CHO: cargo que cuida da felicidade dos colaboradores!
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Time Pontotel 2 de agosto de 2024 Gestão de Pessoas

Conheça o CHO: a profissão ligada à felicidade dos funcionários

Já ouviu falar em diretor da felicidade corporativa? Conheça o CHO (Chief happiness officer) e qual sua função nas empresas.

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A produtividade e motivação dos colaboradores de uma empresa está diretamente relacionada com a felicidade deles. Aquele falso entendimento de que a motivação vem de dentro já não é mais aceito no mercado de trabalho e as companhias são responsáveis por oferecer aos funcionários as melhores condições para exercerem as funções, além de buscarem manter o clima organizacional agradável.

É diante deste panorama que nasceu nas empresas a figura do Chief happiness officer (CHO). Resumidamente, o papel deste executivo é focar na felicidade de todos os colaboradores da empresa. Para isso, é necessário que este profissional possua algumas habilidades específicas e, mais ainda, entenda o que os funcionários almejam.

É bem comum que as companhias entendam que seus colaboradores apenas esperam bons salários e benefícios, mas há muito tempo essa não é a realidade dos trabalhadores, especialmente dos mais jovens, que querem possuir um propósito. Todos estes pequenos detalhes do mercado de trabalho fazem com que a função do chief happiness officer seja bastante complexa. 

O mais interessante é que essa é uma carreira que qualquer profissional pode escolher. É claro, entretanto, que algumas habilidades como empatia e capacidade para ouvir o outro são indispensáveis para quem deseja se tornar um CHO. Para entender melhor sobre o tema, este artigo vai responder às seguintes perguntas:

Boa leitura!

O que significa CHO?

imagem de três pessoas trabalhando sentadas em frente a uma mesa com notebook sorrindo e felizes

Antes de falarmos sobre as obrigações do chief happiness officer, vamos entender a definição do termo em inglês, pois você pode estar se perguntando: “O que significa happiness neste contexto?” . Para facilitar o entendimento global do cargo, abordaremos abaixo cada uma das três palavras da língua inglesa:

Chief: O significado de Chief é “chefe”. Por isso, entende-se que esse executivo possui um cargo de liderança. 

Happiness: a palavra principal é “happiness”, que traduzida para o português quer dizer “felicidade”

Officer: para completar o nome do cargo, temos “officer” ou “oficial”, na língua portuguesa.

Ao adaptar a tradução completa, chief happiness officer significa chefe da felicidade. No Brasil, também é bastante comum traduzir as funções de “chief officer” para diretor. Então, teríamos o diretor de felicidade corporativa, seguindo o mesmo padrão de CEO (Chief Executive Officer) e CFO (Chief Financial Officer).

Como essa figura surgiu nas empresas?

Há um entendimento bem antigo na sociedade de que a felicidade é indispensável para o ser humano. Mais recentemente, esse conceito passou também para o mundo corporativo. O trabalhador não se mantém por muito tempo em uma instituição se não estiver satisfeito e, além disso, um colaborador feliz é mais propício a trazer melhores resultados para as empresas. 

Diante deste cenário, é que surge a necessidade de promover ações que deixem os funcionários mais felizes. Por isso, o chief happiness officer não é uma função que existe há muito tempo. 

O novo cargo corporativo ainda não completou 20 anos. Ele nasceu em meados de 2003, na Dinamarca. A empresa Woohoo Partnership criou um método com foco total na felicidade dos colaboradores. 

A função tem ganhado força em todo o mundo e a metodologia está sendo replicada para diversos países e oferece um certificado para quem deseja se tornar um CHO. Inclusive, grandes empresas como Airbnb, Amazon e Google já escolheram profissionais para exercer o cargo de diretor de felicidade corporativo. 

Mas, exatamente o que faz um Chief happiness officer? É o que veremos a seguir.

Qual o papel do Chief happiness officer em uma empresa?

Até o momento, já ficou explicado que o papel do chief happiness officer é promover a felicidade dos colaboradores de uma empresa. Porém, na prática, esse objetivo é um pouco mais complexo. Antes, entendia-se que um bom salário era suficiente para manter um funcionário satisfeito.

Atualmente, entretanto, é muito mais do que oferecer uma boa remuneração e benefícios. Os profissionais buscam por uma experiência melhor. Desejam unir: propósitos aos benefícios, além de buscarem constantemente o reconhecimento profissional pelo trabalho realizado. 

Logo, o objetivo principal do chief happiness officer é criar estratégias para satisfazer, da melhor maneira possível, os anseios dos colaboradores. Como consequência, essas ações tendem a impactar os resultados da empresa, pois melhoram a produtividade, o engajamento e o sentimento de pertencimento dos profissionais.  

Um estudo produzido pela Queens School of Business e a Organização Gallup publicado pela Harvard Business Review apontou alguns números que destacam ainda mais a importância do CHO. Os principais deles são: colaboradores com baixo engajamento produzem 18% menos e têm índice de absenteísmo 37% maior e lucratividade 16% menor. 

Trata-se então de mais uma maneira de realizar a gestão estratégica de pessoas, desta vez, com foco em manter os colaboradores felizes ao trabalhar na empresa e, consequentemente, manter os bons resultados no negócio. 

Quais são suas funções?

As obrigações do chief happiness officer podem parecer confusas, afinal, felicidade é um conceito bastante abstrato. O que pode fazer uma parcela dos colaboradores felizes, não necessariamente agradará os demais. Por isso, o CHO precisa estar preparado para fazer grandes análises comportamentais para entender o que os trabalhadores esperam da empresa. 

É possível dividir as funções do CHO em quatro grandes momentos:

  • Pesquisa;
  • Diagnóstico;
  • Estratégia;
  • Ação.

Como funciona?

Já citamos anteriormente que entender o que fará o quadro de funcionários feliz não é uma tarefa simples, pois, certamente, cada profissional tem um perfil e necessidades diferentes. Por isso, conhecer os colaboradores é essencial. 

Pesquisa: exatamente por esse motivo, o primeiro passo é fazer uma pesquisa de satisfação, com questionários qualitativos e quantitativos. A ideia é perguntar diretamente a todos os colaboradores quais os pontos positivos e negativos de trabalhar na empresa e o que eles acreditam que pode melhorar.

Diagnóstico: com os resultados em mãos, chega a hora de analisar o cenário. Se a pesquisa foi realizada corretamente, será possível identificar claramente quais os pontos de melhoria. 

Estratégia: quando o chief happiness officer já sabe o que precisa de atenção, é a hora de planejar como fazer. Para isso, é essencial montar uma boa estratégia e não fazer ações pontuais, que, em conjunto, podem não surtir nenhum efeito favorável e duradouro. É importante também que seja possível mensurar os resultados das ações, para entender se a empresa pode manter ou revisar o plano inicial. 

Ação: só depois de um bom planejamento, chega a hora de colocar as atividades e melhorias em prática. Neste momento, o CHO, provavelmente, vai contar com o suporte de diversos setores da companhia, em especial, da equipe de recursos humanos e dos líderes de cada área. 

Um erro bastante comum das empresas que não contam com o diretor da felicidade corporativa é imaginar que os colaboradores buscam por ações simples como festas, benefícios, brindes ou aumento de salário. 

Pelo contrário, muitos profissionais estão em busca de melhorias muito menos palpáveis como: reconhecimento, um bom ambiente corporativo para trabalhar, feedbacks sobre o seu desempenho, mais responsabilidades, mais autonomia, entre outros. Nem sempre, um salário ou benefícios maiores que o do restante do mercado são suficientes para reter um talento. 

Por que a figura do CHO é importante em uma empresa?

Em um período no qual as doenças relacionadas ao ambiente corporativo, como a Síndrome de Burnout, podemos dizer que o chief happiness officer é um dos responsáveis pela manutenção da saúde mental dos colaboradores

De maneira geral, um profissional feliz, provavelmente, está equilibrando os diversos setores da sua vida, pois, é bem difícil estar plenamente satisfeito se o lado pessoal estiver com problemas. 

A felicidade pode impactar inclusive a saúde física, pois o estresse, a ansiedade e a tristeza podem se manifestar em forma de doenças ou sintomas físicos. Por mais que não seja função do empregador resolver os atritos pessoais do seu colaborador, é obrigação da companhia fazer com que o ambiente de trabalho não deixe a vida do profissional ainda pior. 

Logo, as ações promovidas pelo CHO podem impactar diretamente índices importantes de qualquer empresa, como a taxa de turnover e de absenteísmo. Podemos aqui indicar os principais objetivos, diretos e indiretos, do chief happiness officer:

  1. Melhorar o clima organizacional
  2. Aumentar o sentimento de pertencimento
  3. Otimizar a retenção de talentos
  4. Melhorar a produtividade
  5. Incrementar os resultados do negócios

Dito isto, é possível perceber que, juntamente com o restante do setor de recursos humanos, esse profissional tem um papel muito importante para o employer branding da empresa. Afinal, os colaboradores são os principais responsáveis por construir a reputação das instituições empregadoras no mercado de trabalho. 

Talvez você esteja se questionando qual a diferença do CHO para qualquer outro profissional da equipe de recursos humanos. O fato é que esse executivo é totalmente focado na felicidade das pessoas, ele só traçará estratégias voltadas na satisfação dos colaboradores. 

Por outro lado, a área de RH é mais completa e pensa também em recrutamento e seleção, rotatividade, processo admissional e demissional, entre outras atividades. 

O que envolve a felicidade corporativa?

No dicionário, felicidade significa “qualidade ou estado de feliz; estado de consciência plenamente satisfeita; satisfação, contentamento, bem-estar”. Sendo assim, conclui-se que felicidade corporativa é a satisfação no trabalho. Por isso, as ações do CHO precisam promover a sensação de bem-estar. 

Não é difícil encontrar companhias que oferecem um bom salário e diversos benefícios como vale-refeição e assistência médica e entendem que estão fazendo tudo que estão ao alcance delas para manter o colaborador feliz. Entretanto, há muitos anos esses não são mais os principais critérios para a felicidade do colaborador. 

Cada vez mais, os profissionais buscam qualidade de vida e por trabalhar com propósitos. Além de reconhecimento financeiro, os colaboradores querem se sentir valorizados e saber que seu trabalho faz a diferença na sociedade e não apenas nos cofres da empresa. 

Então, ao criar as estratégias, o CHO deve levar em conta as novas necessidades do mercado de trabalho, além dos achados particulares da sua companhia. 

Alguns exemplos de ações que envolvem a felicidade são:

  • Investimento em novas ferramentas de comunicação corporativa;
  • Desenvolvimento profissional;
  • Atividades voltadas para saúde mental e física dos colaboradores;
  • Premiações para reconhecimento;
  • Melhora do clima organizacional;
  • Promoção da autonomia dos colaboradores;
  • Entre outros.

O fato é que a felicidade corporativa é formada por diversos fatores e cada setor e/ou empresa terão suas particularidades, mas o chief happiness officer precisa se lembrar sempre que o essencial é pensar nos colaboradores como seres humanos. 

Eles possuem necessidades físicas e emocionais e precisam equilibrar a vida pessoal com a profissional, além de ter um propósito para começar a trabalhar todas as manhãs.

Quais habilidades um profissional precisa ter para se tornar um CHO?

imagem de uma mulher sentada mexendo num notebook em cima de uma mesa com uma planta ao lado trabalhando super feliz

A essa altura do artigo, você já deve ter percebido que o ponto essencial para o trabalho do chief happiness officer é conhecer as pessoas e entender seus anseios. Sendo assim, antes de tudo, é necessário que o profissional que deseja ingressar nesta carreira tenha empatia, pois se colocar no local do outro para conhecer sua realidade será uma ação rotineira na função.

Além disso, esse olhar humanizado exige que seja um profissional que consiga se relacionar bem, ou seja, que goste de lidar com pessoas. 

Esse executivo trabalhará diretamente na estratégia para consolidar a felicidade corporativa e, para isso, boa comunicação é essencial. Mesmo em modelo home office, a troca com os colaboradores deve ocorrer. São eles a principal fonte de informação para o CHO.

Outras características e habilidades importantes para o CHO são: ter perfil de liderança, ser proativo, ser motivador, possuir capacidade analítica e saber trabalhar em equipe

Ele será visto como o embaixador da felicidade, então, espera-se que seja um profissional, além de empático, também simpático, pois passará confiança para os demais trabalhadores da empresa. 

Precisa de alguma formação específica?

Talvez você imagine que para atuar como chief happiness officer seja necessário possuir formação em recursos humanos. Entretanto, não há essa obrigação. 

Qualquer um pode decidir seguir esta carreira, porque o conceito de felicidade corporativa não está ligado diretamente ao RH. É claro, porém, que o profissional precisará se especializar no tema para entender suas funções e objetivo do trabalho do CHO. 

Atualmente, diversas instituições oferecem o curso para obter o certificado de capacitação para se tornar chief happiness officer. De maneira geral, esses treinamentos têm até uma semana de duração e alguns entregam certificação internacional na conclusão das disciplinas. 

Entre os temas abordados durante esses cursos podemos citar alguns como: 

  • A ciência da felicidade;
  • Psicologia positiva;
  • Papel da liderança em ambientes de trabalho felizes;
  • O que é felicidade corporativa
  • A função do chief happiness officer;
  • Como planejar e executar as ações voltadas à felicidade;

O CHO trabalha no RH?

Não há uma regra específica, mas, por lidar diretamente com pessoas, normalmente, o chief happiness officer faz parte da equipe de recursos humanos e responde ao diretor do setor. 

Geralmente, pode-se haver uma estrutura que divide o RH em diversas subdivisões como: recrutamento e seleção, departamento pessoal e também o time voltado para a felicidade corporativa.

É claro que esta última subdivisão deve ser trabalhada de forma integral por todas as demais estruturas de recursos humanos, mas o CHO costuma ter uma equipe totalmente focada no planejamento e execução das ações para a melhora do ambiente organizacional e satisfação plena do colaborador. 

Vamos a um exemplo prático da importância da integração entre as áreas do RH:

É fácil deduzir que os analistas de recrutamento e seleção podem diagnosticar que o employer branding da empresa não está muito bom pela dificuldade de atrair novos talentos e essa informação deve chegar ao chief happiness officer. 

Ele deverá, a partir daí, realizar pesquisas e entender o que não está agradando o atual quadro de colaboradores. É a remuneração? O clima organizacional? A falta de propósito? A atuação da liderança?

Se não houver um trabalho em conjunto, é provável que o CHO tenha dificuldades de fazer um planejamento estratégico que apresente resultados duradouros.

Conclusão

A felicidade corporativa não é uma meta fácil de ser alcançada. É possível afirmar até que é quase impossível que todos os colaboradores de uma empresa sejam plenamente felizes com o local onde trabalham. 

Esse fato torna a função do chief happiness officer uma das mais complexas dentro das instituições. Exatamente por isso é que esse profissional precisa ser excelente na comunicação interpessoal. 

Esse profissional precisa ter empatia e acreditar no propósito de seu trabalho. Compreender as pessoas e seus anseios, conhecer os problemas do ambiente de trabalho, entender de psicologia positiva, pesquisar o mercado de trabalho e, principalmente, ouvir ativamente os colaboradores são habilidades e atitudes essenciais para o sucesso de qualquer CHO. 

Não importa o tamanho ou o segmento da empresa, trabalhadores felizes e satisfeitos sempre apresentarão melhores resultados, pois são mais produtivos, engajados e possuem mais sensação de pertencimento. 

A felicidade pode até não ser uma métrica possível se ser medida, porém, seu impacto nos demais números da companhia certamente serão palpáveis para a organização. 

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