A experiência profissional é uma das partes mais relevantes do currículo. Ela revela quais atividades o candidato já realizou, quais habilidades ele aparenta ter e quais resultados ele já obteve na sua carreira.
Com base nessas informações, recrutadores, empregadores e profissionais do setor de Recursos Humanos (RH) podem estimar o potencial do candidato. Em outras palavras, eles conseguem ter uma noção de como esse profissional trabalha e os resultados que ele pode entregar.
E esses são apenas alguns dos motivos que explicam por que as experiências do candidato são valorizadas no mercado de trabalho. Para se ter uma ideia dessa importância, a falta de experiência para o cargo leva 68% dos recrutadores a eliminarem candidatos do processo seletivo.
Porém, antes de fazer essa triagem de currículos, as pessoas envolvidas no processo de recrutamento precisam entender como analisar essas informações eficientemente. Por esse motivo, este artigo explicará como avaliar essas informações durante o recrutamento. Para isso, serão abordados os seguintes tópicos:
- O que é uma experiência profissional?
- A importância da experiência profissional no mercado de trabalho
- Como a experiência profissional contribui para o desenvolvimento profissional?
- Quais os tipos de experiência profissional?
- Como inserir experiência profissional no currículo?
- Como analisar a experiência profissional de um candidato?
Boa leitura!
O que é uma experiência profissional?
A experiência profissional é o conjunto de informações relacionadas às atividades e responsabilidades que uma pessoa desempenhou ao longo da sua carreira. Essas informações envolvem tudo o que o indivíduo aprendeu e realizou em seu ambiente de trabalho, contribuindo para seu desenvolvimento pessoal e profissional.
Na prática, essa experiência sintetiza o histórico profissional do trabalhador e ajuda a validar que ele tem as habilidades técnicas e comportamentais necessárias para ocupar um determinado cargo.
A importância da experiência profissional no mercado de trabalho
A experiência profissional reúne informações que oferecem uma visão prática das capacidades e do potencial de trabalho de um profissional. Afinal, ela mostra que o trabalhador já foi contratado para desempenhar uma função anteriormente, demonstrando que outras empresas já confiaram no seu trabalho.
Como resultado, os empregadores entendem que a contratação de um profissional experiente é menos arriscada. Isso porque normalmente ele não precisa de muito treinamento e tende a se adaptar mais rapidamente ao novo ambiente de trabalho.
Além disso, uma pessoa experiente utiliza geralmente o que aprendeu na prática para realizar seu próprio trabalho, o que a torna mais eficiente e produtiva. Por conta dessas vantagens, profissionais com experiência tendem a ser mais valorizados e a ter mais oportunidades no mercado de trabalho.
Como a experiência profissional contribui para o desenvolvimento profissional?
As empresas não são as únicas beneficiadas por contratarem pessoas com experiência. Na verdade, os trabalhadores que acumulam experiência ao longo da carreira também obtêm várias vantagens. Isso porque as pessoas desenvolvem habilidades técnicas e comportamentais com mais facilidade, na prática.
Muitas vezes, elas aprendem competências que não podem ser aprendidas em um curso, por exemplo, mas são essenciais para desempenhar seu trabalho com excelência. Com o tempo, o trabalhador acumula aprendizados, podendo ocupar cargos mais altos e crescer profissionalmente.
Quais os tipos de experiência profissional?
Normalmente, as pessoas associam experiência profissional a registro em carteira de trabalho. Mas isso é um erro. Afinal, as experiências informais também podem indicar que a pessoa tem habilidades que podem ser relevantes para o empregador.
Por conta disso, tanto a experiência formal quanto a informal são relevantes para os candidatos e as empresas. Entenda as diferenças e a importância de cada um desses tipos de experiência a seguir:
Experiência formal
A experiência formal é aquela obtida a partir da realização de um trabalho formal. Esse tipo de trabalho envolve a criação de vínculo empregatício entre o profissional e a empresa.
Isso significa que o trabalhador deve ser registrado em carteira, que a empresa deve formalizar a admissão do funcionário por meio de um contrato de trabalho e que os direitos e as obrigações são protegidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Experiência informal
A experiência informal é aquela obtida a partir da realização de trabalhos informais. Esse tipo de trabalho é caracterizado pela ausência de vínculo empregatício entre a pessoa e a empresa.
Profissionais autônomos e freelancers, por exemplo, podem trabalhar de modo informal. No entanto, eles podem regularizar sua situação caso se tornem microempreendedores individuais (MEIs).
Produzir conteúdo para redes sociais, dedicar-se a projetos pessoais, fazer trabalho voluntário, entre outras atividades que podem ser realizadas em seu tempo livre, também são considerados trabalhos informais.
Independentemente do tipo de trabalho informal, o fato é que ele também estimula a pessoa a desenvolver habilidades específicas. Por isso, as experiências adquiridas informalmente também são valorizadas pelos empregadores.
Como inserir experiência profissional no currículo?
Os recrutadores normalmente direcionam sua atenção para as experiências dos candidatos durante a análise de um currículo. Por isso, essa parte do currículo deve ser preenchida de forma estratégica.
Além de informar o nome das empresas em que já se trabalhou, os cargos ocupados e o período de experiência, o ideal é mencionar os resultados alcançados em cada uma dessas experiências.
Isso porque os recrutadores e empregadores já conhecem as funções de cada cargo. Portanto, não há necessidade de detalhar tanto essa parte. Afinal, eles querem mesmo saber é se o candidato pode auxiliar a empresa a cumprir seus objetivos.
Outra dica importante é informar apenas experiências relevantes, que estejam relacionadas ao cargo que o candidato quer ocupar. Isso mostra que ele tem capacidade para exercer uma função semelhante em outra empresa.
Como analisar a experiência profissional de um candidato?
A análise da experiência profissional dos candidatos começa antes mesmo de receber os currículos. Segundo Lara Avelino, Analista de RH, Psicóloga Organizacional e Recrutadora, essa avaliação deve começar ainda na fase de planejamento do processo seletivo.
Afinal, os profissionais envolvidos precisam definir quais características a empresa busca em um candidato. E essas características também podem ser percebidas ao analisar a experiência do profissional.
“Para termos uma jornada do colaborador efetiva e eficaz no RH, é necessário que todas as etapas do processo de seleção estejam muito alinhadas com a cultura, os valores da empresa e as estratégias de negócio”, explica Lara.
Portanto, o ideal é analisar as experiências do candidato somente após definir o que a empresa precisa e busca no mercado. Quando esse momento chegar, a recomendação é focar a avaliação dos seguintes pontos:
Habilidades e competências técnicas
Um dos objetivos da análise deve ser verificar se a descrição das experiências do candidato inclui informações sobre suas habilidades técnicas. Essas competências também são conhecidas como hard skills.
Elas podem ser identificadas quando o candidato menciona que utilizou alguma ferramenta específica para desempenhar seu trabalho em outras empresas. Por exemplo, softwares de edição de vídeo, ferramentas de gestão de projetos, metodologias ágeis, entre outros.
A menção a essas ferramentas indica que o candidato tem mais do que conhecimento teórico sobre determinada área. Ele tem experiência e capacidade de utilizar instrumentos que podem ser importantes para que ele ocupe uma posição na empresa.
Experiência anterior
Durante a análise do currículo, recrutadores e profissionais do RH também devem verificar algumas informações importantes relacionadas às experiências anteriores do candidato.
Informações como quais cargos o candidato já ocupou, em quais empresas ele já trabalhou, quanto tempo ele tem de experiência e quais resultados entregou durante esse período.
Esses resultados podem ser identificados quando o candidato menciona realizações, conquistas, exemplos concretos e números que demonstrem seu desempenho na empresa.
Além desses detalhes, é importante verificar se as experiências adicionadas ao currículo trazem informações alinhadas ao perfil da vaga. Em outras palavras, é importante verificar se elas são relevantes para o cargo.
Qualidades pessoais
As habilidades comportamentais são tão importantes quanto as competências técnicas. Também chamadas de soft skills, elas refletem as qualidades pessoais do candidato e indicam como ele age no contexto profissional.
Dependendo do perfil do cargo e da cultura da empresa, o candidato ideal deve apresentar habilidades como comunicação assertiva, capacidade de trabalhar em equipe, inteligência emocional, entre outras características.
Essas características podem ser essenciais para ele manter um bom relacionamento com colegas, clientes e superiores. Além disso, elas ajudam o recrutador ou profissional do RH a verificar se o candidato tem fit cultural com a empresa.
Conclusão
A experiência profissional indica se o candidato tem potencial para desempenhar bem a sua função na empresa. Isso porque ela sintetiza a história da carreira do trabalhador e indica quais hard skills e soft skills ele desenvolveu durante esse período.
Além de contribuir para o desenvolvimento do próprio profissional, o acúmulo dessas experiências também beneficia as empresas. Afinal, elas indicam que o trabalhador não precisa de tanto treinamento, que pode contribuir para a melhora dos resultados da equipe de trabalho e que seu processo de integração será mais fácil.
Por isso, os candidatos precisam adicionar informações relevantes sobre suas experiências formais e informais no currículo. Já as empresas precisam definir o perfil do cargo e avaliar as experiências dos candidatos com base nessa informação.
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