Holocracia: o que é, como funciona e quais as vantagens?
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Time Pontotel 27 de março de 2024 Departamento Pessoal

O que é Holocracia? Entenda mais sobre o assunto, como funciona, características e suas vantagens!

Você já ouviu falar em gestão organizacional sem hierarquia? Conheça a holocracia e veja quais os benefícios para sua empresa. Confira!

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O mundo corporativo está acostumado com a formação hierárquica, na qual existe uma liderança e subordinados bem definidos. Nesse formato, os profissionais sabem exatamente a quem respondem na empresa. Por exemplo, o gerente está acima dos analistas, mas responde para os diretores.

Apesar de ser o modelo mais tradicional, o mercado vem experimentando outros sistemas de gestão como a holocracia ou holacracia. O termo ainda é pouco conhecido e, em resumo, prevê uma organização em que não há uma definição de quem ocupa um cargo superior ou inferior. 

Além disso, a holocracia incentiva a inovação e tem entre os objetivos aumentar o engajamento, a produtividade e os resultados do negócio. Nela, cada colaborador sabe suas responsabilidades e o que precisa fazer para alcançar suas metas.

Preparamos este artigo para esclarecer melhor os principais pontos sobre holocracia: o que é, vantagens e desvantagens e como implementar na sua empresa.

Quer saber mais? Então, continue a leitura!

O que é holocracia?

imagem de três homens sentados em um escritório conversando

O primeiro ponto a ser lembrado é que a holocracia é um sistema de gestão. O que o difere do padrão mais conhecido e aplicado nas empresas é a ausência de hierarquia. Não há chefia e subordinados, ou seja, não é uma gestão vertical.

Neste modelo, a responsabilidade da tomada de decisão é dividida entre todos os colaboradores da empresa. Você deve estar se perguntando: como a falta de hierarquia não resulta em desorganização e improdutividade? 

A resposta é que na holocracia existem “regras de jogo” que precisam ser seguidas pelos profissionais a fim de se conquistar os resultados esperados pela empresa por meio da gestão horizontal.

Outra palavra que aparece constantemente quando o assunto é holocracia é o empoderamento. Espera-se que os funcionários entendam que eles têm o poder de gerenciar sua rotina e tomar suas decisões, desde que ajam dentro das regras e com o intuito de concluir o trabalho final. 

O modelo tem sido aplicado em diversas companhias, e foi mais difundido quando a loja de varejo online Zappos implementou a holocracia em seu negócio. 

Como surgiu?

A holocracia ou holacracia, como também pode ser chamado o modelo de gestão, é um formato bastante jovem. Foi criada por Brian Robertson, um empresário americano, fundador da empresa Ternary Software, primeira empresa a adotar este sistema, em 2007.

O negócio de Robertson era uma startup de tecnologia, que tinha como foco o trabalho em equipe. Além disso, a cultura organizacional e o modelo de trabalho se baseavam nas metodologias ágeis

O idealizador uniu o conceito ágil, que consiste em entregar um produto final por meio da divisão de diversos subprodutos dentro de um prazo até a conclusão do projeto, à sociocracia ou governança dinâmica.

Trata-se de um sistema de governo da democracia participativa, na qual todas as decisões são tomadas de acordo com a opinião dos indivíduos de determinada sociedade. Ao juntar essas duas ideias, Brian Robertson criou e aplicou na sua empresa a holocracia. 

Como funciona a Holocracia?

Agora que você já sabe como surgiu a holocracia, vamos entender na prática como ela funciona. Lembre-se que a principal característica deste formato de gestão é a ausência de hierarquia. Não existem diretores, gerentes, analistas, assistentes e os tradicionais cargos que estamos acostumados a ver.

Quando a empresa aposta na holocracia, cada colaborador recebe um papel, ou seja, uma responsabilidade e objetivos a serem alcançados. Além disso, existem as regras do jogo, que devem ser seguidas por todos, sem distinção. Essa carta de regras é chamada de “Constituição” e foi definida inicialmente pelo próprio criador do modelo de gestão. 

Existe, entretanto, uma prioridade entre os círculos de trabalho a depender do projeto a ser realizado. Uns são mais “importantes” que os demais e talvez essa seja considerada a única hierarquia dentro da holocracia. 

Trabalhando desta forma, Brian Robertson acreditava que os funcionários teriam mais agilidade ao tomar decisões e se adaptariam melhor às dinâmicas do mercado. O objetivo principal é que haja maior autonomia para a tomada de decisão e, consequentemente, a diminuição da burocracia e o aumento da flexibilidade no trabalho.

Engana-se, porém, quem acredita que a holocracia é sinônimo de uma empresa bagunçada. Pelo contrário, os papéis são muito bem definidos dentro da organização. Existe uma divisão de equipes e cada uma é responsável pela realização de determinadas funções e conclusão de um tipo de projeto. 

Outro ponto importante é que o formato também incentiva o desenvolvimento de habilidades de liderança, pois os integrantes de um time acabam por, naturalmente, organizar-se para finalizar as demandas. É necessário aprender os conceitos de autoliderança e aplicá-los no dia a dia.

Essas equipes costumam ter reuniões nas quais decidem, em conjunto, qual é a melhor estratégia para concluir o trabalho. As funções de cada colaborador ou “peça do jogo” mudam se ele for realocado para outra posição.  

A importância da holocracia

De acordo com o criador do formato e da experiência de outras empresas que adotaram a holocracia, a importância está especialmente na diminuição de burocracia e no incentivo à inovação. 

Há, certamente, uma redução dos processos de aprovação, pois não existe uma hierarquia na qual o cargo superior precise supervisionar o trabalho de seus subordinados. Quando isso ocorre, é provável que haja aumento na produtividade, pois existe um menor índice de retrabalho. 

Outro ponto importante a ser destacado é a valorização do colaborador. Na holocracia, os profissionais tendem a se sentir mais confiantes, pois a ausência de superiores indica que há uma confiança no potencial de cada colaborador. Essa autonomia permite ainda que cada funcionário compreenda melhor sua importância dentro da sua equipe e da empresa.

A holocracia também favorece o processo de aprendizagem e desenvolvimento do profissional, pois incentiva a tomada de decisão e senso de responsabilidade.  

Em seu livro, “Holacracia: o novo sistema de gestão que propõe o fim da hierarquia”, Brian Robertson traz mais detalhes sobre a importância do modelo e como as empresas podem se beneficiar do formato. 

Principais características da holocracia

imagem de duas mulheres em pé conversando em um escritório

Já abordamos anteriormente como funciona a holocracia e seu formato com total ausência de hierarquia. Mas, abaixo, elencamos as principais características do sistema de gestão organizacional. 

Descentralização do poder

A primeira e mais importante delas é a descentralização do poder. Em empresas que optam pela holocracia não existe hierarquia e a palavra chefe está fora do vocabulário. Sendo assim, todos os colaboradores têm o mesmo poder de decisão dentro de suas equipes de trabalho. 

Na conhecida autoridade horizontal, há uma divisão maior de responsabilidades e não existe uma relação de controle. Essa ausência de comando permite que os profissionais ajam mais rapidamente em determinadas situações que exigem agilidade. 

Transparência

Para que a holocracia funcione, é essencial que haja transparência. As regras e objetivos do jogo precisam ser claros para todas as equipes e funcionários. Só assim será possível que os colaboradores entendam seus papéis e o realizem corretamente. A falta de transparência na empresa pode dificultar a conquista do objetivo.  

Autonomia

É claro que se não existem chefes, os colaboradores possuem autonomia para a tomada de decisão. Os profissionais devem seguir o guia da empresa, no que diz respeito ao que devem conquistar e como se portar de maneira geral, porém, decidem como realizarão seu trabalho. 

Desta maneira, é essencial destacar que os times são autogerenciáveis e, por isso, qualquer falha pode resultar no fracasso de um projeto, reforçando ainda mais a necessidade de desenvolver diariamente as habilidades de autonomia.

Flexibilidade

Esse item é bastante importante para as empresas que decidirem adotar a holocracia. Afinal, a ideia é mesmo que haja uma flexibilidade para que cada pessoa entenda o que é necessário que ela faça naquele momento. 

Ser um profissional de recursos humanos não impede que o colaborador ajude em uma demanda de marketing, por exemplo. O objetivo é sempre finalizar o que é esperado, se adaptando da melhor forma possível.

A flexibilidade também pode ser um diferencial no momento de revisitar estratégias. Na hierarquia, essa mudança de rota, normalmente, precisaria da aprovação de um superior. No formato de holacracia, é possível que a equipe tome essa decisão rapidamente.

Quais são as vantagens de implementar esse modelo?

Talvez a principal dúvida sobre a holocracia é entender qual é o benefício de adotar a holocracia se o modelo padrão (hierárquico) tem funcionado e apresentado resultados satisfatórios. Não existe um motivo específico para a adoção do formato mais moderno. 

Então, fica a pergunta: holocracia – vantagens e desvantagens: quais são?

De maneira geral, as empresas que escolhem a holocracia esperam melhorar o ambiente de trabalho e fazer mudanças significativas na cultura organizacional.

A holocracia tende a aumentar a criatividade, estimulando a inovação e a aprendizagem dos profissionais. Por esse motivo, o modelo tem sido experimentado em empresas com um olhar mais moderno para o mercado de trabalho, como as startups. 

Na gestão horizontal, a empresa ganha em proatividade, se adaptando mais rapidamente às exigências do mercado. Existem indícios também de que esse sistema de gestão aumenta o bem-estar dos colaboradores, pois cresce a sensação de pertencimento ao negócio.

Além disso, a holocracia também instaura uma mentalidade colaborativa nos funcionários, que entendem que o sucesso do negócio depende necessariamente do bom desempenho de cada um dos colaboradores.

E as desvantagens?

Por outro lado, os gestores que pretendem instituir a holocracia nas suas empresas precisam entender que haverá desafios. Não são necessariamente desvantagens, mas pontos que devem ser considerados antes da implementação do novo sistema de gestão. 

Este modelo exige um nível bastante alto de maturidade, além disso, é necessário que os colaboradores entendam a importância da mudança de gestão organizacional. 

O comprometimento de todos os profissionais é essencial para o sucesso do formato, pois todos terão que entender como funciona a holocracia e colocá-la em prática. O nível de autonomia e auto responsabilidade exigidos também devem ser levados em consideração.

Se os colaboradores se acomodarem, os resultados podem cair, por isso, cada um precisa acompanhar o seu desempenho, identificar pontos de melhorias e criar uma relação de confiança com os demais membros da equipe.

Quais tipos de empresas podem implementar a holocracia?

imagem de um grupo de pessoas em um escritório conversando

Antes de falar sobre como implantar a holocracia, é importante entender se o modelo organizacional funcionará bem em sua empresa. Se seu negócio precisa se adaptar rapidamente aos movimentos do mercado, o modelo de gestão operacional pode ser útil. Entretanto, se este não for o perfil da companhia, talvez não valha a pena apostar no sistema.  

Normalmente, a holocracia funciona melhor em empresas de pequeno e médio porte. Isso não significa que grandes companhias não possam aderir ao formato de gestão, mas exigirá um nível de maturidade extremamente alto, além de uma preparação maciça para a mudança. 

A dica é entender qual o perfil do seu quadro de funcionários e o quanto eles estão disponíveis para essa transição. De maneira geral, setores tradicionais como indústria farmacêutica e construção civil tendem a ser mais resistentes. 

Como implementar?

Como qualquer outro passo importante do negócio, implantar a holocracia exige planejamento. Entenda o que será necessário para a transição e planeje cada passo. Avalie também quais serão os impactos, antes da tomada de decisão. 

Como falamos anteriormente, a dedicação e compreensão dos colaboradores é o principal item para o sucesso da implementação da holocracia. Por isso, invista em educação e treinamento dos funcionários e escute a opinião deles durante todo o processo.

Antes de finalizar a transição, faça testes e meça os resultados. Se forem promissores, é a hora de iniciar a mudança gradual do modelo tradicional para a holocracia. 

Conclusão

A holocracia é um sistema moderno de gestão organizacional que consiste, principalmente, na ausência de hierarquia. O modelo tem o intuito de aumentar a produtividade da companhia, incentivando a autonomia dos colaboradores, a diminuição da burocracia e a agilidade na tomada de decisão. 

Antes de implementá-la, porém, as empresas precisam entender quais serão os desafios e se os benefícios serão maiores que os riscos. 

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