Apesar dos negócios de pequeno porte serem a maioria no Brasil, a gestão de pequenas empresas ainda é muito negligenciada pelos empreendedores.
Geralmente, essa negligência é resultado da falta de conhecimento sobre o tema, que se reflete em resultados ruins e, nos casos extremos, em falência.
Para evitar esse cenário, o micro ou pequeno empresário deve entender como implementar um sistema de gestão na sua empresa. Pensando nisso, neste artigo vamos te explicar os seguintes pontos:
- O que é gestão de pequenas empresas?
- Como implementar a gestão em pequenas empresas?
- Gestão de pessoas em pequenas empresas: qual a importância?
- Quais são os principais erros na gestão de pequenas empresas?
- Qual a diferença na gestão de grandes e pequenas empresas?
Boa leitura!
O que é gestão de pequenas empresas?
A gestão de micro e pequenas empresas se refere ao conjunto de atividades necessárias para a manutenção de um negócio de pequeno porte.
Dentre essas atividades, estão inclusas a organização do fluxo de trabalho, a gestão de funcionários, o controle financeiro, entre outros aspectos essenciais para a sobrevivência da empresa.
Ou seja, as atividades relacionadas a esse tipo de gestão é muito parecida com o sistema adotado por grandes empresas.
A diferença é que, nesse caso, o empresário lida com um número de funcionários bem reduzido, cadeias produtivas mais simples, número de gestores reduzido, entre outras características.
Afinal, apesar de não ter as mesmas demandas de uma grande empresa, os pequenos e microempreendedores compartilham o mesmo objetivo em comum: se estabelecer e crescer num mercado cada vez mais competitivo.
Por que é essencial?
Fazer uma gestão eficiente de uma pequena empresa é decisivo para a sobrevivência desse negócio no mercado.
Esse tema é tão importante que se tornou uma das linhas de pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
De acordo com o Sebrae, a falta de gestão empresarial é um dos principais fatores que levam os negócios à falência no Brasil.
E os problemas causados pela falta de gestão pioram durante crises e mudanças econômicas inesperadas.
Foi o que aconteceu durante a pandemia, por exemplo.
Nesse período, estima-se que 600 mil empresas do país fecharam as portas. Desse total, quase 80% eram negócios que tinham de um a cinco funcionários.
Porém, a micro ou pequena empresa que conhece a saúde financeira, logística e operacional do seu negócio, consegue se adaptar com mais facilidade às mudanças do mercado.
Nesse caso, as empresas que investem em gestão conseguem melhorar produtos e serviços, inovar processos, investir em capacitação e se manter alinhada às novidades do setor.
Dessa forma, é possível evitar as crises responsáveis por levar tantos micro e pequenos empresários à falência.
Como implementar a gestão em pequenas empresas?
Gerenciar uma pequena empresa de modo eficiente exige que o empreendedor invista na melhoria de diversos aspectos do negócio. Conheça cada um deles abaixo:
Invista na gestão de pessoas
As pequenas empresas que mantêm um quadro de funcionários, mesmo que seja reduzido, também precisam investir na gestão de pessoas do negócio.
Assim, elas conseguem reduzir os atritos entre os colaboradores, motivar os funcionários e até melhorar o atendimento ao cliente.
Mas para obter todos esses benefícios, além de investir em gestão, é importante realizar um processo seletivo assertivo e investir na capacitação profissional da sua equipe.
Dessa forma, é mais fácil preparar todos os trabalhadores para exercer suas funções com mais eficiência.
Cuide da comunicação com a equipe
É impossível trabalhar em equipe sem uma comunicação interna eficiente. Essa máxima serve para empresas de qualquer porte, inclusive para as pequenas.
Afinal, a falta de uma comunicação pode causar muitos problemas, como desmotivação, erros de alinhamento de projeto, entre outros.
Para evitar esse cenário, a empresa pode investir em reuniões para definir metas e objetivos de projetos e atividades, por exemplo.
Nesses encontros, é importante lembrar quais objetivos já foram atingidos e quais são os próximos passos que cada colaborador deve seguir para finalizar outros projetos.
Assim, a empresa consegue ter mais controle do fluxo de trabalho e ainda é capaz de monitorar melhor o andamento de todas as atividades.
Motive e treine sua equipe
A falta de motivação é um dos fatores que explicam as altas taxas de absenteísmo e de rotatividade de funcionários na empresa.
O problema é que esse sentimento de desmotivação pode ser causado por vários fatores, como problemas de comunicação, falta de reconhecimento, sensação de participar de um projeto sem sentido ou sem impacto no mundo, entre outros.
Para reduzir esses problemas, o primeiro passo é investir na comunicação direta com cada colaborador.
É importante dar feedbacks construtivos e recompensar os bons funcionários pelo bom desempenho.
Assim, eles vão perceber que a gerência ou empresário realmente acompanha e se importa com seu desempenho no trabalho, aumentando a motivação dos colaboradores.
Além dessas estratégias, também é importante investir no treinamento da sua equipe.
Dessa forma, os profissionais podem melhorar suas habilidades e seu currículo, bem como aprender novas funções.
Como consequência, a empresa mostra que se preocupa com o crescimento do colaborador, prepara esse funcionário para trabalhar em novos desafios e ainda supre as deficiências no quadro de funcionários.
Estabeleça metas
“Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve“.
Uma das citações mais famosas do livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, revela uma verdade incontestável: todos precisam de um objetivo claro na vida. E essa máxima também vale quando o assunto são negócios.
Afinal, a falta de objetivos bem definidos compromete o crescimento do negócio e reduz a taxa de sobrevida das empresas. Por isso, se o negócio ainda não tem esses aspectos bem definidos, está na hora de começar a se mexer.
Para tornar essa tarefa mais fácil, você pode começar estudando os hábitos de consumo e o perfil dos clientes.
Além disso, é importante conhecer seus concorrentes diretos, definir prioridades de investimento e os recursos necessários para tirar os projetos do papel.
Com essas informações, fica muito mais fácil definir metas e um plano de ação com resultados a curto, médio e longo prazos.
Delegue tarefas
A concentração de funções é um dos grandes problemas enfrentados na gestão de pequenos negócios.
Geralmente, o próprio empresário ou o único gestor do empreendimento acumula várias atividades. Porém, isso pode tornar a gestão da microempresa ou pequeno negócio menos eficiente.
Como resultado, os resultados caem e as chances de crescimento também são reduzidas. Por isso, é importante que o empreendedor avalie suas atribuições com cuidado.
Caso perceba que essa tentativa de ser um profissional multitarefa está afetando a saúde da empresa, está na hora de passar parte dessas responsabilidades para outro membro da equipe.
Para isso, avalie os pontos fortes e fracos de cada colaborador para verificar quem é o mais apto para assumir essas responsabilidades.
Vale lembrar que não adianta sobrecarregar outro funcionário que já tem muitas funções na empresa. Nessa situação, é melhor investir na contratação de um novo profissional para compor a equipe.
Tenha uma boa organização
A organização é uma das chaves do sucesso! Por isso, é fundamental que os administradores do negócio sejam organizados e consigam manter todos os documentos da empresa em dia.
Isso significa que eles devem documentar todos os processos realizados no negócio, especialmente aqueles relacionados ao controle financeiro.
Além disso, é importante que essa documentação possa ser acessada com facilidade. Por esse motivo, o ideal é que todo esse material seja digitalizado, arquivado e armazenado de forma segura.
Seja um bom líder
Pequenas empresas só crescem sob a gestão de um bom líder. Mas como ser um bom líder?
O empreendedor precisa apresentar pelo menos 6 características para desenvolver e fortalecer sua liderança:
- Capacidade de analisar o cenário e tomar boas decisões;
- Disposição de dar e receber feedbacks;
- Habilidade e inteligência emocional para resolver conflitos;
- Comunicação clara e assertiva;
- Capacidade de gerenciar o tempo;
- Fazer planejamento e ter visão de longo prazo.
Vale lembrar que essas características podem ser desenvolvidas com o apoio de cursos, mentorias e treinamentos de liderança.
Gerencie as finanças da empresa
A gestão financeira de uma pequena empresa envolve o controle e monitoramento do orçamento, administrar dívidas, folha de pagamento, entre outras atividades.
Sem esse gerenciamento, é impossível ter uma visão realista da saúde financeira do negócio.
Por isso, é fundamental investir em ferramentas, como softwares de gestão, para facilitar o controle das entradas e saídas, do fluxo de caixa e das previsões comerciais.
Dessa forma, fica mais fácil definir planos e ações que promovam o crescimento da empresa.
Gestão de pessoas em pequenas empresas: qual a importância?
Como resultado de todas as ações citadas anteriormente, a gestão de pequenas empresas melhora o controle financeiro, a atração e retenção de clientes, eleva a produtividade e permite que o negócio cresça de forma sustentável.
Além disso, a gestão empresarial também reduz o impacto que os erros, os imprevistos e as mudanças bruscas têm sobre a integridade do negócio.
Em resumo, podemos dizer que investir na gestão do pequeno negócio é essencial para ele conseguir se consolidar no mercado, aumentar sua receita e, como consequência, permanecer com as portas abertas.
Quais são os principais erros na gestão de pequenas empresas?
Não basta implementar um sistema de gestão para pequenas empresas no seu negócio. É importante que esse gerenciamento seja feito de forma eficiente. Para isso, é essencial evitar os erros descritos abaixo:
Falta de planejamento
De acordo com o Sebrae, a falta de planejamento é um dos principais responsáveis pela falência de micro e pequenas empresas do país.
Segundo o levantamento realizado pela instituição, parte dos empreendedores não estuda o mercado antes de abrir um negócio e mais da metade não faz nenhum planejamento básico, como metas de faturamento e controle de gastos.
Além disso, 46% dos empreendedores não conhecem os hábitos ou o número de clientes do próprio negócio.
Nessas condições, é impossível crescer de forma estruturada e aumentar a relevância da empresa no mercado.
Por isso, é essencial que o empreendedor estude o nicho de atuação, trace metas e comece a pensar em estratégias para um plano de ação para alcançá-las.
Não investir no marketing
Empreendedorismo e marketing devem andar juntos, especialmente agora, na era do marketing digital.
Por conta dessa nova forma de atrair clientes, a empresa que não tem presença digital e não mantém uma comunidade virtual terá muito mais dificuldade para ser encontrada e atrair clientes.
Por isso, é importante investir na divulgação nas redes sociais e criar sites e blogs especialmente para o seu negócio.
Lembrando que existem outras ferramentas de marketing que podem ajudar sua empresa a crescer.
Sendo assim, é importante conhecer bem o seu negócio e o perfil dos seus consumidores para saber qual veículo de propaganda é mais eficiente para atraí-los à sua empresa.
Falta de atenção na gestão de estoque
Se a micro ou pequena comercializa produtos físicos, então ela precisa fazer o controle de estoque.
Afinal, estoque é dinheiro. Por isso, um estoque mal gerenciado pode provocar perdas financeiras significativas.
Para evitar esse problema, é fundamental investir em ferramentas de controle de estoque e administrar as entradas e saídas de produtos da empresa.
Qual a diferença na gestão de grandes e pequenas empresas?
Existem pelo menos 5 diferenças básicas na gestão de pequenos negócios e grandes empresas. Confira abaixo:
- Velocidade na tomada de decisões: em geral, as pequenas empresas são mais rápidas para tomar decisões e realizar processos em comparação às grandes empresas. Afinal, com uma equipe menor e decisões centralizadas, tudo pode ser executado sem a necessidade de consultar outros setores;
- Papel do dono da empresa: as responsabilidades do negócio geralmente ficam nas mãos do dono do pequeno negócio. Já na grande empresa, a gestão é mais complexa e geralmente envolve vários dirigentes;
- Estilo de gestão: nas pequenas empresas, a gestão é mais enxuta e centralizada. Já nas grandes empresas, esse processo é mais complexo e envolve diferentes setores;
- Comunicação interna: nas pequenas empresas a comunicação é mais direta e personalizada. Já as grandes empresas contam com um processo mais impessoal de comunicação, feito a partir de e-mails, boletins e comunicados gerais;
- Avaliação de desempenho: como a equipe é menor, o processo de avaliação das pequenas empresas é geralmente realizado com base na observação e de forma mais informal. Por outro lado, as grandes empresas podem utilizar indicadores e métricas de desempenho para avaliar seus funcionários.
Quais problemas podem surgir com a falta de gestão em pequenas empresas?
Se você ainda não está convencido de que precisa implementar um sistema de gestão para pequenas empresas, então precisa conferir nossa lista abaixo.
Nela, você vai encontrar alguns dos problemas mais comuns provocados pela má gestão de um negócio.
Confira abaixo!
- Descontrole financeiro;
- Aumento excessivo de gastos;
- Problemas de produtividade;
- Problemas fiscais;
- Dificuldade de crescimento;
- Perda de clientes;
- Aumento da taxa de turnover;
- Absenteísmo elevado.
Conclusão
A microempresa e o pequeno negócio também dependem da implementação de um sistema de gestão eficiente no negócio.
Como vimos ao longo do texto, isso depende de melhorias no modo de gerenciar finanças, lidar com funcionários, distribuir tarefas, investir em marketing, entre outros fatores.
Caso essas medidas não sejam feitas, existem grandes chances desse pequeno negócio entrar na triste estatística de empresas que pediram falência no Brasil.
E ninguém quer isso, certo? Portanto, não perca mais tempo e comece a investir agora na gestão da sua pequena empresa!
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