85% dos ataques cibernéticos foram causados a partir de alguma interação humana, de acordo com o estudo Data Breach Investigations Report (DBIR), realizado pela Verizon. Até por isso que as empresas vêm investindo no chamado firewall humano.
O firewall humano é uma medida de proteção que conta com o fator humano, como o próprio nome diz, para preservar a empresa de algum tipo de invasão ou vazamento de dados.
A pesquisa citada, em 2021, analisou mais de 79 mil ataques cibernéticos e cerca de 5 mil deles foram ocasionados por alguma brecha humana de segurança.
Muitos desses ataques foram resultantes de comprometimento de e-mail, phishing e ransomware ocasionando prejuízos na casa de US$ 1,2 milhão às empresas. O firewall humano vem justamente para evitar que esse tipo de problema ocorra.
Mas o que é firewall humano, qual a função do firewall e como as empresas podem aplicá-lo no seu dia a dia? Neste artigo você vai saber:
- O que é um firewall humano?
- Qual é o papel do firewall humano?
- Benefícios de um firewall humano nas empresas
- Características de um firewall humano
- A importância da camada humana de proteção
- Principais etapas de prevenção para tornar um firewall humano mais eficaz.
Ficou interessado no assunto? Então, é só seguir em frente neste artigo e boa leitura!
O que é um firewall humano?
Antes de falar o que é firewall humano é importante conhecer a definição do firewall. O firewall é um sistema de segurança baseado em softwares ou hardwares capazes de proteger a empresa da invasão de hackers. O dicionário o descreve da seguinte forma:
Sistema de segurança ou mecanismo desenvolvido para evitar que, através da Internet, hackers ou programas de conteúdo duvidoso tenham acesso a um computador pessoal.
Já o firewall humano é uma medida de proteção realizada pelo usuário final com o intuito de combater e prevenir possíveis ataques cibernéticos. Nesse caso, existe o fator humano por trás dos mecanismos de defesa.
Dentro do firewall humano, esse usuário final é quem irá recusar um acesso, evitar clicar em links suspeitos e avaliar tráfegos incomuns. Existe no conceito de firewall humano um trabalho em conjunto da tecnologia com as pessoas.
Qual é o papel do firewall humano?
O papel do firewall humano é criar uma nova arma, um fator extra, para proteger a empresa de problemas e invasões que não foram bloqueadas pelas soluções tecnológicas.
O principal objetivo do firewall humano é monitorar e impedir qualquer tipo de tentativa de invasão ou ameaça.
Nesse caso, é o próprio funcionário da empresa que assume a responsabilidade de identificar uma possível ameaça e barrá-la antes que traga consequências para a empresa, como o vazamento de informações sigilosas.
Benefícios de um firewall humano nas empresas
Implementar um firewall humano pode trazer à empresa uma série de benefícios para reduzir as chances de ataques cibernéticos. É possível destacar entre as principais vantagens de quem implementa esse tipo de processo na empresa os seguintes pontos:
- Identifica brechas de segurança na empresa: com campanhas de conscientização da empresa e da proatividade do fator humano no processo, fica mais fácil identificar possíveis brechas e falhas de segurança, principalmente em função de simulações que tomam como base a atuação dos colaboradores expostos a algum perigo.
- Conscientiza os colaboradores sobre os perigos de um ataque cibernético: o firewall humano funciona como uma espécie de estratégia de conscientização para que os colaboradores estejam atentos aos fatores de segurança que podem evitar que a empresa sofra com algum problema cibernético.
- Cria uma barreira extra de segurança: o firewall humano também é vantajoso, pois, cria uma camada de apoio à segurança cibernética da empresa, aliando o lado tecnológico ao humano. Principalmente porque muitos dos ataques vêm por meio de e-mails suspeitos, promoções ou phishing. Com esse fator humano a barreira de segurança é reforçada.
- Impede o vazamento de dados: o firewall humano também pode ser um suporte para impedir que a empresa sofra qualquer vazamento de dados. Esse fato ocorre, posto que, os colaboradores estarão mais conscientes do seu papel na empresa com relação a segurança cibernética da mesma, se precavendo mais antes de dar um passo em relação a algo suspeito que ele recebeu.
Características de um firewall humano
A principal característica do firewall humano é que ele é um sistema de defesa que conta com o fator humano como linha de proteção.
Enquanto muitas empresas se utilizam apenas de um firewall técnico e tecnológico, neste tipo de processo, existe um acréscimo à segurança, baseado em campanhas de conscientização para que as pessoas façam o uso correto das tecnologias da empresa.
O firewall de segurança tem como principais características:
- Exige o uso do fator humano no processo: O funcionamento do firewall humano depende do fator humano, ou seja, seu processo envolve a atuação das pessoas e não só da tecnologia em si.
- Trabalho em conjunto das áreas e não apenas do setor de TI: pela necessidade do fator humano, uma das características do firewall humano é que ele surge e exige um trabalho conjunto entre diversas áreas da empresa, já que todos têm sua devida importância para que a segurança da companhia seja preservada, não apenas sendo o setor de TI o grande responsável pela defesa.
- Possui campanhas de conscientização ao uso correto dos sistemas: outra característica que compõe o firewall de segurança é a conscientização. Esse processo não funciona se a empresa não criar ações para que os colaboradores entendam o seu papel na preservação da segurança da empresa e como devem agir no dia a dia da organização.
A importância da camada humana de proteção
No firewall humano, a camada humana de proteção é um fator preponderante para que esse processo exista. Aplicar esse tipo de estratégia no negócio é conscientizar os colaboradores que eles têm a sua importância no dia a dia da companhia.
A camada humana de proteção funciona como parte integrante de uma política forte e sólida de segurança na empresa. Afinal, o firewall humano é uma medida preventiva, via camada humana, para evitar os ataques cibernéticos.
Dessa forma, a camada humana de proteção é importante principalmente por servir de apoio às tecnologias, sendo uma forma extra de defesa para dar um apoio maior a segurança cibernética da empresa.
Principais etapas de prevenção para tornar um firewall humano mais eficaz
Para que o firewall humano seja de fato eficaz, é imprescindível que as empresas tenham entendimento sobre o seu funcionamento e consciência em relação à importância dos colaboradores no processo. Entre as principais etapas a se destacar estão:
Priorizar treinamentos de conscientização cibernética
Segundo a pesquisa DBIR, citada anteriormente, em 2021 houve um aumento de 39% em ataques de ransomware e phishing.
O ransomware e o phishing sempre vêm em forma de sorteios enganosos, preenchimento de formulários fraudulentos ou o clique em e-mails com promoções falsas.
Por isso, o primeiro passo para que o firewall humano seja eficaz é priorizar treinamentos de conscientização cibernética. Isto é, dar um suporte para que os funcionários não cliquem em e-mail suspeitos e mostrar quais as consequências que isso pode trazer a empresa.
Definir políticas de segurança
Outro modo de evitar ataques cibernéticos e fazer com que o firewall humano se torne efetivo é definindo uma política de segurança forte dentro da empresa.
Isso significa determinar regras que os colaboradores devem seguir para evitar possíveis problemas neste sentido.
Dentro de uma política de segurança, a empresa deve, por exemplo, determinar regras sobre o uso de pendrives externos, HDs e outros, que possam contaminar o computador da companhia, assim como bloquear sites que não são considerados confiáveis.
Sem contar que a companhia pode criar um sistema que proíbe a abertura de arquivos suspeitos e de links que não possuem uma fonte segura e conhecida. Esse tipo de política pode fortalecer o firewall humano e proporcionar maior segurança cibernética à empresa.
Identificar usuários de alto risco
Toda empresa possui setores que são mais visados pelos hackers, como as áreas de finanças, RH e comercial. Essas áreas estão mais suscetíveis a ataques cibernéticos e os profissionais que atuam nelas são considerados usuários de alto risco para a empresa.
Principalmente aqueles que têm seus contatos de e-mail divulgados publicamente, em função de divulgação de vagas de emprego, envio de propostas comerciais e o atendimento geral da empresa.
Até por isso, um passo importante para que o firewall humano se torne efetivo é identificar esses pontos de contato que possam estar mais abertos a brechas de segurança.
Já que assim, a empresa pode criar mecanismos de defesa ainda mais rígidos para evitar violações.
Estabelecer controles técnicos
Por mais que o usuário final seja a parte mais importante do firewall humano, é fundamental que a área de TI esteja à frente do planejamento de uma política interna composta por um estabelecimento de controles técnicos que evitem os ataques cibernéticos.
Sendo assim, para reduzir as chances da empresa ser “invadida digitalmente” é fundamental criar alguns procedimentos técnicos que criem barreiras de segurança para a companhia.
Alguns controles como filtro de recebimento de e-mail, permissões de acesso pré-definidas a determinados sistemas e documentos, autenticação de dois fatores no e-mail, revisão periódica que detectem possíveis vulnerabilidades na empresa podem ajudar neste sentido.
Realizar simulações de phishing
Uma boa estratégia para testar a efetividade do firewall humano da empresa, é realizando simulações de phishing internamente.
Nesse caso, o setor de TI desenvolve uma campanha onde envia phishings simulados para verificar o nível de consciência dos seus colaboradores quanto a esses ataques.
A partir dos dados dessas simulações a empresa pode criar ações de conscientização, focando nas falhas identificadas, e atua para que os funcionários possam evitar cair em alguma comunicação fraudulenta.
Esse tipo de simulação pode ser feito de forma recorrente, para que assim a empresa consiga conscientizar cada vez mais seus colaboradores sobre os perigos cibernéticos e também fortaleça sua segurança interna.
Esteja atento às ameaças
Uma das principais palavras que descrevem o firewall humano é a atenção. Isto é, os usuários em questão precisam estar sempre atentos a possíveis ameaças que possam atingir a empresa.
Isso significa ficar de olho em questões que podem ser um sinal de que determinado conteúdo é uma fraude. Alguns sinais inclusive costumam ser recorrentes nessas possibilidades de fraude como:
- Emails, mensagens ou comunicados com erros de português;
- Nomes e urls das empresas escritos de forma errada;
- Pedidos de pagamento de contas atrasadas ou de lojas que você nunca viu;
- Promoções, sorteios ou prêmios que prometem “dinheiro fácil”;
- Arquivos anexos de procedência desconhecida.
Conclusão
As tentativas de ataques cibernéticos e as violações de dados corporativos são cada vez mais comuns na rotina das empresas. Até por isso que muitas delas estão em busca de alternativas que reforcem sua segurança cibernética.
Como você pôde ver, uma boa alternativa neste sentido é o firewall humano, que acaba tendo um papel importante por contar com a participação de todos os colaboradores no processo.
Esse apoio, em conjunto com a tecnologia, cria uma camada extra de proteção e defesa para que os hackers tenham maior dificuldade para conseguir promover algum tipo de ataque à empresa.
Porém, o firewall humano só é efetivo se a empresa investe em campanhas de conscientização que destaquem o papel dos colaboradores neste processo, para que assim, a organização se mantenha segura.
Já que eles irão atuar baseados em uma política de segurança que não só cria regras de segurança, mas que indica possíveis exposições e perigos que podem ser evitados com simples ações, como não abrir um e-mail suspeito ou clicar em algo que não se saiba a procedência.
Entendeu a importância do firewall humano e como sua empresa pode se manter segura investindo nesta estratégia? Então, compartilhe esse artigo nas suas redes sociais.