A administração financeira é uma das áreas mais importantes em uma organização, pois é a responsável por gerenciar e otimizar todos os recursos financeiros. Também garante que os processos financeiros sejam eficientes e para haver liquidez suficiente para a empresa cumprir suas obrigações.
Como destaca Luis Roberto Antonik, em seu livro “Empreendedorismo: gestão financeira para micro e pequenas empresas”, é necessário que o administrador de um negócio saiba “impor limites de gastos, ser controlador e saber dizer não”. Ele também deve saber como “planejar para antecipar possíveis situações de dificuldade no futuro”.
No entanto, essa administração, se feita com negligência ou pouco zelo, pode implicar sérias consequências para uma empresa, como levá-la à perda de credibilidade diante de funcionários e clientes. Isso, em um cenário mais extremo, pode resultar até em falência.
Para tratar o tema com detalhes, este texto abordará os tópicos abaixo:
- Qual é o conceito de administração financeira?
- Quais são as 3 áreas da administração financeira?
- Quais são as 4 principais funções da administração financeira?
- Qual a importância da administração financeira e orçamentária?
- Ferramentas de gestão financeira para empresas
Tenha uma excelente leitura!
Qual é o conceito de administração financeira?
A administração financeira refere-se ao processo de gerenciar estrategicamente todos os recursos financeiros de uma organização. A essência dessa definição, inclusive, justifica o fato de ela também ser denominada gestão financeira ou, ainda, gestão de finanças.
O objetivo desse gerenciamento, que se dá por meio do planejamento, controle e monitoramento das finanças, é garantir que a empresa tenha liquidez para realizar todas as suas operações diárias, capital para fazer investimentos futuros e, ainda, uma estratégia realmente capaz de maximizar a riqueza dos acionistas.
Nesse sentido, Idalberto Chiavenato, escritor e consultor administrativo brasileiro, diz que a gestão financeira é a “área da Administração que cuida dos recursos financeiros da empresa” e que, em geral, ela envolve decisões específicas, como aquelas relativas ao orçamento de capital e à gestão do capital de giro.
Quais são as 3 áreas da administração financeira?
Uma empresa, de pequeno ou grande porte, está imersa em um processo de gestão complexo, seja na gestão de pessoas, no marketing ou nas finanças, foco deste conteúdo. Isso mostra a importância de entender as áreas da administração financeira, já que cada uma delas traz nuances específicas. Confira.
Finanças corporativas
As finanças corporativas voltam-se para a gestão cujo objetivo é maximizar o valor para os acionistas da organização. Isso, em outras palavras, quer dizer que abrangem as decisões financeiras focadas em aumentar o patrimônio e o retorno para cada um dos acionistas.
Instituições e mercados financeiros
Essa área da administração financeira engloba tanto instituições financeiras (como bancos e corretoras) quanto o mercado financeiro em si (ações e títulos de dívida, por exemplo). A ideia, nesse caso, é conectar quem precisa de recursos (uma empresa, por exemplo) com quem deseja investir.
Dois exemplos disso são:
- Um banco que oferece crédito, com ótimas taxas de juros, para as empresas de pequeno porte;
- Uma empresa que emite títulos no mercado de capitais para conseguir recursos e, assim, financiar sua expansão — em 2023, foram quase 470 bilhões em ofertas no mercado de capitais, conforme boletim de mercado de capitais publicado pela ANBIMA.
Investimentos
Enquanto isso, a área de investimentos da administração financeira relaciona-se com a alocação de recursos que a empresa faz em diferentes ativos: ações, títulos, imóveis, fundos. O propósito é: de um lado, maximizar os retornos, do outro, minimizar os riscos.
Como exemplo disso, uma empresa pode investir em ações para adquirir uma parcela de propriedade de uma organização. A lógica está em comprar a ação por um preço e, mais tarde, vendê-la por um valor maior.
Isso, no entanto, deve ser feito estrategicamente, como concluiu o estudo “A importância da análise fundamentalista para avaliar o preço das ações de companhias listadas na bolsa de valores (b3)” ao destacar:
“A análise fundamentalista é uma ferramenta contábil extremamente importante para avaliar o ‘preço justo’ dos papéis de uma companhia, levando-se em consideração as expectativas do mercado, auxiliando os investidores a potencializar o seu investimento em ações”.
Quais são as 4 principais funções da administração financeira?
A administração financeira serve para vários fins dentro de uma empresa. Assim, é preciso conferir as particularidades de cada uma de suas funções. Veja a seguir:
Planejamento financeiro
Com o planejamento financeiro, a empresa consegue definir todas as estratégias que irão direcioná-la na conquista de seus objetivos, tanto de curto quanto de médio e longo prazo. Isso, na prática, envolve alguns aspectos, como:
- Elaboração de orçamento para alocar os recursos financeiros estrategicamente;
- Projeções financeiras, que engloba estimativas de receitas, gastos e fluxos de caixa futuros, servindo para antecipar possíveis cenários;
- Alinhamento das decisões financeiras com os objetivos organizacionais.
Controle financeiro
Outra nuance da administração financeira diz respeito ao controle financeiro, que, resumidamente, abrange o monitoramento e a análise das finanças. Esse controle é indispensável para qualquer empresa conseguir garantir que seus recursos sejam usados exatamente onde devem e no momento certo.
Um dos elementos presentes nesse controle é a auditoria, com a qual se analisa os balanços contábeis para assegurar que a empresa está agindo com transparência, por exemplo. Engloba, ainda, medir o desempenho financeiro e gerenciar o fluxo de caixa.
Análise e decisão de investimentos
Como abordado anteriormente, por meio da administração financeira, a empresa consegue tomar as melhores decisões quando se trata de investimentos, que, em última análise, serão os responsáveis por maximizar retornos ao mesmo tempo que minimizam riscos.
De forma mais precisa, é como um negócio entende que certos projetos e investimentos são viáveis, pois trarão um excelente retorno, e então toma a decisão embasada. Essa análise envolve, na prática, a avaliação de custos, benefícios e, claro, potenciais riscos.
Gestão de recursos
Quanto mais eficiência a empresa tiver em sua gestão de ativos e passivos, mais ela consegue garantir sua liquidez. Contudo, isso só é possível quando ela faz uma gestão de recursos assertiva. Alguns exemplos disso são:
- Quando há investimento do excesso de caixa em aplicações de curto prazo como forma de gerar rendimentos;
- Ao manter, estrategicamente, um fundo de reserva para emergências financeiras;
- Quando reduz custos operacionais, o que pode ser feito em qualquer um dos seus setores.
Qual a importância da administração financeira e orçamentária?
Para responder essa pergunta, deve-se entender o quão importante é para qualquer negócio ser sustentável, mantendo-se longe do risco da falência. Isso já revela a essência da função da administração financeira e orçamentária, que, em termos simples, implica alcançar os objetivos empresariais e fazer o negócio permanecer competitivo.
Tal importância, porém, vai além, pois serve para uma tomada de decisões precisa, afinal, dá-se por meio de informações financeiras confiáveis e orçamentos assertivos. Isso serve para vários cenários na empresa, como na hora de decidir lançar um novo produto.
Outros aspectos que evidenciam os benefícios da administração financeira são:
- Melhor atração de investidores e financiadores;
- Antecipação de riscos, como as oscilações do mercado;
- Aumento da lucratividade.
Ferramentas de gestão financeira para empresas
Há formas de as empresas conseguirem ter uma gestão financeira que implique todos os pontos positivos mencionados nos tópicos anteriores. Para isso, elas precisam usar ferramentas específicas. A seguir, veja as duas principais.
Principais indicadores de desempenho financeiro
Assim como em qualquer outro setor empresarial, para um negócio entender se está tomando as melhores decisões ou não, ele precisa olhar para indicadores de desempenho específicos.
Em particular, para saber como está a saúde da sua administração financeira, é necessário que ele analise indicadores financeiros como:
- Margem de lucro: mede a lucratividade total em relação à receita total;
- Retorno sobre o investimento: também conhecido como ROI, revela o quão eficiente ou não foi determinado investimento;
- Giro do ativo: trata-se de um indicador capaz de mensurar a eficiência na utilização dos ativos para gerar receita.
Softwares de gestão financeira
Assim como os indicadores, a empresa também tem de usar um software de gestão financeira que, se implementado corretamente, será o responsável por auxiliá-la na automação de diversas atividades financeiras.
Ela pode optar tanto por um software voltado exclusivamente para a administração financeira quanto um mais amplo, que, além das finanças, atua em outras áreas, como estoque e produção.
Nesse sentido, adotar um sistema de gestão mais completo é a melhor alternativa por um motivo específico: em uma empresa, todos os setores, cada uma a seu modo, implicam ganhos e gastos financeiros. Sendo assim, quanto mais integrado for o software, melhor, já que a empresa passa a ter uma visão geral de todo o seu empreendimento.
Conclusão
Uma organização, para se manter competitiva, sobretudo em mercados concorridos, precisa ser estratégica. Por isso, ter sua administração financeira imersa em boas práticas é tão importante. É como ela evita as perdas financeiras e eleva os lucros.
Ao longo deste conteúdo, foi possível entender de que maneira a área de finanças de um negócio é beneficiada quando há uma gestão eficiente dela. Isso engloba uma série de práticas, desde o uso de ferramentas até a análise regular de indicadores específicos.
Deve-se, ainda, considerar o que Marcos Sarmento Melo, em sua obra Gestão financeira por fluxo de caixa: a evolução das finanças para empresas, diz acerca do gerenciamento: “Gestão significa tomar decisões”. Afinal, a essência desse conceito deve permear todas as áreas de um empreendimento, incluindo a administração financeira.
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