As empresas sempre estão em busca de melhorias externas e internas para potencializar seus resultados. Boas relações no ambiente de trabalho é um dos fatores que contribuem para esse objetivo. Por isso, trazer a escuta empática para as práticas do negócio têm sido um movimento cada vez mais comum nos departamentos de RH.
Atualmente, há uma cultura entre os melhores talentos do mercado de procurar locais com bom clima organizacional. Existem até mesmo documentos que identificam as empresas que valorizam, escutam e respeitam seus profissionais.
O selo da marca Great Place To Work é o maior exemplo disso, muito requisitado pelas empresas, ele é um diferencial competitivo dos que o possuem. Portanto, as empresas que querem se destacar devem investir em práticas que valorizem seu capital humano, como é o caso da escuta empática.
Nesse artigo, você entenderá o que é a escuta empática, suas vantagens e como o setor de Recursos Humanos pode contribuir na aplicação dessa prática dentro de uma empresa. Confira abaixo quais tópicos serão abordados:
- O que é escuta empática?
- Qual a importância de promover a escuta empática no trabalho?
- Quais os benefícios da escuta empática?
- Como trabalhar a escuta empática na empresa?
- Qual o papel do RH na promoção da escuta empática no ambiente de trabalho?
Boa leitura!
O que é escuta empática?
A escuta empática é a prática em que, além de escutar, o ouvinte compreende emocionalmente quem está falando. Ele faz isso ao se envolver na conversa, interagindo com o relato e aprofundando os tópicos abordados, o que torna possível inclusive chegar a possíveis soluções ou novos insights sobre o assunto.
Ou seja, a escuta empática trata-se de entender o que a pessoa está buscando comunicar usando a empatia, uma habilidade que segundo o dicionário Dicio é:
“Capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa, buscando agir ou pensar da forma como ela pensaria ou agiria; compreensão.”
É importante ressaltar que a escuta empática reúne duas habilidades: a empatia e a escuta ativa.
Qual a importância de promover a escuta empática no trabalho?
Um dos grandes desafios das empresas que buscam crescimento é fazer com que seus colaboradores estejam satisfeitos com o ambiente de trabalho. Isso porque um bom clima organizacional possibilita melhorias no desempenho profissional dos colaboradores.
Sentir-se respeitado e valorizado não é o único fator importante para que o colaborador esteja satisfeito com a cultura organizacional do seu trabalho, mas com certeza é um dos mais importantes.
Portanto, aplicar a empatia no trabalho é uma prática que deve estar presente em todas as organizações. Além disso, desenvolver práticas específicas dessa habilidade, como a escuta empática, é uma solução que pode melhorar significativamente a comunicação do espaço e contribuir diretamente para o objetivo de promover um ambiente de trabalho saudável.
Criação e fortificação de vínculo entre gestor e colaborador
Além dos pontos citados, ter gestores que praticam a escuta empática estimula os líderes a ter um olhar mais cuidadoso para com os colaboradores.
Gestores que aplicam a escuta empática entendem com mais clareza quais são as necessidades do time e quais são as fraquezas e ameaças da empresa e, a partir disso, conseguem tomar decisões mais estratégicas e assertivas.
Em contrapartida, os profissionais passam a ver em seus líderes pessoas que estão abertas ao diálogo e dispostas a escutá-los e entendê-los. Portanto, sentem-se mais confortáveis para abrirem-se em relação às questões do trabalho.
O resultado é o fortalecimento do vínculo entre gestores e colaboradores, e uma gestão mais horizontal dos processos, o que faz com que a hierarquia não pese tanto e a figura dos líderes não seja amedrontadora.
Ambiente corporativo acolhedor
Empresas que praticam a escuta empática ouvem verdadeiramente seus colaboradores. Logo, os profissionais sentem-se compreendidos e naturalmente entendem que trabalham em um espaço acolhedor, onde não serão vistos apenas como realizadores de tarefas, mas sim como pessoas com sentimentos e emoções que serão respeitadas em suas complexidades.
Quais os benefícios da escuta empática?
O próprio conceito de escuta já fala muito sobre seus benefícios. Segundo Graham D. Bodie, um especialista na prática reconhecido internacionalmente:
“Escutar é definido como uma função complexa de processos afetivos (envolvendo motivação para atender aos outros), processos comportamentais (envolvendo feedback verbal ou não verbal) e processos cognitivos (envolvendo atender, entender, receber e interpretar conteúdo e mensagens).”
Ou seja, é perceptível que se trata de uma habilidade que precisa de desenvolvimento, pois envolve muitos processos e uma série de outras habilidades cognitivas e sociais. Mas é pela sua complexidade que surgem benefícios como:
Melhora nos resultados
O colaborador que percebe o esforço da empresa em desenvolver esses processos afetivos, envolvendo motivação para atender aos outros, compreende o seu valor na corporação. Isso aumenta consideravelmente o engajamento no trabalho.
Outro ponto é que líderes conscientes da situação atual da organização, que pode ser analisada a partir da experiência dos profissionais, tomam decisões mais estratégicas e positivas para o negócio.
Além disso, a certificação do selo GPTW, caso seja recebida pela empresa, é uma ótima oportunidade de atração e seleção dos melhores talentos do mercado, que buscam bons locais para trabalhar. Ou seja, existe ainda a possibilidade de incrementar colaboradores incríveis ao time da empresa.
Comunicação interna mais eficiente
Os processos comportamentais que envolvem a escuta empática estão relacionados justamente à prática de dar e receber feedbacks. Colaboradores e lideranças que desenvolvem um diálogo saudável entre si ficam muito mais à vontade de compartilharem feedbacks, o que é, sobretudo, um benefício que torna a comunicação interna mais eficiente.
Gestão de conflitos
A partir desses feedbacks e dos processos cognitivos, envolvendo atender, entender, receber e interpretar conteúdos e mensagens, gerir e solucionar conflitos se torna um desafio bem menor para as empresas, pois a equipe apresenta uma comunicação interna mais eficiente.
Como trabalhar a escuta empática na empresa?
O primeiro passo é pessoal. Para promover a escuta empática, é preciso estar preparado para escutar o outro sem julgá-lo ou manter-se em uma posição defensiva.
Depois, preparar os outros colaboradores a adotarem esse mesmo modo de diálogo: menos defensivo e mais compreensivo, ouvir mais e falar menos, refletir sobre a fala do outro antes de responder, etc. Para aplicar a escuta empática em uma empresa, todos os colaboradores devem exercitar esses tópicos.
Para fomentar tais exercícios na empresa, seguem algumas dicas:
Promova o tema internamente com palestras corporativas
Essas ideias devem ser introduzidas gradualmente no ambiente de trabalho por quem entende do assunto, ou seja, especialistas. Portanto, as palestras corporativas podem ser uma boa iniciativa para abrir o diálogo e despertar o colaborador sobre como a comunicação assertiva e a escuta empática são importantes no mundo corporativo.
Essa é uma ótima forma de iniciar a conscientização sobre a importância da escuta empática sem obrigar os funcionários a fazer uma mudança de hábitos tão grande de uma hora para outra.
Aplique pesquisas internas e converse sobre o que foi coletado
Depois que esses questionamentos estiverem presentes entre os funcionários, é hora de entender como anda o processo de escuta da empresa. Aplique questionários aos colaboradores sobre qual é a percepção deles da comunicação do local.
A pesquisa interna tem o objetivo de entender se a equipe sente que está sendo ouvida, compreendida e respeitada. Com o resultado da pesquisa em mãos, é hora de abrir o diálogo mais uma vez para o tópico da comunicação, só que agora trazendo uma reflexão para a empresa.
Dessa conversa coletiva, podem sair grandes insights sobre quais processos de melhoria são necessários para aplicar a escuta empática na organização.
Crie políticas de acolhimento
O maior objetivo da escuta empática é proporcionar um ambiente acolhedor para os funcionários de uma empresa.
Portanto, a última dica é que, a partir da análise das pesquisas internas e das conversas coletivas, gestores, líderes e demais funcionários cheguem juntos a acordos e políticas que contribuam para um ambiente de trabalho seguro com canais abertos para o diálogo.
Por exemplo: a pesquisa captou que os funcionários ainda não se sentem confortáveis para abrirem-se com as lideranças. Então, a priori, pode-se criar um canal anônimo de comunicação interna, onde eles poderão colocar suas reclamações, elogios e demais recados importantes.
Qual o papel do RH na promoção da escuta empática no ambiente de trabalho?
O papel do departamento de Recursos Humanos, sendo ele o setor responsável por gerir o capital humano de uma empresa, será promover todos esses passos de implementação da escuta empática. Obviamente, contando com as aprovações e o apoio dos tomadores de decisão da organização.
Ou seja, os profissionais de RH são essenciais nesse processo, desde a identificação da necessidade de implementar a escuta empática até o momento de criação das políticas de acolhimento. São eles os funcionários mais indicados para mediar toda a implementação.
Conclusão
A comunicação assertiva é essencial em qualquer ambiente de trabalho, mas, para que a comunicação interna seja boa, é preciso que haja a prática da escuta empática no local. Essa habilidade diz respeito à escuta que compreende verdadeira e emocionalmente o emissor da mensagem e interage com ele e com o conteúdo do que está sendo dito.
Empresas que usam a escuta empática só têm a ganhar, com colaboradores que se sentem valorizados e motivados e conseguem se conectar com seus gestores, que, por outro lado, têm a possibilidade de tomar decisões mais estratégicas, além de uma série de outras vantagens que essa prática traz para o ambiente de trabalho.
E, claro, o setor de Recursos Humanos possui um papel muito importante na implementação dessa prática, pois são eles que gerenciam o capital humano do local. Esses profissionais, junto às lideranças, devem ser responsáveis por mediar todo o processo de promover a escuta empática no negócio.
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