Efeito halo: o que é, impactos e estratégias para evitar!
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Time Pontotel 9 de janeiro de 2025 Gestão de Pessoas

Efeito halo no ambiente de trabalho: entenda o conceito, seus impactos e estratégias para evitar na empresa!

O que é o efeito halo? Entenda como ele acontece na avaliação de desempenho, suas consequências e como o time de RH pode auxiliar a combatê-lo.

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São várias as consequências do efeito halo, especialmente quando esse tipo de viés cognitivo se dá no local de trabalho. Afinal, ele acaba distorcendo a percepção de líderes e recrutadores, por exemplo, fazendo-os tomarem decisões imprecisas e tendenciosas.

Como aborda o estudo Diversity Matter, feito pela McKinsey & Company, “o comportamento e as atitudes no local de trabalho são influenciados por uma série de vieses cognitivos que afetam a tomada de decisão”. Isso, como será detalhado neste conteúdo, gera vários problemas nos processos, como nos de contratar funcionários e delegar tarefas.

Assim, é importante que as empresas entendam como esse viés cognitivo ocorre e de que maneira devem combatê-lo para evitar decisões injustas e influenciadas por percepções distorcidas, sem base em dados e evidências. 

Para tratar o tema com detalhes, este texto abordará os seguintes tópicos:

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Tenha uma ótima leitura!

 

O que é o efeito halo?

Duas mulheres e um homem sorrindo, em volta de uma redonda, em um ambiente corporativo

O efeito halo é um viés cognitivo que ocorre quando uma característica positiva de um alguém influencia a percepção em relação a outras de suas características, fazendo outra pessoa ter julgamentos distorcidos.

Introduzido pelo psicólogo Edward Thorndike, o termo “efeito halo” também pode ser chamado de efeito auréola. A palavra “auréola” remete justamente a isso: devido à distorção no julgamento, cria-se, metaforicamente, uma auréola sobre a cabeça da pessoa sendo julgada, generalizando todas as suas demais características.

Por exemplo, imagine um funcionário extrovertido que acabou de ser contratado. Ao julgá-lo a partir apenas dessa característica, alguém pode supor, mesmo sem evidências, que ele é confiável e competente. Ou seja, a percepção foi influenciada devido ao viés cognitivo.

E o efeito horn?

O efeito horn, ao contrário do efeito halo, dá-se quando uma característica negativa de uma pessoa influencia a percepção de outras características dela, geralmente de forma desfavorável.

O efeito auréola na psicologia

Como abordado, o efeito auréola trata-se de um fenômeno psicológico: a percepção de alguém é influenciada por uma característica positiva dominante, que, consequentemente, leva a julgamentos tendenciosos. 

Esse efeito pode ocorrer em vários contextos, como em uma sala de aula ou no trabalho. Como descrito no livro “Psicologia social aplicada: compreendendo e abordando problemas sociais e práticos”, quando relacionado ao trabalho, “o efeito halo é mais provável a mostrar-se na avaliação de um supervisor do desempenho do trabalho de um subordinado”.

Em virtude disso, quando um gestor considera apenas uma característica do colaborador, como o entusiasmo, ele permite que “toda a avaliação a ser preenchida por ele [o gestor] seja feita com base na característica principal que ele julga que o funcionário tenha”.

 

Os impactos do efeito halo no ambiente de trabalho

É inegável os impactos que o efeito halo tem no local de trabalho, já que distorce a percepção e, na sequência, leva à tomada de decisões problemática. Entenda a seguir.

Influência na percepção de desempenho dos colaboradores

Os gestores devem fundamentar o processo de tomada de decisões a partir de dados e evidências, nunca de achismos ou percepções genéricas. 

Isso, porém, não acontece com o efeito halo, que faz a liderança superestimar o desempenho de um funcionário em outras áreas só porque ele é muito bom realizando uma tarefa específica, por exemplo.

Retomando a obra “Psicologia social aplicada: compreendendo e abordando problemas sociais e práticos”, o problema disso ocorre pelo seguinte motivo:

“Mesmo que ao empregado falte conhecimento ou capacidade para executar o trabalho com sucesso requisitado, se o trabalho do empregado mostra entusiasmo, o supervisor pode muito bem dar-lhe uma classificação de desempenho mais elevada do que é justificado pelo conhecimento ou habilidade”

Para resolver isso, é necessário adotar avaliações de desempenho objetivas. Se possível, também deve-se envolver múltiplas pessoas no processo de avaliação, como um colega de trabalho que está há mais tempo no time.

Distorção nos processos de contratação e promoção

O efeito halo também prejudica dois processos específicos: contratação e promoção. Em virtude da percepção distorcida por conta de uma única característica positiva, a empresa pode acabar contratando um profissional ou promovendo um dos seus funcionários que, sob uma análise mais precisa, não possui as habilidades necessárias para o cargo.

Uma maneira de evitar esse cenário é, para o caso de processo seletivo, adotar avaliações baseadas em habilidades, e, para a promoção, buscar evidências do desempenho do funcionário por meio de relatórios, por exemplo, embasando a decisão com dados.

Aumento de riscos de decisões parciais

As decisões parciais são aquelas influenciadas por preconceitos e vieses; nesse caso, pelo efeito halo, que leva a uma decisão injusta. 

A exemplo disso, basta imaginar uma decisão relacionada a tarefas: só porque um funcionário é bom em uma atividade específica, seu líder pode assumir que ele será igualmente competente na hora de realizar uma nova tarefa. 

O problema surge neste ponto: o colaborador, ao ser delegado para o novo compromisso, não tem as habilidades necessárias. Como resultado, ele não consegue entregar um bom resultado, ao passo que um colaborador realmente qualificado não é alocado para a tarefa.

Para evitar esse tipo de problemática, é importante que a empresa sempre decida com base em dados para tomar ações objetivas. Obter feedback de fontes diferentes antes de decidir algo também deve estar nas boas práticas para combater o efeito halo.

 

Estratégias para o RH evitar o efeito halo na empresa

Quatro pessoas em torno de uma mesa pequena, com papéis impressos, analisando o efeito halo na empresa.

O time de recursos humanos pode adotar práticas para combater o efeito halo e, assim, deixar a empresa longe de uma tomada de decisões subjetiva e tendenciosa. Veja como:

Estabeleça critérios objetivos para avaliações

Para evitar as impressões subjetivas, deve-se definir critérios claros e mensuráveis, como criar uma lista de competências e metas específicas para cada função e, assim, avaliar o desempenho dos funcionários a partir do cumprimento ou não de tais metas.

Como pontua Thiago Liguori, médico e diretor de saúde da Pipo Saúde: “É importante ter indicadores claros de sucesso e acompanhá-los ao longo do tempo”.

Implemente feedbacks 360 graus

Os feedbacks 360º, geralmente feitos anonimamente, são aqueles que vêm de diversos profissionais da empresa, dos cargos mais altos aos mais baixos. Esse tipo de coleta de feedback, por vir de diversas fontes, contribui para uma visão mais justa e precisa acerca do desempenho de um funcionário.

Promova treinamentos sobre vieses cognitivos

Como visto, o efeito halo é um viés cognitivo, então ele distorce a percepção de alguém. Uma medida que combate diretamente esse problema é oferecer treinamentos para os funcionários e gestores ficarem a par dos vieses cognitivos. Afinal de contas, além do efeito halo, há outros, como o viés de ancoragem e o viés de confirmação.

Utilize ferramentas de avaliação baseadas em dados

O time de RH deve, ainda, usar ferramentas que lhe forneça dados importantes para uma tomada de decisão assertiva, mantendo-a longe de qualquer tipo de viés, sobretudo do efeito halo. Com isso, é possível analisar métricas de produtividade, cumprimento de metas, qualidade do trabalho, entre outros aspectos que evitarão decisões erradas.

Conclusão

Quando Lara Avelino, psicóloga organizacional, fala que a “análise de dados é crucial para uma tomada de decisão mais assertiva, garantindo que o orçamento e o planejamento sejam usados de forma adequada para resolver problemas reais”, isso se relaciona diretamente com o efeito halo.

Como abordado, tal viés cognitivo, quando ocorre no trabalho, acaba gerando diversas complicações (perda de produtividade, contratação errada, etc.) que, na sequência, geram outros problemas, e tudo isso devido a um julgamento distorcido a respeito de um colaborador.

Há, no entanto, formas de evitar isso, e o time de recursos humanos tem um papel indispensável nesse sentido. Assim, ao combater esse efeito que influencia as decisões no dia a dia, ele contribui para promover uma cultura empresarial mais justa e eficiente

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