Cultura de papéis: conheça esse tipo de cultura organizacional
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Time Pontotel 19 de agosto de 2024 Gestão de Pessoas

Conheça a cultura de papéis nas organizações: principais características, vantagens, desvantagens e como implementá-la

Conheça as principais características da cultura de papéis para a construção da sua cultura organizacional, e saiba como implementar.

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Em um ambiente corporativo, a clareza de funções e responsabilidades garante o bom funcionamento das equipes e o alcance dos objetivos organizacionais. Esse princípio é a base da cultura de papéis.

Esse conceito define as expectativas e os comportamentos esperados de cada colaborador de acordo com seu papel específico. Mas como essa cultura se forma e quais são suas principais características, vantagens e desvantagens para a empresa?

Neste artigo, será explorada detalhadamente a cultura de papéis nas organizações, desde sua definição e características principais até os impactos positivos e negativos que ela pode ter no dia a dia corporativo.

O artigo será abordado por meio dos seguintes tópicos: 

Boa leitura!

O que se entende por cultura organizacional?

A cultura organizacional é o conjunto de valores, crenças, normas e práticas que orientam e influenciam o comportamento dos membros de uma organização. 

Ela abrange aspectos como a forma de comunicação, o estilo de liderança, as políticas de gestão de pessoas, e a maneira como os problemas são resolvidos na empresa. 

Além disso, ela guia a criação de um ambiente de trabalho coeso, alinhado aos objetivos estratégicos e capaz de fomentar a motivação e o engajamento dos colaboradores.

Quais são os 4 tipos de cultura organizacional?

Cada tipo de cultura organizacional tem suas vantagens e desafios, e a escolha ou a combinação de culturas deve ser alinhada com os objetivos estratégicos e o contexto específico de cada organização.

Existem diversas formas de categorizar a cultura organizacional, mas uma das classificações mais amplamente aceitas é a que identifica quatro tipos principais:

1. Cultura de poder

Na cultura de poder, a autoridade é centralizada em uma figura de liderança ou um pequeno grupo de líderes. 

As decisões são tomadas no topo e a gestão tende a ser vertical, com ordens e diretrizes conforme a hierarquia

Essa cultura pode ser eficaz em situações que exigem decisões rápidas e autoritárias, mas pode limitar a inovação e a autonomia dos colaboradores.

2. Cultura de papéis

Na cultura de papéis, cada membro tem responsabilidades claras e específicas. 

As funções e tarefas são atribuídas conforme as competências e posições hierárquicas, e há uma forte ênfase em procedimentos e regras. 

Essa cultura promove a eficiência e a previsibilidade, mas pode ser inflexível e desestimulante para a criatividade e a iniciativa individual.

3. Cultura de tarefas

Na cultura de tarefas, as equipes são formadas com base nas habilidades necessárias para cada tarefa, e há uma grande ênfase na colaboração e no trabalho em equipe.

Essa cultura é adaptável e orientada a resultados, mas pode enfrentar desafios de coordenação e gestão de recursos.

4. Cultura de pessoas

A cultura de pessoas coloca o bem-estar e o desenvolvimento dos colaboradores no centro das atenções. 

As decisões são frequentemente tomadas de forma participativa, valorizando a opinião e o feedback dos funcionários. 

Essa cultura promove um ambiente de trabalho positivo e pode aumentar a satisfação e o engajamento, mas pode ser menos eficiente em termos de controle e disciplina.

O que é a cultura de papéis?

A cultura de papéis nas organizações é uma abordagem estruturada e sistemática que define claramente as responsabilidades e expectativas de cada colaborador. 

Baseada na hierarquia e na especialização, essa cultura assegura que cada funcionário saiba exatamente o que se espera dele, facilitando a coordenação e a eficiência operacional.

Em empresas nas quais a cultura de papéis é predominante, há uma forte ênfase na conformidade com regras e procedimentos, o que pode ajudar a manter a consistência e a previsibilidade nos processos internos.

Um estudo da Society for Human Resource Management (SHRM) revela que empresas com papéis claramente definidos apresentam 25% menos conflitos internos, uma vez que as funções e responsabilidades são transparentes para todos os membros da equipe.

A mesma pesquisa da SHRM aponta que, em ambientes altamente dinâmicos e inovadores, essa cultura pode limitar a adaptabilidade e a criatividade dos colaboradores, uma vez que a ênfase em conformidade pode desestimular a inovação e a tomada de riscos. 

Portanto, a implementação eficaz de uma cultura de papéis exige um equilíbrio cuidadoso, garantindo clareza e estrutura sem sufocar a criatividade e a flexibilidade necessárias para a evolução e o desenvolvimento organizacional.

Características da cultura organizacional de papéis

imagem mostra ilustração de uma casa com a divisão de departamentos e superior hieráquico

A cultura de papéis nas organizações possui clareza e estrutura que ajudam a minimizar ambiguidades e garantir que as operações da empresa fluam de maneira suave e eficiente.

Hierarquia e estrutura formal

Na cultura de papéis, a hierarquia e a estrutura formal garantem uma cadeia de comando bem definida, na qual cada nível hierárquico tem suas próprias funções e responsabilidades específicas. A comunicação é vertical e facilita o controle e a supervisão

Esse tipo de estrutura ajuda a manter a ordem e a disciplina, garantindo que todos sigam as diretrizes estabelecidas pela liderança.

Procedimentos claros e padronizados

Uma das características centrais da cultura de papéis é a existência de procedimentos claros e padronizados

Esses procedimentos são documentados e seguidos rigorosamente, o que facilita o treinamento de novos funcionários e a implementação de práticas eficientes.

A aderência a procedimentos definidos minimiza a ocorrência de erros e aumenta a qualidade do trabalho realizado.

Funções e responsabilidades bem definidas

Na cultura de papéis, cada funcionário sabe exatamente quais são suas tarefas e quais são as expectativas em relação ao seu desempenho. 

Essa clareza evita sobreposições de funções e conflitos de responsabilidade, promovendo um ambiente de trabalho mais harmonioso e eficiente. 

A definição clara de papéis também facilita a avaliação de desempenho, pois os critérios são objetivos e baseados nas responsabilidades atribuídas.

Tomada de decisões centralizadas

A tomada de decisões na cultura de papéis é geralmente centralizada e feita pelos níveis mais altos da hierarquia, enquanto os níveis inferiores são responsáveis por executar essas decisões. 

Esse modelo centralizado assegura que as decisões estejam alinhadas com os objetivos estratégicos da organização e sejam implementadas de maneira consistente em toda a empresa. 

Embora possa limitar a autonomia dos colaboradores, essa centralização garante controle e coerência nas ações da organização.

Quais as vantagens da cultura de papéis?

mulher apresentando desenho de gráficos feios em um quadro branco em uma sala de reuniões

Uma das maiores vantagens da cultura de papéis de que colaborador sabe exatamente o que se espera dele, o que reduz ambiguidades e melhora a eficiência no desempenho das tarefas.

Com processos e papéis claros, a empresa pode minimizar erros, reduzir redundâncias e otimizar o uso de recursos, aumentando a produtividade geral.

Também facilita treinamento de novos colaboradores, pois as funções são bem delineadas e os procedimentos, padronizados.

Assim, os gestores podem avaliar os colaboradores com base em critérios claros e específicos, o que ajuda a identificar áreas de melhoria e reconhecer o mérito.

E as desvantagens?

Uma das principais críticas à cultura de papéis é a ênfase em procedimentos padronizados e hierarquia pode limitar a capacidade de adaptação a mudanças rápidas no mercado ou a novas oportunidades, tornando a organização menos ágil.

A estrutura rígida pode desestimular a criatividade e a inovação, já que os colaboradores têm menos autonomia para tomar decisões e implementar mudanças. 

Se não for bem gerida, a cultura de papéis pode levar a uma burocratização excessiva, onde o cumprimento de regras e procedimentos se torna mais importante do que o alcance dos resultados.

Como o RH pode auxiliar na implementação de uma cultura de papéis?

O setor de Recursos Humanos é responsável pela facilitação da transição para uma cultura de papéis, fornecendo as ferramentas, o treinamento e o suporte necessários para garantir que todos compreendam e aceitem essa estrutura. 

“A empresa precisa alinhar ritos, símbolos e sistemas de gestão que podem influenciar a cultura com as mensagens que deseja reforçar e transmitir, construindo um ecossistema que esteja conectado. Quanto mais conexão e sentido a empresa conseguir gerar para as pessoas, maior o sentimento de pertencimento.” diz Mariá Menezes Boaventura, diretora de pessoas e cultura da Sankhya, sobre o assunto. 

Para isso, o RH deve garantir que as descrições de cargos sejam claras e detalhadas, delineando explicitamente as responsabilidades e expectativas para cada função, e desenvolver programas de treinamento específicos que ajudem os funcionários a compreender e se ajustar à cultura de papéis. 

Outra maneira pela qual o RH pode apoiar a implementação da cultura de papéis é por meio da criação de sistemas de avaliação de desempenho baseados em critérios objetivos e específicos para cada papel.

O RH também pode promover uma comunicação aberta, incentivando os colaboradores a expressarem suas ideias e preocupações dentro dos limites de seus papéis definidos.

gestores

Outro exemplo pode ser encontrado em hospitais, onde a cultura de papéis promove prestação eficaz de cuidados de saúde. Médicos, enfermeiros, técnicos de laboratório e administradores têm funções claramente definidas, que garantem o funcionamento coordenado e seguro das operações hospitalares.

Empresas de consultoria de gestão também exemplificam a cultura de papéis ao dividir suas equipes em consultores juniores, seniores, gerentes de projeto e parceiros. 

Cada nível tem responsabilidades distintas, desde a realização de análises detalhadas e a elaboração de relatórios até a tomada de decisões estratégicas e a gestão das relações com os clientes.

Escolas e instituições educacionais também seguem uma cultura de papéis bem definida, onde professores, coordenadores, diretores e funcionários administrativos têm responsabilidades específicas. 

Esta estrutura assegura que as atividades educacionais e administrativas sejam realizadas de maneira organizada, promovendo um ambiente de aprendizado produtivo e bem administrado.

Conclusão

Neste artigo, foi possível entender o que é a cultura de papéis como uma abordagem estruturada que define claramente as responsabilidades e expectativas dos colaboradores, promovendo eficiência operacional e clareza nas funções. 

Embora compartilhe semelhanças com a cultura burocrática, distingue-se pela ênfase em funções específicas e procedimentos padronizados. 

Vantagens incluem clareza, eficiência e facilitação do treinamento, enquanto as desvantagens podem envolver rigidez e resistência à inovação. 

O RH assegura descrições claras de cargos, treinamentos específicos e sistemas de avaliação objetivos. 

Continue acompanhando o blog Pontotel para conhecer as práticas de gestão que se destacam no mercado. 

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