Mudar de emprego constantemente costumava ser um ponto negativo no currículo dos profissionais. Mas, nos últimos tempos, o job hopping, conceito que se refere à mudança frequente de trabalho, passou a ser visto positivamente pelas empresas.
Ficar muitos anos em uma mesma empresa, construindo uma carreira em um só lugar, foi sinônimo de sucesso profissional durante muito tempo, principalmente para as gerações mais antigas.
Esse cenário vem mudando, pois o perfil dos trabalhadores também está em constante transformação. Os mais jovens, de maneira geral, anseiam por novos desafios e, por isso, tendem a não permanecer na mesma empresa por um período muito longo.
Os job hoppers então ganharam espaço no mercado, e os recrutadores passaram a valorizá-los e a enxergar benefícios na contratação destes talentos.
Este artigo abordará o que é job hopping, quais os motivos que levam os profissionais a trocar de emprego e o que as empresas devem avaliar antes de contratar pessoas com esse perfil. Você lerá:
- O que é o job hopping?
- Principais motivos que levam à prática do job hopping
- Qual o perfil de quem pratica o movimento de job hopping?
- Vantagens e desvantagens do job hopping para empresas e colaboradores
- Como o RH pode ajudar na retenção dos job hoppers?
Quer saber mais sobre job hopping? Então, continue a leitura!
O que é o job hopping?
Job hopping, que na tradução para o português significa pular de emprego, é uma tendência na qual os profissionais mudam de trabalho com muita frequência. Normalmente, esse é o perfil dos trabalhadores mais jovens, que buscam por mais desafios e não querem se acomodar em uma mesma empresa.
Antes vistos com olhar de desconfiança pelos profissionais de recursos humanos, os job hoppers ou job jumpers passaram a ter mais oportunidades no mercado de trabalho, especialmente os que possuem perfil digital, como os da área de TI, que possui profissões em alta e que geram bastante concorrência entre as empresas.
Não existe um prazo máximo, mas as pessoas que trocam de emprego constantemente não costumam ficar em uma mesma companhia por mais de dois anos. Inclusive, existem alguns que fazem essa troca de modo ainda mais rápido, permanecendo apenas três meses no mesmo trabalho.
Como esse movimento se tornou popular?
Não existe uma origem exata da popularização do job hopping, porém, essa tendência é mais comum no século XXI, com a entrada dos mais jovens no mercado de trabalho.
Isso acontece porque os profissionais mais antigos e com mais tempo de carreira ainda carregam consigo a teoria de que o sucesso é conquistado pela construção de uma trajetória duradoura em uma empresa.
A nova geração de trabalhadores anseia por um crescimento profissional rápido na carreira e não pensa duas vezes antes de mudar para uma companhia que fez uma proposta mais atrativa, seja do ponto de vista de responsabilidades, desafios ou remuneração.
Movimento liderado pela geração Z
O job hopping é um movimento liderado pela geração Z, ou seja, pelos profissionais nascidos entre 1990 e 2010. Essas pessoas são mais inquietas, prezam pela liberdade e, por isso, não querem se sentir presas a uma mesma empresa por muito tempo.
Vale destacar que esse movimento não ocorre apenas no Brasil. Dados publicados pela CareerBuilder, plataforma de recrutamento dos Estados Unidos, demonstram que a geração Z tende a permanecer em uma empresa por no máximo 2 anos e 3 meses, enquanto os baby boomers tem uma média de mais de 8 anos em um mesmo emprego.
Aliás, o levantamento mostra ainda que esses profissionais prezam pelo tratamento igualitário e não aceitam não receber esse comportamento dos empregadores. Esse é outro motivo que os fazem mudar de emprego com tanta facilidade, pois irão buscar essa valorização em outras oportunidades.
Outra geração que também é adepta ao job hopping é a dos Millenials, que também têm uma média de menos de 3 anos nas empresas por onde passam.
Principais motivos que levam à prática do job hopping
Como já abordado anteriormente, existem vários motivos que levam os profissionais a terem o perfil de job hoppers. Entre as razões, é possível elencar:
- Busca pelo desafio: esse perfil de profissionais não gosta de se sentir acomodado e, por isso, muda de emprego atrás de novas experiências;
- Curiosidade: os job hoppers são curiosos e querem aprender cada vez mais. Depois de um tempo, o colaborador já sabe tudo sobre aquela função e, se não enxergar oportunidade de aprendizado dentro da empresa, procurará novidades externamente;
- Salário: enquanto as gerações mais antigas valorizavam a estabilidade, os novos profissionais prezam por um salário melhor e não deixam de aceitar uma proposta financeira mais atrativa;
- Condições de trabalho: os job hoppers querem qualidade de vida, então, buscam empresas com benefícios como jornada flexível, modelo híbrido de trabalho ou teletrabalho, vale-refeição, plano de saúde e outros;
- Desmotivação: pessoas com características de job hoppers ficam facilmente desmotivadas e mudam de trabalho em busca de motivação;
- Falta de ligação com a empresa: para esses profissionais, criar um vínculo com as empresas não é essencial, pois valorizam mais a própria carreira.
Esses são apenas alguns dos motivos para pular de emprego, mas a lista para a ocorrência do job hopping pode ser bem maior.
Qual o perfil de quem pratica o movimento de job hopping?
Apesar de não ser uma regra, existem algumas características comuns à maioria das pessoas que pula de um emprego para o outro.
A idade é uma delas, sendo provável que profissionais mais jovens pratiquem o job hopping. Importante lembrar que essa não é uma regra, e trabalhadores de gerações mais antigas também podem trocar de emprego com frequência.
Além disso, são colaboradores com alta capacidade de aprendizagem, pois não precisam de muito tempo para se adaptar a uma nova empresa ou segmento. Rapidamente conseguem absorver as informações e as habilidades necessárias para exercer a nova função e assumir o novo desafio.
Também por isso, os job hoppers são bastante adaptáveis a mudanças, e isso faz com que tenham mais jogo de cintura para lidar com situações de estresse.
De maneira geral, são profissionais que têm ambições altas e traçam um planejamento bastante claro sobre onde querem chegar. Essa característica faz com que eles tenham uma sede de aprendizado, pois entendem seus pontos necessários de melhoria para alcançar seus objetivos.
Entretanto, esse anseio pelo crescimento rápido também traz uma certa impaciência para trabalhadores com esse perfil.
Vantagens e desvantagens do job hopping para empresas e colaboradores
Em um passado recente, os profissionais com perfil job hopper não eram valorizados pelas empresas; porém, com o aumento da tendência e da capacitação desses trabalhadores, os recrutadores passaram a ver oportunidades na contratação desses talentos.
Mesmo assim, vale destacar que existem vantagens e desvantagens no job hopping. O primeiro benefício é de ordem mais prática: é fácil contratar esses talentos porque eles estão no mercado buscando novas oportunidades, exigindo menos esforços para os recrutadores na busca por profissionais para preencher as vagas disponíveis.
Normalmente, os job hoppers costumam ser colaboradores mais motivados, pois escolheram estar naquele trabalho e não permanecem em uma empresa por comodidade. Sendo assim, eles são mais produtivos, já que estão fazendo o que gostam e, principalmente, o que querem naquele momento.
Outro ponto importante é que, apesar de serem jovens de maneira geral, os job hoppers têm bastante experiência acumulada, pois transitam por diversas funções e por empresas com processos internos distintos e mercados diferentes, além de possuírem grande troca de experiência com muitos profissionais.
Por outro lado, existem riscos e desvantagens em apostar na contratação de talentos com esse perfil, especialmente por serem profissionais que têm dificuldades em criar uma sensação de pertencimento à empresa.
Além disso, são talentos com pouca especialização, já que transitam constantemente entre funções, setores e empresas diferentes. Logo, dependendo das necessidades do negócio, um profissional com esse perfil pode não ser o mais indicado.
Por fim, é importante destacar que os job hoppers não têm uma visão de longo prazo, por isso, os gestores não sabem por quanto tempo terão o profissional, sendo difícil fazer planos de projetos futuros com esse colaborador.
Como o RH pode ajudar na retenção dos job hoppers?
Os profissionais de recursos humanos têm um papel muito importante na retenção dos job hoppers. É importante que estes profissionais se sintam valorizados e, principalmente, observem que a empresa enxerga suas vontades e anseios.
Junto aos gestores, o RH pode fornecer possibilidades de crescimento ou até mesmo oportunidades de novos desafios na própria empresa, assim, os profissionais não sentirão necessidade de procurar um novo local para suprir suas vontades de experienciar novidades.
Outro ponto é identificar, dentre esses colaboradores, quais estão dando os resultados esperados, e oferecer-lhes promoções de cargos ou aumentos de salário, desde que alinhados com os objetivos estratégicos da empresa.
Conclusão
O job hopping é, então, uma tendência do mercado de trabalho que consiste nos profissionais pularem de um emprego para outro com uma alta frequência.
Esse movimento é mais presente em trabalhadores da geração Z, que são mais jovens e, consequentemente, não sentem uma necessidade de ter um emprego estável e permanecer por muitos anos na mesma empresa.
Os job hoppers são profissionais que anseiam por novos desafios e oportunidades, desta maneira, não hesitam em mudar de trabalho se forem abordados com uma proposta mais atrativa, seja do ponto de vista financeiro ou do escopo do projeto.
O mercado de trabalho vem se adaptando à tendência e, cada vez mais, tem valorizado colaboradores com esse perfil, desde que se encaixem aos objetivos da empresa. Apesar disso, ainda é necessário avaliar as desvantagens de contar com um profissional que pode a qualquer momento trocar de emprego.
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