Gig economy: o que é, como funciona e o impacto nas empresas brasileiras!
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Time Pontotel 6 de junho de 2024 Todos os artigos
Gig economy: o que é, como funciona e o impacto nas empresas brasileiras!
A gig economy se refere a um modelo de trabalho caracterizado por prestação de serviços temporários por trabalhadores autônomos. Saiba mais!
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O tradicional modelo de emprego em tempo integral está perdendo espaço para formas mais flexíveis e descentralizadas do trabalho. Este fenômeno, conhecido como gig economy, trouxe vantagens e desafios tanto para empregadores quanto para trabalhadores.

No caso das empresas, a contratação de um trabalhador gig demanda alguns cuidados. Afinal, o processo não é para a admissão de funcionários, mas para estabelecer parcerias temporárias com profissionais independentes.

Este artigo traz um panorama mais amplo da gig economy, seus impactos no Brasil e algumas estratégias para as empresas que contratam trabalhadores gig. Confira abaixo um resumo do que será explicado adiante:

Continue e veja os impactos da gig economy!

O que é a gig economy?

entregador entregando uma sacola a um homem

A gig economy, ou economia gig, é um modelo econômico caracterizado pela prestação de serviços temporários, independentes e sob demanda. Nesse sistema, trabalhadores autônomos, muitas vezes denominados “freelancers” ou “gigs”, realizam tarefas específicas por meio de plataformas digitais ou intermediários, geralmente por um período determinado.

Empresas como Uber, Airbnb, iFood, TaskRabbit e Upwork contribuíram para a popularização desse modelo de trabalho, pois oferecem plataformas que conectam prestadores de serviços independentes a clientes em busca de soluções sob demanda.

Origem da economia gig

A teoria da economia gig surgiu no início do século XXI de economistas como Alan Krueger e Lawrence Katz. Esses acadêmicos se dedicaram a estudar o aumento de trabalhadores independentes nos Estados Unidos.

O termo “gig” tem suas origens na esfera artística para se referir a contratos de curto prazo encontrados em eventos como apresentações musicais. A aplicação desse termo foi, então, expandida para descrever transações de trabalho temporário e específico.

A gig economy no Brasil

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) indicam que até 1,4 milhão de trabalhadores brasileiros poderiam estar envolvidos em alguma atividade relacionada à gig economy no setor de transporte de passageiros e mercadorias. 

Um levantamento realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em 2022 também identificou a presença de pelo menos 77 empresas atuando nesse modelo de negócio no Brasil. A maioria dessas organizações (24 delas) realizam entrega e delivery.

Como a gig economy se relaciona com a uberização do trabalho?

Embora gig economy e uberização sejam expressões similares, que apontem para as mesmas mudanças no mundo do trabalho no século XXI, existem algumas diferenças entre os dois conceitos.

A expressão “uberização” do trabalho refere-se à tendência de empresas adotarem modelos de negócios semelhantes ao da Uber, caracterizados pela ausência de vínculos empregatícios e utilização de tecnologia para a gestão e coordenação de atividades.

É um termo mais empregado para descrever situações em que determinadas profissões tornaram-se precarizadas e desprovidas de segurança e garantias tradicionais, como seguro-saúde, aposentadoria e licenças remuneradas.

Empresas como Uber e outras do setor de transporte e entrega têm sido frequentemente criticadas por práticas trabalhistas questionáveis, incluindo baixos salários, ausência de benefícios e falta de proteção social para os trabalhadores.

Por outro lado, a gig economy é um conceito mais antigo do que uberização e serve para descrever um modelo de relações econômicas caracterizado pela prestação de serviços temporários e independentes sob demanda.

O que caracteriza um trabalhador gig?

Três características principais definem o perfil do trabalhador gig: flexibilidade de horários, independência e autonomia, e utilização de plataformas digitais para conexão com oportunidades de trabalho. Entenda mais sobre elas a seguir.

Flexibilidade de horários

Ao contrário dos empregos com horários fixos, os trabalhadores gig têm a liberdade de escolher quando desejam trabalhar. Isso significa que podem ajustar seus horários de acordo com suas preferências pessoais, compromissos familiares ou outras atividades.

Essa capacidade de ajustar os horários de trabalho conforme as necessidades individuais é especialmente importante para muitos trabalhadores gig, que buscam uma alternativa ao modelo tradicional de emprego que impõe horários fixos e inflexíveis.

Independência e autonomia

Como freelancers ou prestadores de serviços independentes, os trabalhadores gig têm mais controle sobre o tipo de atividade que realizam, os clientes com quem trabalham e até mesmo os locais onde operam. 

Isso significa que eles podem tomar decisões de negócios com maior liberdade e adaptar suas estratégias de trabalho conforme necessidades e objetivos individuais. Eles não estão vinculados a um único empregador e têm a liberdade de diversificar suas fontes de renda.

Utilização de plataformas digitais

Uber, Airbnb, Upwork, iFood, TaskRabbit e outras plataformas ou aplicativos atuam como intermediários entre trabalhadores e clientes. Geralmente, os clientes podem se cadastrar nas plataformas dessas empresas para encontrar um prestador de serviço.

Da mesma forma, os trabalhadores gig podem acessar essas plataformas em seus dispositivos móveis ou computadores para encontrar oportunidades de trabalho, gerenciar suas agendas, comunicar-se com os clientes e receber pagamentos.

Quais as vantagens e desvantagens desse modelo de trabalho?

mulher usando o celular

As relações de trabalho que caracterizam a gig economy já existem no Brasil há mais de uma década, proporcionando às empresas uma oportunidade única de fazer um balanço das reais vantagens e dos desafios que esse modelo tem a oferecer. 

Vantagens e desvantagens para os trabalhadores

Na era da economia gig, os trabalhadores têm acesso a uma gama de oportunidades de trabalho, caracterizadas pela flexibilidade, autonomia e adaptabilidade. Afinal,os trabalhadores gig desfrutam da liberdade de definir seus próprios horários de trabalho.

Além disso, as plataformas digitais proporcionam aos trabalhadores gig acesso a uma variedade de atividades. Eles também têm um alto potencial de ganho, já que podem definir por conta própria longas jornadas de trabalho.

Apesar dessas vantagens evidentes da economia gig, é importante reconhecer que esse modelo de trabalho também apresenta desafios. Por exemplo, os trabalhadores gig muitas vezes enfrentam a falta de estabilidade no emprego, já que os contratos são temporários e sujeitos a flutuações na demanda do mercado.

Esse modelo de negócio também não garante acesso a benefícios tradicionais associados ao emprego, como seguro-saúde, aposentadoria e licença remunerada. Em muitos casos, a competição acirrada leva os trabalhadores a aceitar condições desfavoráveis e preços baixos em troca de oportunidades de trabalho.

Trabalhar de forma independente e remota também pode levar a um maior isolamento social e uma falta de apoio profissional. As empresas que operam na economia gig podem considerar esses e outro desafios para oferecer soluções que ajudem os profissionais e, como consequência, tornar-se mais atrativas para potenciais prestadores de serviço.

Vantagens e desvantagens para as empresas

A ascensão da economia gig tem implicações não apenas para os trabalhadores, mas também para as empresas que operam nesse ambiente. As organizações podem, por exemplo, contratar trabalhadores temporários conforme a demanda de trabalho.

Com equipes inteiras de trabalhadores gig, também é possível reduzir custos operacionais associados à contratação de funcionários em tempo integral.

É importante, no entanto, reconhecer que existem desafios associados à adoção da economia gig pelas empresas, principalmente considerando a importância de ter equipes internas para lidar com algumas demandas da empresa. 

Por exemplo, os trabalhadores gig podem não ter o mesmo nível de lealdade ou comprometimento como os funcionários em tempo integral. Por isso, a contratação de trabalhadores gig pode aumentar os riscos de inconsistência na qualidade do trabalho.

Além disso, coordenar horários, projetos e comunicação entre uma equipe que atua remotamente é mais difícil do que trabalhar com profissionais no ambiente físico. Muitos desses desafios podem ser superados com o uso adequado de softwares e uma seleção criteriosa dos profissionais contratados pela empresa.

Gig economy x contrato de trabalho

Nos trabalhos da gig economy, as atividades são muitas vezes esporádicas e não demandam um contrato de trabalho, que geralmente implica uma relação de subordinação e dependência entre empregador e empregado.

Em vez disso, é comum a formalização por meio de nota fiscal e contratos de prestação de serviço. Esses acordos são temporários, centrados em tarefas específicas e não implicam uma relação empregatícia duradoura entre o prestador e a empresa contratante.

Quais cuidados o RH deve ter ao contratar trabalhadores gig?

Quando se trata de contratar trabalhadores gig, os recrutadores do RH podem adotar algumas estratégias para encontrar prestadores de serviço confiáveis e alinhados com as necessidades da empresa. Aqui estão quatro cuidados importantes a serem considerados:

  • Defina antes de uma conversa as necessidades da empresa em termos de habilidades, experiência e disponibilidade do trabalhador gig;
  • Verifique a reputação online de um candidato, incluindo avaliações de clientes anteriores, qualidade do trabalho e feedbacks;
  • Estabeleça durante uma conversa com o prestador de serviço expectativas claras em relação às responsabilidades, aos prazos e à remuneração;
  • Mantenha uma abertura para negociar valores, prazos e atividades incluídas no escopo de trabalho.

Ao contrário da contratação de um candidato para uma posição fixa, contratar trabalhadores gig exige flexibilidade para negociações. Mesmo quando uma plataforma atua como intermediária, é importante que a empresa contratante esteja disposta a repensar suas condições sempre que necessário para não espantar profissionais talentosos.

Conclusão

Embora a gig economy seja um conceito relativamente novo para muitas empresas, as relações de trabalho temporárias que caracterizam esse modelo já estão se tornando comuns no Brasil. 

No entanto, à medida que mais gestores e recrutadores sabem o funcionamento da gig economy e os desafios que ela apresenta, fica claro que a contratação de trabalhadores gig demanda uma postura mais flexível em relação às condições do serviço a ser contratado.

Para mais estratégias de gestão de pessoas e dicas de tecnologia para as empresas, aproveite para conferir as publicações recentes do blog Pontotel.

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