Saiba tudo sobre a liderança situacional e como aplicá-la em sua empresa

Alguns modelos de liderança já estão ultrapassados, e não há uma única abordagem que funcione para todas as situações. Uma opção para solucionar esses problemas é a liderança situacional.

Desenvolvido por Ken Blanchard e Paul Hersey no livro Management of Organizational Behavior, o modelo de liderança situacional propõe uma abordagem flexível, adaptável e focada no desenvolvimento da equipe.

Se você deseja formar um time de alta performance e garantir que ele se mantenha relevante ao longo do tempo, a liderança situacional pode ser o caminho ideal.

Acompanhe os tópicos a seguir e descubra como aplicá-la com sucesso!

• O que é liderança situacional?
• Como funciona a liderança situacional?
• Como é o modelo de liderança situacional II?
• Quais as vantagens e desvantagens da liderança situacional?

O que é liderança situacional?

A liderança situacional é um tipo de liderança adaptativo. Essa estratégia encoraja líderes a fazerem um balanço dos membros do time, avaliar todas as variáveis do ambiente de trabalho e escolher o tipo de liderança que melhor se adequa seus objetivos e circunstâncias.

Nas palavras de Ken Blanchard: “No passado o líder era o chefe. Hoje, líderes não podem mais se basear somente em uma posição de poder”.

A liderança situacional é a solução ideal para organizações que desejam:

• Desenvolver pessoas e equipes de trabalho de forma estratégica;
• Criar rapport e potencializar o melhor de cada colaborador;
• Unificar a cultura de liderança em todas as unidades da empresa, independentemente da localização.

O líder situacional é altamente flexível, ajustando-se tanto ao ambiente de trabalho quanto às necessidades da organização. Diferente de outros modelos de liderança, ele não se prende a um único estilo ou habilidade específica.

Pelo contrário, sua principal característica é a capacidade de adaptação. Esse líder ajusta sua abordagem conforme os desafios e objetivos da empresa, alternando entre diferentes estilos de gestão para impulsionar o desempenho do time.

Além disso, um bom líder situacional tem o insight necessário para identificar o momento certo de mudar sua estratégia e compreender qual abordagem será mais eficaz diante de um novo cenário.

Então, qual a diferença entre a liderança situacional e outros tipos?

Como dito, a principal diferença da liderança situacional é que ela incorpora muitas técnicas de gestão diferentes. O estilo escolhido depende do ambiente da empresa, seu ramo de indústria e a competência e comprometimento dos colaboradores.

Como funciona a liderança situacional?

A teoria dos dois autores é baseada em dois conceitos: a própria liderança e o nível de desenvolvimento dos subordinados. Eles desenvolveram uma matriz que consiste em quatro estilos:

• Direção (E1): Esses líderes tomam decisões e as comunicam aos outros. Eles criam as funções e objetivos e esperam que todos aceitem. Comunicação é essencial. Esse estilo é mais efetivo em situações emergenciais ou quando resultados repetitivos são a meta.   
• Orientação (E2): Esses líderes podem criar as funções e objetivos, mas também estão abertos a sugestões e opiniões. Eles “vendem” suas ideias com o intuito de ganharem cooperação.
• Apoio (E3): Esses líderes deixam a decisão para seus funcionários. Mesmo que eles participem do processo de tomada de decisão, a última escolha é dos colaboradores.

• Autonomia (E4): Esses líderes são responsáveis pelos times, mas providenciam mínima orientação para os funcionários resolverem o problema. Isso pode funcionar para ajudar nas decisões e para criar um sentimento de pertencimento e criatividade nas equipes.

Um modelo de liderança flexível

No início de um projeto, um estilo de liderança mais diretivo pode ser essencial, especialmente quando a equipe ainda não possui autonomia ou conhecimento suficiente para atuar de forma independente. No entanto, à medida que os colaboradores ganham experiência e confiança, o líder pode adotar uma abordagem mais orientadora, promovendo maior autonomia e participação.

A liderança situacional destaca-se pela sua flexibilidade, permitindo que os líderes ajustem seu estilo conforme as necessidades do momento. Esse modelo evita os desafios de uma abordagem única, reconhecendo que diferentes situações exigem diferentes formas de liderança.

Além disso, a liderança situacional leva em consideração a complexidade das interações sociais e as particularidades individuais de cada membro da equipe, garantindo uma gestão mais humanizada e eficaz.

Como é o modelo de liderança situacional II?

A liderança situacional não é uma teoria estática e o próprio autor Kenneth Blanchard a revisou, desenvolvendo a teoria original. Segundo a nova versão (chamada de SLII), líderes eficazes devem basear seu comportamento no nível de desenvolvimento dos membros da equipe em tarefas específicas.

Esse nível é determinado pelo nível de competência e comprometimento de cada indivíduo. Esses níveis incluem:

• Iniciante entusiasta: grande comprometimento, mas pouca competência;
• Aprendiz desiludido: alguma competência, mas alguns contratempos geraram pouco comprometimento;
• Colaborador capaz, mas cauteloso: a competência está crescendo, mas o nível de comprometimento varia;
• Empreendedor autossuficiente: alta competência e comprometimento.

O autor também sugere que cada uma das abordagens deve ser usada em conjunto com diferentes níveis de maturidade entre os membros dos times. Por exemplo, o nível de maturidade mais baixo (M1) deve funcionar melhor com o estilo “direção”, enquanto o nível de maturidade mais alto (M4) deve dar mais resultado com a abordagem autônoma.

Quais as vantagens e desvantagens da liderança situacional?

Embora a liderança situacional traga inúmeros benefícios, ela pode não ser a melhor abordagem para todas as circunstâncias. Antes de adotá-la, é essencial avaliar se a flexibilidade na gestão realmente atende às necessidades da sua empresa.

Confira as principais vantagens e desvantagens desse modelo para embasar sua decisão:

Vantagens da liderança situacional

• Facilidade de aplicação: quando o estilo de liderança adequado é identificado, sua implementação se torna intuitiva.
• Simplicidade: basta avaliar a situação e aplicar o estilo de liderança mais adequado.
• Adaptação natural: com o líder certo, esse modelo se torna confortável e eficiente.
• Flexibilidade na gestão: os líderes podem ajustar seus estilos conforme as demandas do momento.

Desvantagens da liderança situacional

• Limitações culturais: o modelo não considera todas as diferenças culturais entre países.
• Falta de equidade de gênero: ignora possíveis diferenças na liderança entre homens e mulheres.
• Foco no curto prazo: pode desviar a atenção de estratégias e políticas de longo prazo.

Ao analisar esses pontos, torna-se mais fácil determinar se a liderança situacional é a melhor escolha para a sua organização.

Conclusão

A liderança situacional se destaca como uma abordagem altamente adaptável, permitindo que os líderes ajustem seu estilo de gestão de acordo com o contexto, a equipe e os desafios da organização. Seu diferencial está na flexibilidade e na capacidade de combinar diferentes técnicas de liderança para impulsionar o desenvolvimento dos colaboradores e a eficiência do time.

Embora esse modelo ofereça inúmeras vantagens, como a personalização da gestão e a promoção da autonomia das equipes, é essencial avaliar se ele se encaixa na cultura e nas necessidades estratégicas da empresa. Afinal, não existe uma única fórmula para uma liderança eficaz—o sucesso está na capacidade de adaptação e no entendimento do momento certo para mudar.

Ao considerar a liderança situacional, os gestores têm a oportunidade de construir equipes mais engajadas, produtivas e preparadas para enfrentar os desafios de um mercado dinâmico e em constante transformação.

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