundada. Elas permitem uma mensuração mais precisa dos riscos, contribuindo para uma gestão baseada em dados concretos;
  5. Matrizes dinâmicas: integradas a sistemas de gestão que permitem atualizações em tempo real, essas abordagens são especialmente valiosas em ambientes mutáveis. Elas possibilitam uma resposta ágil e a adaptação imediata das estratégias de mitigação, acompanhando as variáveis e os desafios do cenário vigente.

Princípios da gestão de riscos

Um dos pilares dessa abordagem é a integralidade, que propõe que a análise dos riscos abranja todas as áreas e processos da organização, evitando que aspectos críticos sejam negligenciados.

Outro princípio central é a transparência. A comunicação clara dos riscos e das medidas mitigadoras é indispensável para que todos os envolvidos na operação compreendam os desafios e possam colaborar para a redução dos impactos adversos. 

A proporcionalidade também é um princípio importante, pois determina que as ações adotadas para mitigar os riscos devem estar em sintonia com a magnitude e a probabilidade desses riscos. 

Dessa forma, a empresa evita tanto a sobrecarga de investimentos em riscos de baixa relevância quanto a subestimação de ameaças que possam comprometer seus objetivos.

A continuidade também é um princípio, e destaca a necessidade de que a gestão de riscos seja um processo permanente, constantemente revisado e ajustado em função das mudanças internas e externas. 

Assim, a organização estará sempre preparada para novas ameaças e oportunidades. 

Por que é necessário fazer avaliação de risco?

Realizar uma avaliação de risco permite identificar, de maneira precoce, as vulnerabilidades que, se não tratadas, podem levar a perdas financeiras, interrupção das operações e danos à imagem da empresa. 

Além disso, a avaliação de riscos oferece subsídios sólidos para a tomada de decisões estratégicas, orientando os gestores na definição de planos de ação e na alocação de recursos.

Essa postura proativa protege os ativos da empresa e a mantém dentro de exigências legais e normativas, que muitas vezes demandam a realização de avaliações de risco. 

Como fazer uma matriz de riscos?

Três pessoas conversando e colocando post-it no vidro

A construção de uma matriz de riscos envolve um processo estruturado que passa pela identificação dos riscos, pela definição de escalas para avaliar a probabilidade e o impacto, e pela elaboração de planos de ação para mitigá-los. 

A seguir, confira o passo a passo para estruturar uma matriz de riscos. 

Probabilidade

O primeiro passo para construir uma matriz de riscos consiste na definição de uma escala de probabilidade que permite classificar a chance de ocorrência de cada risco. 

Essa escala pode ser qualitativa, quantitativa ou uma combinação das duas abordagens, dependendo dos dados disponíveis e do grau de detalhamento desejado.

A seguir, apresenta-se uma tabela exemplificativa para a avaliação da probabilidade:

Nível de probabilidadeDescriçãoExemplo prático 
BaixaRisco raro, com pouca chance de ocorrer, geralmente associado a eventos excepcionais.Falha em equipamento redundante com manutenção preventiva. 
Média Risco que pode ocorrer sob condições específicas, mas que não se apresenta de forma constante.Interrupção temporária de fornecimento devido a problemas logísticos. 
AltaRisco com elevada probabilidade de ocorrer, exigindo atenção imediata e constante monitoramento.Vulnerabilidade em processos críticos que apresentam falhas recorrentes. 

Impacto

Após definir a probabilidade, é necessário estabelecer uma escala para a avaliação do impacto, que considere os danos financeiros, operacionais e reputacionais que um risco pode causar. 

Débora Castro, DPO as a Service da 4Business, ressalta a importância do cuidado com os impactos, dando o exemplo de uma consequência reputacional:

​​“Uma multa é algo calculável, mas um prejuízo na reputação é muito mais difícil de mensurar. Não é possível calcular o impacto na imagem da empresa e nas consequências que isso pode acarretar. A questão reputacional é uma das coisas que mais causam prejuízo.”

A seguir, uma tabela ilustrativa para a classificação do impacto:

Nível de probabilidadeDescriçãoExemplo prático 
BaixaImpacto com consequências mínimas, sem comprometer significativamente as operações. Pequenas variações nos custos operacionais ou atrasos eventuais. 
Média Impacto que pode causar transtornos temporários, sem afetar a continuidade das atividades. Redução temporária da produção que não compromete a entrega final. 
AltaImpacto severo, com potencial de comprometer os objetivos estratégicos e operacionais da organização. Paralisação de processos críticos, resultando em perdas financeiras significativas. 

Por que usar a matriz de risco?

Entre as principais razões para adotar essa ferramenta, destaca-se a obtenção de uma visão integrada dos riscos, permitindo que os gestores identifiquem e priorizem os desafios de forma objetiva.

Ao consolidar as informações de probabilidade e impacto em um único instrumento visual, a matriz facilita a comunicação entre os setores da empresa e embasa a tomada de decisões com dados concretos. 

Essa clareza na visualização dos riscos possibilita a implementação de estratégias de mitigação, promovendo a melhoria contínua dos processos e a redução de perdas operacionais.

Qual NR fala da matriz de risco?

No que diz respeito às Normas Regulamentadoras (NRs), a segurança no ambiente de trabalho exige a realização de análises sistemáticas dos riscos. 

Em particular, a NR-12, que trata da segurança no trabalho em máquinas e equipamentos, enfatiza a necessidade de avaliações de riscos para assegurar que as operações ocorram sob condições seguras. 

Embora a norma não determine o uso exclusivo da matriz de riscos, ela reforça a importância de adotar métodos sistemáticos para a identificação e mitigação dos riscos, posicionando a matriz como uma ferramenta recomendada para atender aos requisitos de segurança estabelecidos.

Como implementar a matriz de risco na empresa?

Dois homens e duas mulheres em um escritório analisando documentos em uma mesa

A implementação da matriz de riscos deve ser conduzida como um projeto estratégico, integrando a ferramenta aos processos de gestão já existentes e capacitando as equipes envolvidas. 

Esse processo envolve desde a identificação dos riscos até a definição de planos de ação e a realização de monitoramento contínuo, garantindo que a matriz se mantenha atualizada e alinhada com as mudanças do ambiente interno e externo.

Benefícios de utilizar a matriz de riscos

  • Visão clara e integrada – oferece um panorama completo dos desafios enfrentados pela empresa;
  • Alocação assertiva de recursos – facilita a priorização de ações e investimentos nos pontos mais críticos;
  • Prevenção de incidentes – reduz ameaças que possam comprometer a continuidade das operações;
  • Melhoria na comunicação interna – transforma informações complexas em dados visuais de fácil compreensão;
  • Maior engajamento das equipes – estimula a participação ativa dos colaboradores na gestão de riscos;
  • Cultura de prevenção e melhoria contínua – constrói um ambiente organizacional mais seguro e eficiente.

Além do benefício mais relevante que se refere  ao compliance empresarial, uma vez que a utilização de métodos sistemáticos para a análise de riscos auxilia na redução de não conformidades e na mitigação de penalidades legais.

Quais as consequências de não fazer a matriz de risco?

A não implementação de uma análise estruturada dos riscos pode gerar diversas consequências negativas. 

Sem uma ferramenta que integre e sistematize a identificação dos riscos, a empresa corre o risco de negligenciar vulnerabilidades importantes, o que pode levar a decisões inadequadas baseadas em informações fragmentadas ou imprecisas. 

Essa falta de uma visão pode resultar em incidentes operacionais que causem perdas financeiras, interrompam as operações e comprometam a reputação da organização.

Além disso, a ausência de uma análise sistemática dos riscos dificulta o cumprimento das exigências normativas e pode expor a empresa a sanções legais, multas e uma imagem negativa no mercado. 

A não adoção de medidas preventivas, quando a identificação dos riscos não é realizada de forma estruturada, torna a organização mais vulnerável a crises e imprevistos que poderiam ser mitigados com uma abordagem proativa.

Conclusão

Neste artigo, pôde-se compreender como a matriz de riscos pode ser uma ferramenta estratégica que permite às organizações antecipar e mitigar riscos por meio da análise da sua probabilidade e impacto. 

Uma matriz de riscos transforma incertezas em oportunidades, proporcionando uma base sólida para a tomada de decisões estratégicas e garantindo a continuidade operacional.

Além disso, ajuda a identificar pontos críticos, priorizar ações, otimizar a alocação de recursos, melhorar a comunicação e fortalecer a tomada de decisões. 

Implementar uma matriz de riscos requer integração de processos, treinamento de equipes e monitoramento. 

Por meio de uma abordagem sistemática, as organizações protegem os seus ativos e a sua reputação, ao mesmo tempo que promovem uma cultura de inovação e resiliência. 

Continue acompanhando o blog Pontotel para conferir conteúdos exclusivos sobre as melhores práticas de gestão estratégica do mercado. 

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