Há diversas formas de uma empresa ter funcionários mais eficientes no dia a dia, como adotar ações para criar um ambiente de trabalho mais saudável e incentivar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Junto a essas atitudes, também está o uso do celular corporativo.

Inúmeras situações justificam essa medida, por isso, este texto focou abordá-la de forma prática para exemplificar todos os benefícios que os aparelhos corporativos proporcionam tanto para o quadro de colaboradores quanto para a própria organização.

Mesmo com todos os pontos positivos dessa implementação estratégica, é importante ressaltar alguns detalhes, como os relativos à LGPD e às boas práticas de segurança, bem como ao processo de tomada de decisões em relação aos tipos de celulares adequados.

Assim, para elucidar os principais pontos sobre o tema, este artigo abordará os seguintes tópicos:

• Celular corporativo: como utilizar?
• O que a lei diz sobre o celular corporativo?
• Quais os tipos de celulares corporativos?
• Por que ter um celular corporativo é importante?
• O que é BYOD e como aplicá-lo?
• Uso do celular corporativo e a LGPD
• Dúvidas sobre o celular empresarial

Tenha uma excelente leitura!

Celular corporativo: como utilizar?

O celular corporativo, que vai desde um smartphone com configurações avançadas até um celular mais simples, é um aparelho que a empresa fornece aos colaboradores para uso profissional. 

Na prática, a utilização desses aparelhos se dá de várias maneiras. Alguns exemplos são para se comunicar com colegas, bem como com fornecedores ou mesmo clientes, como acontece com profissionais do time de vendas.

O funcionário também utiliza o celular corporativo para ter maior performance no seu trabalho, já que usará aplicativos focados na realização de tarefas com mais eficiência.

O que a lei diz sobre o celular corporativo?

Legalmente, não há nenhuma lei brasileira que impeça o uso do celular corporativo. Ao mesmo tempo, não há nada na Consolidação das Leis Trabalhistas sobre a empresa fornecê-lo aos seus colaboradores. Em outras palavras, ela pode ou não disponibilizar tais aparelhos.

Apesar da falta de fundamentos legais que tratem especificamente sobre o celular corporativo, as empresas comumente se utilizam do que o art. 444 da CLT descreve. Nele, tem-se que as relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação entre empregado e empregador, enquadrando a possibilidade de uso de celulares corporativos.

No entanto, o texto legal continua e explica que esse cenário de livre estipulação entre as partes interessadas não pode ir contra as “disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes”.

Quais os tipos de celulares corporativos?

Ainda que o celular corporativo sirva para uso profissional, gerando maior produtividade, é importante destacar que ele se divide em diferentes tipos. São eles:

Modelos simples

Esses são os celulares corporativos mais básicos e exigem menor investimento da empresa. Inclusive, são usados em atividades de baixa complexidade. Neles, o colaborador encontra aplicativos simples, como os de controle de estoque e comunicação.

Modelos intermediários

Por outro lado, os celulares corporativos que fazem parte dos modelos intermediários, também chamados de mid-range, estão um degrau acima do tipo anterior. Isso se dá por algumas razões, como as funcionalidades e aplicativos a mais que eles possuem.

Essa é a melhor alternativa às empresas que, ao mesmo tempo que buscam recursos avançados para elevar a produtividade dos funcionários, também querem custo-benefício.

Modelos com configurações específicas

Como a expressão sugere, esse celular corporativo existe para atender demandas específicas de diferentes áreas e setores da empresa; logo, têm configurações alinhadas a tais necessidades. 

Por exemplo, trabalhos feitos no estoque ou em campo, como inspeções, exigem aparelhos com maior resistência a quedas. O mesmo se dá com os celulares corporativos cujas configurações específicas servem aos colaboradores que precisam de um hardware mais potente ou de câmeras de alta resolução para tirar fotos mais nítidas, como vendedores. 

Modelos para gestão executiva

Por fim, o celular corporativo que faz parte dos modelos para gestão executiva é aquele mais recente e com tecnologias mais avançadas. 

Isso porque eles são utilizados por executivos e líderes da empresa, profissionais que precisam de aparelhos que suportam maiores volumes de dados e múltiplas tarefas, por exemplo, e conseguem lidar com informações sensíveis de forma mais segura.

Por que ter um celular corporativo é importante?

A importância do celular corporativo fica evidente em diversos cenários, nos quais cada um dos tipos abordados reflete em vantagens tanto aos funcionários quanto à empresa. Entenda a seguir.

Benefícios para os colaboradores

Uma das maiores vantagens que um colaborador usufrui ao usar celular corporativo está no fato de ele alcançar maior equilíbrio entre a sua vida profissional e pessoal. Isso acontece porque ele consegue estabelecer limites claros, já que não precisará usar o seu celular pessoal para resolver tarefas ou responder mensagens referentes ao trabalho.

Além disso, outros pontos altos do celular corporativo para o funcionário são:

• Maior eficiência no dia a dia, pois ele terá acesso a aplicativos — como ferramentas de colaboração e gerenciadores de tarefas — que tornarão o trabalho mais ágil;
• Maior flexibilidade, já que ele conseguirá ser produtivo mesmo em uma viagem de negócios ou visitando clientes, por exemplo — como um técnico de manutenção que facilmente consegue consultar manuais técnicos.

Benefícios para as empresas

Já para as empresas, os benefícios do celular corporativo estão diretamente ligados às vantagens que os colaboradores ganham com esses aparelhos. Afinal, os funcionários se tornam mais eficientes em suas funções e, assim, quer estejam ou não nas dependências da empresa, esta também tem ganho de desempenho.

Outra vantagem do celular corporativo para a empresa é a comunicação interna mais assertiva e livre de mal-entendidos graças aos aplicativos de mensagem instantânea e ao aumento da satisfação dos colaboradores, que, ao receberem o celular, verão isso como forma de preocupação da organização pelo bem-estar e pela otimização do trabalho deles.

O que é BYOD e como aplicá-lo?

O BYOD, que vem da expressão em inglês “Bring Your Own Device” e significa “Traga seu próprio equipamento”, trata-se de uma política que empresas aplicam para os funcionários usarem os próprios aparelhos, como celulares e tablets, para realizar as tarefas de trabalho.

O que é melhor: celular corporativo ou BYOD?

Quando se trata de qual deles é o melhor, vale analisar os prós e contras que cada um traz ao ser adotado pela empresa.

Na prática, o celular corporativo gera mais segurança e controle para a empresa, já que ela pode instalar aplicações de gerenciamento remoto, por exemplo. Ele também aumenta a proteção contra a perda de dados e favorece a reputação da empresa, pois, como citado, os funcionários veem o celular corporativo como preocupação dela com a produtividade deles.

No entanto, o celular corporativo também tem desvantagens. O custo de aquisição é uma delas, especialmente se a empresa precisar comprá-lo para vários funcionários.

Do outro lado, há o BYOD, cujas vantagens são o custo mais baixo, já que a empresa não precisa comprar os dispositivos nem realizar manutenções. Junto a isso, os funcionários podem utilizar celulares mais alinhados com as necessidades que possuem.

Porém, essa medida também tem os seus pontos negativos, como menor controle e segurança para a empresa, aumentando o risco de perda de dados.

Em resumo, embora qualquer uma das opções possa ser aplicada, é necessário que a empresa avalie diversos fatores no processo de tomada de decisões, desde as questões financeiras e de cultura organizacional até os aspectos de segurança.

Uso do celular corporativo e a LGPD

A LGPD diz respeito à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais. Ela existe desde 2018 e visa proteger os dados pessoais de todos os cidadãos brasileiros. Entendê-la é essencial porque, quando há o uso de celular corporativo em um negócio, ela também se aplica, já que isso envolve a coleta, o armazenamento e o processamento de dados nesse aparelho.

Como a utilização inadequada desse dispositivo empresarial pode gerar penalidades para a empresa, é importante que ela aplique medidas para se manter em conformidade com a LGPD. Entre elas, conscientizar os funcionários para terem boas práticas de segurança, desde o uso de autenticação de dois fatores até o acesso a redes sociais.

Dúvidas sobre o celular empresarial

Além de todos os pontos explicados anteriormente, há outras dúvidas comuns sobre o celular corporativo. Veja.

Sou obrigado a aceitar celular corporativo?

Não, o funcionário não tem a obrigação de aceitar o celular corporativo. Inclusive, caso a empresa insista que ele utilize o dispositivo, isso poderá se configurar, segundo o Código Penal, art. 146, como constrangimento legal.

A empresa pode monitorar o celular da empresa?

Sim, a empresa pode monitorar o celular corporativo. Essa medida é uma forma de os gestores terem maior visibilidade e controle em relação ao uso do dispositivo, seja fora ou dentro do local de trabalho. Esse monitoramento dos funcionários também assegura a conformidade com as políticas internas e segurança da rede.

Apesar disso, é necessário respeitar a privacidade do colaborador, uma vez que os dados pessoais deles contidos no aparelho, por exemplo, não podem ser acessados ou utilizados sem a sua permissão.

O que acontece se o celular empresarial for perdido ou roubado?

Quando o celular corporativo é perdido ou roubado, o colaborador, além de comunicar à empresa, precisa realizar um boletim de ocorrência. Um dos motivos que justificam essa ação é o fato de que as provedoras de seguro, por exemplo, antes de substituir a linha do aparelho roubado, exigem o recebimento deste boletim.

Conclusão

É inegável o potencial que o celular corporativo traz para um negócio, beneficiando, primeiramente, os funcionários, que se tornam mais produtivos, e, em seguida, favorecendo a organização, que passa a ter colaboradores mais eficientes em suas atividades diárias.

Nesse sentido, é vital atentar a certos detalhes, sobretudo os legais, como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais. Também é necessário que a empresa saiba exatamente quais modelos de celular corporativo deve fornecer aos colaboradores, visto que, a depender do tipo, há ou não mais funcionalidades, bem como maior ou menor custo de aquisição.

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