Trabalhar com foco na eficiência e conquista de excelentes resultados em menos tempo é uma motivação importante durante o dia a dia na empresa. Isso, porém, pode acabar se transformando em hiperprodutividade no trabalho, ultrapassando o saudável.
Maiores níveis de estresse, problemas de concentração e ansiedade são exemplos disso. Até a Síndrome de Burnout e as crises de pânico também podem ocorrer em ambientes de trabalho imersos em produtividade tóxica.
Diante disso, este conteúdo foca abordar os principais pontos sobre este assunto, desde o seu conceito até os sinais de quando acontece. Trata, ainda, das medidas que o time de recursos humanos pode aplicar para combater tal hiperprodutividade.
Por isso, para discutir esse tema, este texto aborda os seguintes pontos:
- O que é hiperprodutividade?
- Quais são os sinais de alerta para hiperprodutividade no trabalho?
- Quais são as consequências da hiperprodutividade para o colaborador?
- Quais são as consequências da hiperprodutividade para a empresa?
- Quais são as estratégias para combater a hiperprodutividade no trabalho?
Tenha uma ótima leitura!
O que é hiperprodutividade?
A hiperprodutividade diz respeito à busca por um nível de produtividade extremo. Ela pode acontecer com funcionários de uma empresa, por exemplo, ou mesmo com as pessoas de forma geral, como um estudante. Aliás, o prefixo “hiper” pontua bem a essência desse conceito, já que traz a ideia de algo em excesso, em grau elevado.
Sendo assim, essa hiperprodutividade se dá quando alguém realiza um excesso de tarefas em um período menor do que as expectativas normais e em detrimento da própria saúde e qualidade de vida.
Produtividade tóxica
Em termos gerais, ser um profissional muito produtivo gera uma série de benefícios. O vendedor de uma loja, por exemplo, consegue entregar excelentes resultados nas vendas, enquanto um desenvolvedor pode resolver problemas de programação com agilidade.
Porém, dependendo da situação em que esse funcionário estiver, essa produtividade pode se tornar tóxica. Isso ocorre quando ele começa a ser extremamente produtivo todo o tempo em detrimento do seu bem-estar devido a alguns fatores, como ser pressionado pelo gestor.
Essa produtividade tóxica traz um enorme prejuízo à qualidade de vida dos trabalhadores. Ela se dá quando o funcionário ultrapassa os limites saudáveis para ter alto desempenho e, por isso, começa a ignorar as suas necessidades básicas, tanto corporais quanto mentais.
Quais são os sinais de alerta para hiperprodutividade no trabalho?
A hiperprodutividade faz os colaboradores apresentarem alguns sintomas característicos. Confira a seguir quais os principais.
Aumento exagerado das horas extras
Um dos primeiros sinais de que um funcionário está imerso em um dia a dia de trabalho hiperprodutivo é quando ele começa a trabalhar por mais horas do que o normal. Ou seja, quando existe excesso de horas extras.
Entre as razões para isso ocorrer, tem-se a de que o colaborador sente constantemente uma pressão para produzir mais e em menos tempo. Assim, em vez de as horas extras serem uma exceção, acontecendo eventualmente para o funcionário conseguir entregar algum projeto urgente, por exemplo, elas acabam se tornando frequentes.
Nesse sentido, alguns dos fatores que podem levar a esse estado de hiperprodutividade no trabalho devido à pressão, seja ela explícita ou não, são: prazos apertados, expectativas do time e cobrança de líderes.
Aumento do estresse e da ansiedade
Como consequência dos cenários de hiperprodutividade no trabalho, citados anteriormente, os funcionários começam a sentir mais estresse e ansiedade.
Individualmente, esses dois problemas de saúde mental já são prejudiciais ao colaborador. Isso, porém, piora quando ambos estão presentes. O estresse, por exemplo, que pode acabar se tornando estresse crônico, gera dores musculares e dores de cabeça.
Já a ansiedade, cuja origem está na preocupação em atingir certas metas e alcançar um desempenho irrealista, apresenta-se no dia a dia na forma de impaciência, agitação e irritação, já que o funcionário se sente tenso a todo instante. Ele também apresenta sintomas físicos, como batimentos cardíacos acelerados e até problemas gastrointestinais.
Redução da qualidade do trabalho
Devido à pressão e à sobrecarga que a hiperprodutividade no trabalho gera, os funcionários também podem entregar um trabalho de péssima qualidade. Afinal, para entregar resultados em um prazo curto, eles passam a negligenciar os detalhes de uma tarefa ou de um projeto.
Além disso, essa hiperprodutividade faz os funcionários deixarem de entregar um trabalho de ótima qualidade porque eles começam a realizar trabalho excessivo. Isso os faz desempenharem um trabalho menos cuidadoso em prol de acelerar a produção.
Quais são as consequências da hiperprodutividade para o colaborador?
São várias as consequências que o colaborador arca por conta da hiperprodutividade no trabalho, algumas delas já até mencionadas de forma breve anteriormente. A seguir, entenda melhor as principais.
Aumento do estresse e sobrecarga
Uma das consequências diretas da hiperprodutividade no trabalho é a sobrecarga, que, consequentemente, aumenta os níveis de estresse dos colaboradores.
No cotidiano, por conta da alta demanda de trabalho, o funcionário estressado começa a enfrentar problemas de relacionamento com os seus colegas de trabalho. Como resultado, a tensão entre eles aumenta ao passo que o sentimento de cooperação diminui.
Isso reflete negativamente no projeto que uma equipe está desenvolvendo, por exemplo, fazendo a entrega dele atrasar ou comprometendo a sua qualidade final. Afinal, os atritos decorrentes do estresse tornam a comunicação do time repleta de mal-entendidos.
Riscos de burnout
Estritamente ligada ao esgotamento físico e mental, a hiperprodutividade no trabalho aumenta, ainda, os riscos de burnout. Ou seja, eleva as chances de a Síndrome de Burnout, também chamada de Síndrome do Esgotamento Profissional, afetar os colaboradores.
Esse distúrbio emocional acontece quando o funcionário está imerso em um local de trabalho desgastante, cujas características são: altas demandas de atividades, falta de descanso e lazer ao colaborador, competitividade tóxica e pressão de superiores.
Impactos negativos na saúde
Junto a todos os aspectos que os tópicos anteriores trataram, são indiscutíveis os impactos negativos que a hiperprodutividade no trabalho causa nos funcionários de uma empresa.
O quadro de funcionários passa a ter problemas de saúde, que vão desde tensão muscular, irritabilidade e dores de cabeça até insônia, dificuldade de concentração e crises de pânico. Também estão entre os impactos na saúde dos profissionais o sentimento de desmotivação no trabalho, a perda de interesse, a depressão e o isolamento social.
Todas essas consequências devido à hiperprodutividade no trabalho causam, ainda, outras complicações. A insônia, por exemplo, afeta negativamente o humor e a cognição do funcionário. O mesmo acontece com a depressão, que aumenta a frequência de faltas.
Quais são as consequências da hiperprodutividade para a empresa?
A hiperprodutividade no trabalho gera um efeito dominó: primeiro, afeta os funcionários, que passam a apresentar diversos sintomas, como os citados ao longo deste conteúdo. Após isso, a própria empresa também começa a arcar com as consequências. Entenda a seguir.
Maior número de erros e retrabalho
Quando os funcionários estão focados em produzir mais e em menos tempo, uma das primeiras consequências que a empresa enfrenta é o maior número de erros e retrabalhos. Isso, além de diminuir a eficiência do negócio, consome tempo e outros recursos.
Diminuição da satisfação e do engajamento dos funcionários
A hiperprodutividade no trabalho também faz os colaboradores se sentirem esgotados, fazendo-os perderem a satisfação profissional e o entusiasmo pela função que realizam. A empresa arca com isso na forma de maior rotatividade de funcionários.
Cultura organizacional negativa
Por fim, a cultura organizacional da empresa também se torna negativa devido à hiperprodutividade no trabalho. Isso porque surge na cultura a competição interna, a falta de colaboração em projetos e, ainda, o constante clima de estresse, aumentando os atritos.
Quais são as estratégias para combater a hiperprodutividade no trabalho?
Diante de todas as problemáticas que a hiperprodutividade no trabalho causa, é importante que o time de recursos humanos adote medidas estratégicas que a combatam.
Entre elas, estão: oferecer treinamentos que ajudem os colaboradores a gerenciarem melhor o tempo, priorizando tarefas e definindo uma programação equilibrada; e definir metas realistas, evitando a sobrecarga de trabalho.
Junto a isso, também é necessário que o time de RH promova um local de trabalho saudável e equilibrado por meio de políticas que auxiliem os funcionários a terem horários mais flexíveis e, ainda, forneça benefícios focados no bem-estar deles, o que pode ser feito com programas de atividade física e mindfulness, por exemplo.
Conclusão
São indiscutíveis as consequências negativas da hiperprodutividade no trabalho: tanto para os colaboradores, que se sentem sobrecarregados e desenvolvem problemas de saúde física e mental, quanto para a empresa, que começa a perder produtividade no negócio.
Como foi possível observar ao longo deste conteúdo, ainda que tal hiperprodutividade seja responsável por inúmeras complicações, é possível combatê-la com eficiência. Nesse sentido, a equipe de recursos humanos tem um papel crucial, já que pode aplicar medidas estratégicas, como os programas de bem-estar e treinamento.
Gostou deste conteúdo? É possível conferir outros artigos interessantes sobre gestão de pessoal, RH estratégico e gestão empresarial no blog Pontotel.