Veja o que a lei diz sobre uniforme de trabalho!
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Time Pontotel 26 de julho de 2024 Gestão de Pessoas

Lei sobre vestimenta no trabalho: entenda o que diz a legislação, direitos, responsabilidades e principais dúvidas

Saiba o que diz a lei sobre vestimenta no trabalho e quais cuidados tanto o empregador quanto o colaborador devem tomar com o uniforme.

Imagem de Lei sobre vestimenta no trabalho: entenda o que diz a legislação, direitos, responsabilidades e principais dúvidas

A lei sobre a vestimenta no trabalho define que, para os funcionários, a vestimenta vai além de uma simples escolha pessoal, refletindo diretamente a cultura e os valores de uma empresa. 

Uma pesquisa feita pelo Google Survey mostrou que 53% das pessoas preferem roupas casuais para trabalhar. 

No entanto, essa questão também envolve uma série de regulamentos legais que tanto empregadores quanto empregados devem conhecer e seguir. 

A legislação sobre uniforme no trabalho é um tema que desperta dúvidas frequentes, abordando desde os direitos e responsabilidades das partes envolvidas até as especificidades que podem variar conforme o setor e o tipo de atividade desempenhada.

Neste artigo, será possível explorar o que diz a legislação brasileira sobre vestimenta no trabalho, explicando os principais pontos e respondendo às dúvidas mais comuns. O artigo contará com os seguintes tópicos: 

Boa leitura! 

O que a lei diz sobre uniforme de trabalho?

iamgem de um malhete

A legislação trabalhista brasileira não possui um artigo específico que trate exclusivamente sobre o uso de uniformes no ambiente de trabalho. 

No entanto, o tema é abordado de maneira indireta em algumas normas e convenções coletivas.

Conforme a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), no artigo 456-A, cabe ao empregador definir o tipo de vestimenta que deve ser utilizado pelos seus empregados, incluindo a exigência de uniformes, desde que os forneça gratuitamente.

Além disso, o artigo 458 da CLT menciona que os uniformes fornecidos pelo empregador não podem ser descontados do salário do empregado.

Cuidados com a lei

Empresas e empregados devem estar atentos a algumas diretrizes legais para evitar causas trabalhistas

A lei diz que os empregadores devem fornecer os uniformes sem custo aos funcionários e que a vestimenta não pode impor riscos à saúde e segurança dos trabalhadores. 

Segundo a Norma Regulamentadora 24 (NR 24) do Ministério do Trabalho, é responsabilidade do empregador fornecer uniformes limpos e em bom estado de conservação.

Imagem do uniforme

Uniformes que exibem logotipos ou propagandas devem ser avaliados quanto ao seu impacto na imagem corporativa e na percepção dos clientes e respeitar o decoro e a dignidade dos funcionários. 

O uniforme deve ser adequado ao ambiente de trabalho e ao tipo de atividade desempenhada, evitando qualquer tipo de vestimenta que possa ser considerada ofensiva ou inapropriada.

As disposições da Lei n.º 13.467/2017 definem que a imagem do uniforme e seu uso podem ser objeto de acordos específicos entre empresas e sindicatos

Acordos e convenções coletivas de trabalho

Conforme o artigo 611-A da CLT, as convenções e os acordos coletivos prevalecem sobre a lei quando dispõem sobre determinados temas, inclusive sobre uniformes de trabalho. 

Dessa forma, é possível que setores específicos tenham regulamentações próprias quanto ao uso e fornecimento de uniformes, ajustadas às necessidades e particularidades de cada categoria profissional.

Responsabilidades do empregador com o uniforme

A legislação trabalhista brasileira impõe algumas responsabilidades ao empregador no que diz respeito ao fornecimento e à manutenção de uniformes para os empregados. 

Estas responsabilidades visam assegurar que os trabalhadores tenham condições adequadas de vestimenta para realizar suas atividades, ao mesmo tempo que garantem que os custos não sejam indevidamente transferidos para os empregados.

Fornecimento e custos do uniforme de trabalho

Segundo o artigo 456-A da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é responsabilidade do empregador fornecer gratuitamente os uniformes aos seus empregados quando o uso for exigido para a execução de suas funções. 

A legislação também estipula que os uniformes devem ser entregues em boas condições de uso e higiene. 

O empregador deve assegurar que os uniformes estejam sempre em bom estado de conservação, implicando a responsabilidade de realizar reparos ou substituições conforme necessário. 

Essa exigência é reforçada pela Norma Regulamentadora 24 (NR 24) do Ministério do Trabalho, que trata das condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho.

Definição de padrões e dress code

Também conforme o artigo 465-A mencionado anteriormente, a definição de padrões e dress code é uma prerrogativa do empregador, conforme estipulado pela CLT.

O empregador tem o direito de estabelecer as normas de vestimenta, considerando a imagem corporativa, o tipo de atividade desempenhada e as exigências de segurança e higiene.

No entanto, essas normas devem ser claras, razoáveis e não discriminatórias, e a empresa deve comunicar essas normas de maneira transparente e garantir que todos os funcionários compreendam e cumpram as exigências estabelecidas.

Direitos do colaborador sobre a vestimenta no trabalho

Os colaboradores possuem direitos específicos relacionados à vestimenta no ambiente de trabalho, assegurando que suas necessidades de segurança, conforto e dignidade sejam respeitadas. 

Direitos relacionados à vestimenta e segurança

Segundo a Norma Regulamentadora 6 (NR 6), que trata dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), os trabalhadores devem receber gratuitamente os EPIs necessários, que podem incluir uniformes ou outras peças de vestimenta específicas. 

Estes uniformes devem ser adequados para proteger os trabalhadores contra riscos ocupacionais, como exposição a produtos químicos, calor excessivo, ou atividades que envolvam riscos de cortes ou perfurações.

O empregador é responsável por garantir que os uniformes estejam sempre em bom estado de conservação, realizando reparos ou substituições quando necessário.

Questões de adequação e conforto

Os colaboradores também têm o direito de utilizar uniformes que sejam adequados e confortáveis para o desempenho de suas funções. 

Uniformes desconfortáveis, inadequados ao clima ou que limitem a mobilidade podem comprometer o bem-estar e a produtividade dos trabalhadores.

Afinal, segundo a psicóloga organizacional Lara Avelino:

 “Quanto mais bem-estar proporcionamos para um colaborador, maior será a produtividade que ele trará.”

Ou seja, investir em uniformes apropriados e confortáveis não é apenas uma questão de segurança e saúde ocupacional, mas também uma estratégia eficaz para melhorar o desempenho e a satisfação dos funcionários.

A Constituição Federal, em seu artigo 7º, inciso XXII, assegura o direito dos trabalhadores a um meio ambiente de trabalho seguro e saudável, incluindo a garantia de vestimentas adequadas. 

Regras que imponham padrões distintos com base em gênero, raça, religião ou qualquer outro fator podem ser consideradas ilegais e passíveis de ação judicial.

É importante que os empregadores considerem a diversidade de corpos e necessidades individuais ao definir os padrões de uniformes, promovendo a inclusão e o respeito à dignidade de todos os funcionários.

Dúvidas sobre a vestimenta no trabalho

imagem de uma pessoa arrumando a roupa

A vestimenta no ambiente de trabalho é um tema que gera muitas dúvidas entre empregadores e empregados. 

Conhecer as respostas para essas questões pode ajudar a evitar problemas e garantir que os direitos e as responsabilidades de ambas as partes sejam respeitados.

O uso do uniforme é obrigatório de acordo com a lei?

A legislação trabalhista brasileira, especificamente a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), não estabelece uma obrigatoriedade geral para o uso de uniformes. 

No entanto, o artigo 456-A da CLT permite que o empregador exija o uso de uniformes se considerar necessário para a atividade. 

Quando a empresa não fornece o uniforme pode exigir vestimenta?

Se a empresa não fornece um uniforme específico, pode estabelecer um dress code, ou código de vestimenta, que oriente os empregados sobre o que vestir. 

Esse dress code deve ser razoável, claro e não discriminatório, garantindo que todos os funcionários cumpram as exigências sem incorrer em custos excessivos.

Quem deve arcar com os custos da vestimenta?

O artigo 458 da CLT especifica que os uniformes fornecidos pelo empregador não podem ser descontados do salário do empregado nem considerados salário in natura.

Isso significa que todas as despesas relacionadas à aquisição, manutenção e substituição dos uniformes são de responsabilidade do empregador.

Posso ser demitido por não usar uniforme?

Sim, o não cumprimento das normas de vestimenta estabelecidas pelo empregador pode resultar em medidas disciplinares, incluindo a demissão por justa causa.

O artigo 482 da CLT lista as hipóteses de justa causa, incluindo atos de indisciplina ou insubordinação. Se o uso de uniforme é uma exigência clara e razoável do empregador, o não cumprimento pode ser considerado ato de indisciplina, justificando a demissão.

Quantos uniformes a empresa deve fornecer?

A Norma Regulamentadora 24 (NR 24) estabelece que o empregador deve garantir que os uniformes estejam sempre em boas condições de uso e higiene. 

Na prática, isso significa que a quantidade de uniformes fornecidos deve ser suficiente para os empregados poderem manter uma rotina de trabalho adequada, permitindo a troca e a higienização das peças sem comprometer a frequência ou a qualidade do trabalho.

Conclusão

Neste texto, pôde-se compreender que a legislação trabalhista brasileira estabelece diretrizes claras sobre vestimenta no trabalho, assegurando que tanto empregadores quanto empregados conheçam suas responsabilidades e direitos. 

Os empregadores devem fornecer gratuitamente uniformes quando exigidos, garantir que estejam em boas condições e que cumpram as normas de segurança e higiene, com dress codes razoáveis e não discriminatórios. 

Por outro lado, os trabalhadores têm o direito de usar uniformes adequados e confortáveis, com proteção contra riscos ocupacionais. O não cumprimento das normas de vestimenta pode levar a medidas disciplinares, incluindo demissão por justa causa. 

Por fim, as regras detalhadas sobre vestimenta podem ser adaptadas e detalhadas por meio de acordos e convenções coletivas de trabalho, assegurando que se ajustem às necessidades específicas de cada setor. 

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