Em uma sociedade que busca cada vez mais a inclusão e a diversidade, a linguagem inclusiva tem papel importante. Isso porque a língua desempenha um papel crucial nas relações e, consequentemente, na criação de um ambiente de trabalho verdadeiramente acolhedor e equitativo.
Nesse sentido, uma comunicação que utiliza a linguagem inclusiva não se limita apenas em usar as palavras corretas; ela reflete o compromisso de uma organização com a valorização de todos que a compõem.
E para fomentar e trabalhar tal linguagem nas organizações, é preciso colocar em prática ações concretas para transformar o ambiente de trabalho em um lugar em que todos se sintam reconhecidos e capacitados.
Este artigo explorará este tema tão atual para os negócios e capaz de promover mudanças e atuar na luta contra preconceitos estruturais. Para melhor entendimento do assunto, o texto será dividido nos tópicos abaixo:
- O que é linguagem inclusiva?
- Qual a diferença entre linguagem inclusiva e linguagem neutra?
- Qual a importância da linguagem inclusiva no mercado de trabalho?
- Quais são os tipos de linguagens inclusivas?
- Quais são os desafios encontrados para implementar a linguagem inclusiva?
- Como o RH pode começar a trabalhar a linguagem inclusiva na empresa?
Boa leitura!
O que é linguagem inclusiva?
A linguagem inclusiva é uma abordagem para promover a igualdade e a inclusão. Nesse sentido, ela visa evitar palavras e expressões que possam excluir, marginalizar ou reforçar estereótipos em relação a minorias.
Por meio da linguagem inclusiva, espera-se que a comunicação seja mais respeitosa em relação a todas as identidades. Sem distinção de gênero, etnias, orientações sexuais, etnias, religiões e outras características que levem a tratamentos desiguais.
Qual a diferença entre linguagem inclusiva e linguagem neutra?
A linguagem inclusiva é uma abordagem mais ampla que visa incluir as identidades e experiências das minorias, considerando diversidade, gênero, orientação sexual, etnia, religião, etc.
Já a linguagem neutra se concentra especificamente na neutralização do gênero na linguagem. Ela evita o uso de pronomes, substantivos, adjetivos e outros termos que sejam marcados por gênero, seja ele feminino ou masculino. Dessa forma, todas as pessoas independentes de gênero são incluídas.
Qual a importância da linguagem inclusiva no mercado de trabalho?
Em um mundo corporativo cada vez mais preocupado em promover a diversidade e um ambiente de trabalho inclusivo, a linguagem inclusiva reconhece e valoriza a diversidade de identidades, origens e experiências das pessoas, fazendo com que todos se sintam pertencentes.
Além disso, as empresas que recorrem a uma linguagem inclusiva demonstram responsabilidade social e compromisso com a igualdade. Isso pode atrair talentos diversos que desejam trabalhar em um ambiente no qual se sintam aceitos e apoiados.
Para a empresa, é importante também manter-se atualizada sobre as mudanças da sociedade. Por isso, adotar uma linguagem inclusiva ajuda as organizações a se manterem relevantes e alinhadas com as expectativas de seus funcionários.
Quais são os tipos de linguagens inclusivas?
Há diversos tipos de linguagem inclusiva, que tendem a neutralizar ou promover mudanças de alguns estereótipos e perspectivas. Entre elas, estão:
Linguagem não sexista
A linguagem não sexista visa o uso de termos e expressões que não reforcem estereótipos de gênero ou preconceitos baseados no gênero, eliminando a discriminação e promovendo a igualdade de gênero também na linguagem.
Assim, essa linguagem evita o uso de termos masculinos como padrão para se referir a grupos mistos. Por exemplo, em uma escola, em vez de dizer “os alunos” para se referir a estudantes de ambos os sexos, os termos “as pessoas” ou “os estudantes” são adotados.
Linguagem antirracista
A linguagem antirracista é uma forma de comunicar que busca promover a igualdade racial e eliminar o preconceito racial na linguagem e na sociedade em geral, sendo parte de um esforço mais amplo de combater o racismo estrutural.
Isso inclui não utilizar palavras racialmente carregadas ou insultos raciais, como “denegrir”, “inveja branca”, “feito nas coxas”, “a coisa está preta”, entre outros.
Linguagem anti-capacitista
A linguagem anti-capacitista é uma parcela importante do esforço global para lutar contra a discriminação e promover a inclusão de pessoas com deficiência. Dessa forma, pretende-se evitar o uso de vocabulário que perpetua estereótipos.
Isso envolve não usar termos que possam ser ofensivos, depreciativos ou prejudiciais em relação às pessoas com deficiência. Por exemplo, em vez de dizer “um deficiente”, é recomendado dizer “uma pessoa com deficiência”.
Junto a isso, é promovida a inclusão de recursos que sejam acessíveis a pessoas com deficiência auditiva ou visual, por exemplo, texto alternativo em imagens, legendas em vídeos e alguns escritos em braile.
Linguagem neutra
A linguagem neutra é usada para criar um ambiente de comunicação mais igualitário, respeitoso e inclusivo em relação a todas as identidades de gênero. Ela é importante em ambientes nos quais há possíveis manifestações de desigualdade de gênero ou desrespeito à pluralidade.
Além de pronomes neutros, a linguagem neutra deve ser sensível a identidades de gênero diversas, como pessoas transgênero, entre outras. Reconhecer a existência de identidades de gênero não binárias e usar linguagem que inclua pessoas que não se identificam estritamente como homem ou mulher também é importante.
Quais são os desafios encontrados para implementar a linguagem inclusiva?
A implementação da linguagem inclusiva nas empresas pode ser acompanhada por uma série de desafios significativos, que podem ser superados com as ações corretas. Entre eles, estão:
Resistência à mudança
Muitas pessoas podem resistir à mudança e considerar a linguagem inclusiva desnecessária ou complicada, o que pode dificultar a aceitação da prática. Além disso, muitos funcionários podem entender que este é um tópico difícil de se assimilar.
Estereótipos e preconceitos
Alguns estereótipos e preconceitos são estruturais e estão enraizados. Por isso, lidar com estas questões e promover a alteração da linguagem pode ser trabalhoso e levar tempo.
Adaptação de linguagem em documentos formais
Adaptar a linguagem de todos os documentos formais já produzidos e impressos também pode ser um desafio. Por isso, é preciso separar um tempo necessário para revisá-los ou redigi-los de acordo com esta nova ideia.
Como o RH pode começar a trabalhar a linguagem inclusiva na empresa?
O RH tem papel importante na disseminação de ideias que contribuam para uma cultura organizacional mais inclusiva e diversa. Por isso, começar a trabalhar a linguagem inclusiva é uma tarefa primordial, que pode ser feita por meio das seguintes ações:
Conscientização e treinamentos
O setor de RH deve oferecer treinamento específico sobre a linguagem inclusiva para gestores e funcionários em geral. É importante trazer o tema para as comunicações, incluir exemplos práticos e exercícios para auxiliar as pessoas a adquirir as habilidades necessárias.
Revisão da cultura organizacional
Também é necessário revisitar a cultura organizacional da empresa e adaptá-la à linguagem inclusiva. Este é um cuidado para que todos se sintam parte da empresa, sem distinção de raça, gênero, idade, condição física, etc.
Incentivo aos líderes
Os líderes sempre são exemplos para os liderados. Portanto, investir em uma formação para a liderança que inclua lições sobre a importância da linguagem inclusiva é uma forma de mostrar à empresa toda que este assunto tem que ser tratado com importância.
Promoção do ambiente diverso
Ao mesmo tempo que o RH deve fomentar a linguagem inclusiva, ele precisa implementar políticas e procedimentos que promovam a igualdade de oportunidades e eliminem preconceitos entre os funcionários. Isso inclui políticas de contratação que abarquem a diversidade, política de carreira justa, combate ao assédio e inclusão de grupos.
Conclusão
Neste artigo, foi possível entender tudo sobre linguagem inclusiva, uma abordagem linguística utilizada para promover a igualdade, ao evitar palavras e expressões que segregam ou estereotipam pessoas.
Também foi explicada a diferença entre linguagem inclusiva e linguagem neutra. Entende-se que a linguagem neutra é uma das formas de linguagem inclusiva, e esta, por sua vez, aborda todas as abordagens linguísticas que buscam promover o respeito às diferenças.
A importância do tema para as empresas também foi explicitada. Promover a linguagem inclusiva em uma organização é uma forma de exercitar a responsabilidade social corporativa, além de contribuir para uma sociedade mais diversa.
Por fim, foram abordados os desafios desta implementação, que costuma se deparar com resistências e outras questões operacionais que podem deixá-la mais devagar. Também foram apresentadas ações que o RH pode adotar para começar a trabalhar a linguagem inclusiva nas empresas.
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